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12/12/2021 às 22h34min - Atualizada em 12/12/2021 às 22h26min

Verstappen ultrapassa Hamilton na última volta e conquista título da Fórmula 1

Em corrida emocionante e tensa, piloto da Red Bull é superado pelo rival da Mercedes na largada, mas retoma a ponta para conquistar o campeonato pela primeira vez

Felipe Sousa - labdicasjornalismo.com
Max Verstappen recebe a bandeirada que confirmou seu primeiro título na Fórmula 1. Ao fundo, o frustrado vice-campeão Lewis Hamilton (Lars Baron/Getty Images)
A temporada 2021 da Fórmula 1 merecia uma corrida final tão grandiosa quanto foi a disputa pelo campeonato neste ano. E foi exatamente isso que o Grande Prêmio de Abu Dhabi, disputado neste domingo (12), entregou com a coroação de Max Emilian Verstappen (Red Bull) como o grande campeão em sua primeira conquista de título na categoria.

A disputa contra Lewis Hamilton (Mercedes), assim como ao longo da temporada, foi dura, disputada e polêmica. Os dois pilotos chegaram empatados para a corrida nos Emirados Árabes: o vencedor levaria tudo. Hamilton não tomou conhecimento do pole position Verstappen e assumiu a liderança da corrida para não mais perde-la pelas 57 voltas seguintes. No entanto, um safety car causado por uma batida de Nicholas Latifi (Williams) fez o cenário virar de cabeça para baixo. Na relargada, Verstappen ultrapassou o heptacampeão e faturou o título. Carlos Sainz (Ferrari) completou o pódio no terceiro lugar.

O Top 10 foi completado por Yuki Tsunoda (AlphaTauri), Pierre Gasly (AlphaTauri), Lando Norris (McLaren), Fernando Alonso (Alpine), Esteban Ocon (Alpine) e Charles Leclerc (Ferrari).

Essa é primeira vez que um piloto que não é Mercedes conquista o título na era híbrida (desde 2014). Também foi o primeiro título de um holandês na história da Fórmula 1 e o primeiro título de pilotos da Red Bull desde 2013. A Honda, que está de saída da Fórmula 1 nesta temporada, também tem motivos para celebrar: foi o primeiro título da montadora japonesa como fornecedora de motores desde 1991, com Ayrton Senna.

Para a Mercedes, foi uma derrota traumática que pôs fim à dominância da equipe alemã na categoria e que interrompeu uma sequência de títulos de Lewis Hamilton que vinha desde 2017. Resta como consolação o título de construtores, o oitavo consecutivo. A Mercedes entrou com dois protestos junto à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para alterar o resultado da prova, o primeiro em relação à uma possível ultrapassagem de Verstappen sob safety car e o segundo sobre a liberação de retardatários antes da saída do carro de segurança, ambos negados pela entidade.

A CORRIDA

Havia muita expectativa sobre a largada, com Max Verstappen em primeiro e Lewis Hamilton, em segundo, bem como em relação à estratégia de pneus dos dois competidores. O holandês largaria de pneus macios, enquanto que o britânico iniciaria a prova com pneus médios. Ao apagar das luzes, Hamilton reagiu melhor e tomou a liderança, ao passo que Sergio Pérez (Red Bull) se aproveitou de uma escapada de Lando Norris para assumir o terceiro lugar.

Mais adiante, na curva nove, Verstappen mergulhou para dar o troco e quase se tocou com Hamilton, que desviou para a área de escape e manteve-se à frente. A direção de prova pediu apenas que o heptacampeão devolvesse a vantagem adquirida, apesar dos protestos da Red Bull, e manteve as posições dos pilotos na pista.

Lewis Hamilton, com melhor ritmo, começou a abrir vantagem em relação à Verstappen. Pérez seguia em terceiro e Carlos Sainz herdou o quarto lugar de Norris, agora quinto. Valtteri Bottas (Mercedes) perdeu duas posições na largada e era apenas o oitavo – esta foi a última corrida do finlandês pela equipe alemã, que competirá pela Alfa Romeo em 2022.

