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13/12/2021 às 00h00min - Atualizada em 13/12/2021 às 00h01min

PIB registra queda pelo segundo trimestre seguido

Com o resultado negativo, o país entrou em recessão técnica

Ludmilla Dias - Editado por Júlio Sousa
Relatório divulgado pelo Banco Central mostra estimativas para o PIB 2022. Foto: Rodrigo Oliveira/Caixa Econômica Federal.

O Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda pelo segundo trimestre seguido. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o recuo foi de 0,1% (junho a setembro) e o anterior tinha sido de 0,4% (abril a junho). Na economia, esse fenômeno é conhecido como recessão técnica.
 

"A diferença entre recessão técnica e recessão real é somente conceitual. Recessão é queda do PIB. Não importa se é mensal, trimestral ou anual. Sucessiva ou não. É simplesmente crescimento negativo do PIB. O impacto da recessão na economia e bolso do brasileiro é maior desemprego e queda da renda per capita e renda do país. São destruídas a capacidade produtiva da economia e queda dos investimentos. O sinal de alerta é acendido automaticamente porque empobrece o país e o cidadão", explica o economista Newton Marques.

 

Apesar da alta de 1,1% no setor de serviços, a agropecuária e o comércio tiveram crescimento negativo de 8% e 0,4%, respectivamente. Enquanto a indústria ficou estagnada. Quando comparado ao mesmo período do ano passado, no auge da pandemia, houve um aumento de 4%.  Os resultados levaram o Brasil para a 26ª posição no ranking de 33 países da agência classificadora de riscos Austin Rating. Dessa forma, o país ficou atrás de outros sul-americanos, como Colômbia, Chile e Peru, mas está na frente do Japão, Austrália e Rússia. As variações consideram a taxa do trimestre frente aos três meses anteriores.

 

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países realizam esse cálculo, cada um com sua moeda. Por meio dos resultados obtidos é possível fazer diferentes análises, comparações internacionais sobre o tamanho da economia de outros países e avaliações sobre quais setores geram mais ou menos renda. Sendo assim, o PIB permite diagnósticos que podem resultar em tomadas de decisão para melhora da economia. Contudo, ele não expressa indicadores importantes, como distribuição de renda, qualidade de vida, educação e saúde. Logo, um país pode ter um PIB alto, mas uma qualidade de vida baixa, ou o oposto.   

 

Diversos fatores contribuem para a queda do PIB, como a alta inflação que reduziu o poder de compra das famílias, mas para Marques, a queda no setor primário teve grande impacto para o resultado.


"O setor primário da economia (agropecuário) vinha contribuindo com forte crescimento, mas mostrou queda nos dois últimos trimestres puxando para baixo o PIB porque os setores secundário (industrial) e terciário (serviços) não compensaram essa forte queda", diz.    

 

E o que esperar para o ano que vem? "O cenário para 2022 é muito incerto", afirma Marques. A projeção do Índice de Preço no Consumidor (IPCA) em 2022 não é animadora. Especialistas consultados pelo Boletim Focus (do Banco Central), estimam uma queda para o crescimento do PIB, de 0,58% para 0,51%, essa foi a nona semana seguida de redução. O relatório foi divulgado no último dia 6 e inclui perspectivas em relação ao dólar,  a Selic (taxa básica de juros) e a inflação.     

 

    

 

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