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26/09/2022 às 01h08min - Atualizada em 26/09/2022 às 00h49min

A Disney e os seus amados e odiados Live Actions

Os dilemas dos nostálgicos remakes da Disney e sua repercussão no público.

Larissa Pessoa - Editado por Ana Terra
Fonte: Rolling Stone/ Reprodução: Google
A gigante do entretenimento, dona de um dos maiores conglomerados de mídia do mundo, a Disney é famosa por suas animações. Com quase 100 anos de existência, a empresa criada por Walt Disney, é marcada pelas histórias encantadoras e com o apelo sonhador pintadas na tela.

Nos últimos doze anos a companhia tem apostado na produção de live-actions baseados nas suas antigas animações. Os longas que começaram como apenas inspirações das antigas histórias, como “Alice no país das Maravilhas” (2010), “Malévola” (2014) ou “Cinderela” (2015), logo passaram a tentar copiar ao máximo as primeiras adaptações, seja na narrativa, seja na estética e seja nas canções. O exemplo mais forte dessa aposta é o lançado em 2017, “A Bela e a Fera” que remontou todo o musical, ainda que com alguns acréscimos. Trazer essas histórias para novas gerações de maneira nostálgica e emocionante, tem sido a estratégia da Disney para agradar todas as idades que irão acompanhar os filmes, mas essa estratégia não tem fucionado para alguns longas, que estão gerando insatisfação, estranhamento e algumas polêmicas por parte do público.

Os maiores acertos da empresa nessas apostas talvez tenham sido as obras inspiradas, filmes como Malévola e Cruella (2021), por exemplo que trazem uma perspectiva diferente da que já se tinha conhecimento na animação, logo ganham mais liberdade criativa na hora de conduzir as histórias. Converter a animação para tela, implica obrigatoriamente em uma mudança de linguagem ou até mesmo em uma mudança de estética visual dos personagens, isso pode ser um desafio para quem produz, a linha entre o acerto e o erro é muito tênue.


Alguns dos longas com melhores recepções do público, foram também os que receberam menos expectativa, “Mogli o Menino Lobo” de 2016 e “Aladdin” de 2019 são alguns dos melhores exemplos do sucesso nessas adaptações mais fiéis as anteriores. Filmes com grande alarde e repercussão no lançamento, acabaram decepcionando o público quando se tratava de resultados, esse é o caso das obras “A Bela e a Fera”, que foi criticado pela falta de ação e pela atuação da atriz Emma Watson e seu distanciamento da Bela da animação, além de “O Rei Leão” (2019), com o seu hiper-realismo pouco fantástico e “Mulan”(2020) com o seu excesso de modificações do roteiro que longe de serem positivas, acabaram descaracterizando a personagem. Essas histórias tão famosas e marcantes acabaram deixando em suas readaptações um rastro de críticas negativas que de certa forma apagaram toda a chama de sua época de lançamento.


AS POLÊMICAS
A Disney ainda permanece com sua estratégia para manter viva a “magia” de seu universo, as adaptações mais recentes foram, Cruella (2021) e Pinóquio (2022), ambos bem recebidos, mesmo que o segundo tenha sido pouco comentado, talvez por se tratar de uma animação pouco conhecida, mas o fato é que em época de redes sociais, os comentários são o melhor marketing que a gigante do Mickey poderia utilizar para seus novos lançamentos. Essa estratégia tem rendido algumas polêmicas em volta da empresa.

A ideia mais recente em relação as novas adaptações tem sido mudar a estética e a aparência dos antigos personagens, a proposta tem como objetivo aumentar a inclusão étnica nos filmes, que sempre foi predominantemente branca, a estratégia porém tem dividido o público entre os que amaram a nova ideia e os que mantinham apego com a aparência antiga dos personagens. A princípio a Disney mudou a aparência da fada madrinha do Pinóquio, a mulher que na animação era retratada como branca e loira, agora é apresentada como uma bela mulher negra e sem cabelos.


A modificação mais recente e de mais impacto, no entanto, tem sido a da protagonista do filme “A Pequena Sereia” que será lançado em 2023, a escolha da atriz Halley Bailey para interpretar a princesa das águas, que antes era branca e ruiva, gerou mais de um milhão de deslikes no teaser do longa no Youtube, reação causada tanto pelo racismo, como pelo apego dos excessivamente nostálgicos com a história. O fato é que sendo estratégia de marketing ou não, a repercussão nas redes foi estrondosa, e a nova adaptação é uma das mais aguardadas para o próximo ano.


Vale deixar aqui o registro que não é a primeira vez que a Disney trabalha com a inclusão étnica racial em um live-action, a adaptação de Cinderela da Broadway de 1997, foi transformada em longa para televisão pela empresa e contava com nomes como Whitney Houston (como fada madrinha), Whoopi Goldberg (como Rainha Constantina) e Brandy Norwood (como Cinderela), o filme pouco lembrado, hoje está disponível na plataforma Disney+ para quem quiser conferir.
REFERÊNCIAS:
FIAUX.Gus.Disney: Todas as adaptações live-action, da pior a melhor. legiaodeherois.com.br. sem ano. Disponível em <https://www.legiaodosherois.com.br/lista/disney-todas-as-adaptacoes-live-action-da-pior-a-melhor.html>. Acesso em 26 de setembro de 2022.
All 19 live-action remakes ranked. www. editorial.rottentomatoes.com. sem ano. Disponível em < https://editorial.rottentomatoes.com/guide/all-disney-live-action-remakes-ranked/>. Acesso em 26 de setembro de 2022.
A Cinderela. adorocinema.com. sem ano. Disponível em < https://www.adorocinema.com/filmes/filme-210913/>. Acesso em 26 de setembro de 2022.

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