Fonte: Divulgação/HBODepois de dois anos de espera, a segunda temporada de A Casa do Dragão chegou ao Max e os fãs vão poder acompanhar a disputa pelo trono de ferro. O primeiro episódio foi ao ar no último domingo (16) e bateu 7.8 milhões de espectadores, 22% a menos do que a estreia da série em 2022.
A história central da sequência vai trazer as consequências da season finale anterior e a interminável disputa pelo poder real. Como se passaram dois anos, vamos relembrar os acontecimentos da primeira temporada.
Senta que lá vem a história
Tudo começa quando o rei Viserys I Targaryen assume o reinado de Westeros. Em meio a sucessão, Viserys perde a esposa Aemma e seu filho recém-nascido. Com isso, decide nomear a filha Rhaenyra Targaryen como herdeira.
Porém, nesse espaço de tempo, Viserys deseja se casar novamente e a pretende é com Alicent Hightower, que era muito próxima de Rhaenyra. Nesse momento acontece o primeiro grande conflito que vai ditar o restante da narrativa, pois há uma quebra na relação entre as duas.
A série dá um salto temporal e vemos Alicent com os três filhos Aegon, Aemond e Haelena. Do outro lado, Rhaenyra está em um casamento de fachada com Laenor Velaryon e também teve filhos: Jacaerys (Jace), Lucerys (Luce) e Joffrey que, na verdade, são do amante da princesa, Harwin Strong.
Com a saúde debilitada, Viserys acaba morrendo então Alicent e seu pai Otto decidem coroar Aegon como o próximo rei, contrariando a decisão inicial do antigo monarca que nomeou Rhaenyra como sucessora. Obviamente, a primogênita não aceita a escolha e manda os filhos para negociarem com os lordes de Westeros. Seu filho do meio, Lucerys, vai até Ponta Tempestade, terra dos Baratheons. Contudo, o garoto não sabia que lá também estava Aemond. Lembrando que os dois tem uma “pequena” rixa e Luce acabou deixando Aemond cego de um olho. Aemond propõe uma disputa entre os dois. Montado em Vhagar, a maior dragão viva na época, ele acaba matando Lucerys e é daí que a treta da segunda temporada começa.
A dança dos dragões literalmente pegando fogo
A sequência já começa com um momento aguardadíssimo dos fãs. O filho mais velho de Rhaenyra consegue chegar até Winterfell para negociar com o Lorde Cregan Stark, uma figura que será muito importante no futuro da produção. Ainda sem saber da morte do irmão, Jacaerys busca o apoio do protetor do Norte para lutar pelo trono.
Este primeiro episódio também buscou explorar a relação entre o guarda real Criston Cole e Alicent. Rejeitado por Rhaenyra, Criston criou um grande ressentimento em relação à princesa e jurou lealdade ao rei Aegon e, consequentemente, à mãe dele. A proximidade dos dois na primeira temporada gerou algumas teorias, que foram confirmadas agora.
Parte dos internautas fizeram queixas com a decisão do tempo de tela da estreia ter focado nos “verdes” (apelido que os grupos receberam) ao invés de aprofundar o luto de Rhaenyra pela perda do filho. Falando nisso, a sequência em que a princesa sai com Syrax à procura de corpo de Luce foi brilhantemente feita por Emma Darcy que conseguiu dar a dramaticidade necessária, além de mostrar, mesmo que pouco, o luto e o desejo de vingança. Nesses escassos momentos dos “pretos”, podemos ver também as ações de Daemon e Rhaenys para buscar aliados.
Já é de conhecimento do fandom do universo de Game of Thrones, que os roteiristas de A Casa do Dragão tomaram algumas decisões com relação à narrativa e isso inclui mudanças que, para os fãs, fizeram muita falta.
Uma dessas alterações se reflete no arco de Haelena Targaryen: a única filha de Alicent e que teve de se casar com o irmão Aegon. No livro, Haelena teve três filhos: os gêmeos Jaehaerys (sucessor do rei) e Jaehaera e o mais novo, Maelor. No entanto, a série decidiu trazer apenas os gêmeos. Essa mudança tornou um dos momentos mais aguardados da Dança dos Dragões um pouco decepcionante para quem leu os livros.
Na obra original, após a morte de Lucerys, Daemon Targaryen contrata dois homens chamados de Sangue e Queijo para matar um dos filhos de Aegon como forma de vingança. Ao encontrar os aposentos de Alicent, onde também estavam Haelena e as crianças, os capangas fazem a irmã-esposa do rei escolher qual filho deveria morrer. Encurralada, ela escolhe Maelor por ser o mais novo. No entanto, Sangue e Queijo tiram a vida do pequeno Jaehaerys, já que era o primeiro na linha de sucessão. Haelena além de sofrer com o terror de ver um dos filhos sendo assassinado, terá que conviver com a culpa por ter escolhido Maelor para morrer.
Na série, a história foi adaptada de uma forma diferente, o que é compreensível pela brutalidade da cena descrita. No episódio intitulado de “Um filho por um filho”, Rhaenyra pede “a cabeça” de Aemond. Então Daemon vai atrás de Sangue e Queijo para transmitir o recado, porém os homens questionam o mandante sobre o que eles deveriam fazer caso não encontrassem o alvo. A cena é cortada e o público fica sem a resposta definitiva.
Ao não achar os aposentos do príncipe, a dupla entra no quarto de Haelena. Aqui ela está sozinha com as crianças e, ao invés de obrigá-la a escolher entre os gêmeos, eles a obrigam a dizer qual deles era Jaehaerys. Após um momento de hesitação, ela aponta para o berço onde está o futuro rei. Os comparsas então partem para realizar a tarefa enquanto Haelena foge do quarto com Jaehaera. Por uma questão de bom senso, não é possível ver o que está acontecendo, mas é possível ouvir (graças a equipe de efeitos sonoros que inseriu um barulho agoniante).
Em choque, a rainha-irmã sai pelo castelo até chegar aos aposentos da mãe, no exato momento em que ela estava com Criston Cole.
Diferentemente de Game Of Thrones, A Casa do Dragão teve o material de referência completo para a sequência da narrativa. Mas é possível ver um certo receio em ousar, como foi o caso do “Sangue & Queijo”. Isso pode ser explicado pelo fracasso da última temporada de GOT, a qual não teve o apoio do referencial bibliográfico de George R.R. Martin.
Aqui também é observável o desejo da série de explorar essa dualidade dos personagens, principalmente com relação à Alicent. Podemos ver isso no paralelo entre o funeral de Luce e quando a rainha-mãe acende velas, nomeando o filho falecido de Rhaenyra.
A continuidade deste drama permanecerá até o fim da temporada que deve trazer ainda mais dilemas e momentos polêmicos para os fãs.
Referências
KAIN, Erik. House of the Dragon faz ótima estreia da 2ª temporada com episódio sombrio. Forbes, 2024. Disponível em: https://forbes.com.br/forbeslife/2024/06/house-of-the-dragon-faz-otima-estreia-da-2a-temporada-com-episodio-sombrio/. Acesso em 23 de junho de 2024.
OLIVEIRA, Isabela. Já no streaming, “House Of The Dragon” inicia 2ª temporada com tragédia épica. Giz UOL, 2024. Disponível em: https://gizmodo.uol.com.br/ja-no-streaming-house-of-the-dragon-inicia-2a-temporada-com-tragedia-epica/. Acesso em 23 de junho de 2024.
