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19/12/2022 às 17h01min - Atualizada em 19/12/2022 às 16h43min

Pelé e sua influência pelo mundo

O rei do futebol ganhou destaque no ano da Copa

Larissa Varjão - editado por David Cardoso
Pelé comemorando gol em 1970. (Foto: Divulgação/Fifa)
Em ano de Copa do Mundo não tem como não lembrar do Pelé, um jogador brasileiro emblemático e que marcou a história do futebol e do país. Ídolo não só dos brasileiros, mas referência para o mundo do futebol.
 
Mineiro, nascido na cidade Três Corações, já foi considerado o melhor jogador de futebol de todos os tempos. Além disso, foi o jogador mais novo a vencer uma Copa, com apenas 17 anos em 1958, na Suécia. Edson Arantes do Nascimento fez seis gols em sua primeira Copa do Mundo e foi o artilheiro do Brasil. Nesse ano, ele foi chamado pelos franceses de Rei do Futebol.
 
Por que Pelé?

Seu pai, João Ramos do Nascimento, ex-jogador de futebol, conhecido como Dondinho fez o amor pelo esporte sempre estar presente na vida do menino. Com quatro anos de idade, Edson se mudou com a sua família para Bauru, em São Paulo. Desde pequeno amava futebol e jogava com os meninos da rua. Atuava como goleiro, inspirado por José Lino da Conceição Faustino, o Bilé, amigo de seu pai.
 
Durante os jogos, invés de Bilé, Edson pronunciava “Pilé”. Gritos nas suas defesas como “Seguuura, Pilééé! ”, eram frequentes. E então o seu apelido de Pelé dado pelos amigos chegou ainda pequeno, o que não foi aprovado de início por Edson.
 
Carreira

Com 11 anos, entrou para o Clube Atlético de Bauru, após pouco tempo e muito talento, foi levado a um time maior, o Santos Futebol Clube com 16 anos. Lá, ficou a maior parte de sua carreira, entre 1956 a 1974. Ele levou o clube a conquistar dez títulos estaduais e seis campeonatos nacionais, além de duas Copas Libertadores e dois Mundiais de Clubes, em 1962 e 1963. Foi ainda no Santos, em 1969, que Pelé marcou seu milésimo gol.
 
Pelé, viveu a Era de Ouro da Seleção Brasileira. O único jogador da história a ser tricampeão, jogando e vencendo as copas de 1958, 1962 e 1970.
 
Depois de 18 anos atuando pelo Santos e pela Seleção Brasileira, Pelé assinou contrato com a equipe do New York Cosmos, dos Estados Unidos, para jogar a temporada de 1975. Entre jogos oficiais e amistosos, fez 106 partidas e marcou 64 gols. Sua passagem pelo time teve grade impacto e fez com que os norte-americano voltassem com garra, voltando para a Copa do Mundo em 1990 e ganhando em 1194.
 
Foi em 1977 em um jogo do Cosmos contra o Santos, nos Estados Unidos que Pele fez sua última partida. Ele disputou o primeiro tempo com a camisa do Cosmos e o segundo tempo com a camisa do Santos. De acordo com o Guinness Book (Livro dos Recordes), Pelé marcou em sua carreira 1281 gols, sendo o maior artilheiro da história do futebol.
 


Além do futebol

Já campeão, com 18 anos, alistou-se e serviu o Exército Brasileiro no 6º Grupo de Artilharia de Costa Motorizado, em Praia Grande/SP, e passou a ser chamado de Soldado 201 Nascimento.
 
Foi no primeiro governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já aposentado que Pelé foi nomeado Ministro do Esporte. Durante 1995 e 1998, criou a Lei Pelé, que revolucionou a prática desportiva no país.
 
O objetivo da Lei Pelé era oferecer mais transparência e trazer mais profissionalismo ao esporte nacional. Por isso, houve o fim do passe nos clubes de futebol do Brasil e a transformação dos clubes em empresas. A lei também criou verbas para o esporte olímpico e paraolímpico e determinou a independência dos Tribunais de Justiça Desportiva.
 
E não para por aí, Pelé conta com diversos prêmios e homenagens, como o Estádio Rei Pelé em Maceió (AL) e títulos de Embaixador.
 
A questão é que Edson inspira demais. Além dos jogadores brasileiros, os internacionais também deixam claro sua admiração.
 
“Quando vi Pelé jogar, me fez sentir que eu deveria pendurar as chuteiras. ” - Just Fontaine, Artilheiro da Copa do Mundo de 1958.
 
"O melhor de todos os tempos foi Pelé, que era uma mistura de Di Stéfano, Maradona, Cruyff e Leo Messi. ” - Cesar Luis Menotti, ex-treinador e ex-futebolista argentino.
 
“Pelé foi o jogador mais completo que eu já vi. Bom com os dois pés. Magia no ar. Rápido. Forte. Podia vencer qualquer um com sua habilidade. Podia correr mais que os outros. Só 1.73m de altura, mas parecia um gigante em campo. Equilíbrio perfeito e visão impossível. ” - Bobby Moore, ex-jogador de futebol inglês.
 
“Eu cheguei esperando parar um grande homem, mas fui embora convencido de que havia sido destruído por alguém que não nasceu no mesmo planeta que o restante de nós.” - Goleiro Costa Pereira, do Benfica, após derrota de 5 a 2 para o Santos de Pelé.
 
E em 2022, por causa de sua internação, a emocionante homenagem dos jogadores brasileiros na Copa do Mundo do Catar.
 


Em entrevista ao El País, Silvio Almeida, advogado, filósofo, professor universitário e especialista brasileiro sobre a questão racial relata o impacto da representatividade de Pelé em sua vida. “Quando era criança, a única coisa que me fazia acreditar que eu teria alguma chance neste país era ver na TV a imagem daquele homem negro, retinto como eu sou, com o punho cerrado para o alto e o número 10 estampado nas costas”, e ainda complementa: “Devo muito do que sou em termos materiais, intelectuais e emocionais ao futebol. E isso também tem a ver com Pelé, com o Rei. ”

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