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13/12/2021 às 18h07min - Atualizada em 13/12/2021 às 15h20min

Novos projetos da Marvel cumprem com a promessa de mais inclusão

Os recentes lançamentos mostram que o estúdio saiu da teoria e colocou em prática projetos com heróis com diferentes corpos, etnias e orientações sexuais

Ana Beatriz Magalhães - editado por Luhê Ramos
Logo da Marvel Studios. | Foto: Reprodução
O Universo Marvel completou 13 anos esse ano e irá finalizá-lo com 27 filmes e cinco séries de TV. Durante essa jornada, o estúdio demorou para encontrar espaço para diversidade, porém isso não é um erro exclusivo seu e não aparenta estar próximo de ser resolvido. 
 
O cinema é uma ferramenta de socialização efetiva, já que produz e conecta vários tipos de mídia e de cultura. As produções das obras cinematográficas se espelham na estrutura, nos modelos e nos estereótipos da sociedade para construírem suas narrativas. É possível notar que o audiovisual, principalmente pelas grandes produções que atingem milhões de pessoas ao redor do mundo, tem o poder de criar padrões de comportamento.
Há décadas, Hollywood sofre com críticas pela ausência de narrativas que explorem o mundo como ele é: múltiplo. Nos meios de comunicação e de arte, há várias representações da realidade e dos sujeitos nela presente, contudo, nem sempre a reprodução é fidedigna. As minorias, por exemplo, são, na maioria das vezes, apresentadas de forma caricata, estereotipada e rebaixadas ao título de coadjuvante e/ou figurantes.

Por muitos anos, os filmes da Marvel seguiram esse padrão, em que os heróis protagonistas eram brancos e outras etnias quase não apareciam. Além disso, o estúdio, muitas vezes, aderia ao whitewashing - termo que faz referencia ao ato de embranquecer personagens não brancos, que foi o aconteceu em "WandaVision" e "Doutor Estranho".

No entanto, o debate sobre tornar a indústria de audiovisual mais inclusiva cresceu e se fortaleceu. Pode-se perceber a tentativa e o esforço da Marvel, junto com a Disney, em apresentar mais inclusão e diversidade em suas recentes obras. 

Lançado esse ano, "Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis", por exemplo, é majotariamente composto por atores chineses e se tornou sucesso de bilheteria. Além disso, o filme aborda, de maneira respeitosa e autêntica, a cultura asiática, sem reforçar preconceitos e esteriótipos. 

Já em "Eternos", é apresentado o grupo mais diverso possível. Kumail Nanjiani interpreta Kingo, o primeiro herói da Marvel vindo do sul da Ásia. Já Phastos, vivido por Brian Tyree Henry, é um homem negro com um corpo que foge do padrão e ele ainda participa do primeiro beijo gay da Marvel.

Além dele, ainda temos Makkaris, é a primeira heroína surda da Marvel, interpretada por Lauren Ridloff. Em várias cenas do filme, os protagonistas se comunicam por linguagem de sinais --algo nunca visto no MCU. Isso resultou em um crescimento na procura por aulas de libras, de acordo com a Preply, plataforma de aprendizado de idiomas. 
 

Elenco principal de Eternos via GIPHY 

A fase nova ainda vai apresentar Eco, série derivado do Gavião Arqueiro. A personagem é nativa americana, surda e diretamente envolvida com o Demolidor, um herói com deficiência visual. Mais adiante, em 2022, conheceremos Kamala Khan, primeira heroína mulçumana do estúdio. 

A Marvel, assim como a indústria como um todo, tem muito a se adequar se de fato quiser ser mais inclusiva. É importante apontar e refletir sobre as ficções e como elas são retratadas na tela, percebendo, ainda, o quanto ainda temos que avançar quando o assunto é representatividade e representação.

Porém, pode-se observar seu empenho em fazer com que a identificação aconteça e o público se projeta nos personagens. Em um mundo em que pessoas brancas dominam a maioria dos ambientes, é fundamental promover essa conexão e reconhecimento a partir das telinhas. 

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