À altura da volta 14, a desvantagem de Verstappen para Hamilton passava dos cinco segundos. A Red Bull chamou o piloto para a troca de pneus, agora duros. A Mercedes trocou os pneus de Hamilton duas voltas depois para evitar qualquer tipo de desvantagem. Pérez assumiu a liderança da corrida e foi instruído pela equipe para se manter na pista o máximo de tempo possível.

Verstappen ultrapassou Norris e, depois de certo esforço, passou também por Carlos Sainz para assumir o terceiro lugar. Hamilton, logo à frente,  aproximava-se perigosamente de Pérez. Na volta 20, o britânico encostou no piloto mexicano e ambos travaram uma batalha ferrenha, porém limpa, pela liderança. No giro seguinte, Hamilton ultrapassou, mas a missão de Pérez, de diminuir a distância do piloto da Mercedes para Verstappen, estava cumprida. "Checo" cedeu o segundo lugar a Max e finalmente entrou nos boxes para a troca de pneus.

Na volta 29, Kimi Raikkonen (Alfa Romeo) viu a sua corrida de despedida na Fórmula 1 terminar de forma melancólica, com problemas nos freios e uma asa danificada após bater na barreira de pneus. Terminava ali uma carreira de duas décadas na Fórmula 1 que teve como ápice o título mundial de 2007. No 31º giro foi a vez de George Russell (Williams) deixar a corrida, com problemas no câmbio. O britânico também teve a sua despedida, neste caso de equipe: defenderá as cores da Mercedes em 2022.

Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo), que também encerrou sua passagem na Alfa Romeo e ficou sem assento para a próxima temporada, abandonou na volta 37, o que causou o acionamento do safety car virtual. A Red Bull aproveitou para trocar os pneus de seus dois pilotos. Com compostos novos, era a hora de Verstappen tentar mais uma cartada para diminuir a diferença para Hamilton, que já havia aumentado anteriormente.

A vantagem de 18 segundos na volta 38 caiu para 11 no 47º giro. Para piorar a situação de Hamilton, havia um grupo considerado de retardatários à frente, além dos pneus mais gastos. O britânico passou pelos retardatários e manteve a diferença na casa dos 11 segundos. A situação parecia razoavelmente controlada a favor do heptacampeão, que sentia o octa ficar mais perto.

O imponderável, no entanto, deu suas caras a quatro voltas do final, quando Nicholas Latifi (Williams) bateu forte ao disputar posição com Mick Schumacher (Haas) no fim do grid. O safety car foi imediatamente acionado. A Red Bull foi para o tudo ou nada e trocou mais uma vez os pneus de Verstappen, que agora contava com pneus macios, assim como Pérez. Logo depois, porém, o mexicano também abandonou.

A direção de prova inicialmente determinou que o grupo de retardatários que Hamilton havia ultrapassado não teria permissão para ultrapassar o líder e descontar a volta, mas mudou de ideia e permitiu que o fizessem a duas voltas para o fim. A volta final da corrida seria disputada em bandeira verde: Os dois dispararam e Verstappen conseguiu ultrapassar na curva cinco para tomar a liderança. Hamilton tentou o troco pouco depois, sem sucesso. Dessa forma, Max Verstappen cruzou a linha de chegada em primeiro e conquistou o título da Fórmula 1 pela primeira vez.

MERCEDES PROMETE RESULTADO DA CORRIDA PARA O TRIBUNAL

Logo após a corrida, a Mercedes entrou com dois protestos junto à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para tentar alterar o resultado final da prova. A primeira objeção, que pedia uma punição à Verstappen referente a uma suposta ultrapassagem sob regime de safety car, foi rejeitada, assim como a segunda, que pedia a anulação da última volta sob o argumento de que o diretor de prova, Michael Masi, descumpriu o regulamento ao permitir que somente os retardatários entre Verstappen e Hamilton pudessem descontar a volta.

A Mercedes já anunciou que apelará da decisão junto ao Tribunal de Apelações da FIA. Caso o recurso seja negado pela corte, há a possibilidade de o caso ser levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS), na Suíça. Até lá, Max Verstappen segue confirmado como o campeão da Temporada 2021 de Fórmula 1.

A Temporada 2022 terá início em 20 de março com o Grande Prêmio do Bahrein.

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