03/02/2024 às 14h48min - Atualizada em 03/02/2024 às 12h38min
Dublagem Viva | Movimento de escala mundial busca a regulamentação do uso de Inteligência Artificial
Jaqueline Brasil - Editado por Letícia Nunes
Fonte e Reprodução: Dublagem Viva, Divulgação Nos últimos dias, nas redes sociais foram tomadas de dubladores apoiando o movimento em prol da dublagem viva. Esse movimento busca garantir direitos aos profissionais da dublagem, através da regulamentação do uso da Inteligência Artificial (IA), utilizadas em séries, filmes, animações e até mesmo em jogos de videogame.
A mobilização não está focada em abolir o uso dessa nova tecnologia, as reivindicações estão voltadas para criação de regras que criem equilíbrio entre os profissionais e os constantes avanços em torno da inteligência artificial. A ideia é preservar os empregos gerados por esse lado da indústria.
No Brasil, grandes dubladores como Wendel Bezerra (conhecido por sua atuação em "Dragon Ball"), Sérgio Cantú (reconhecido por sua participação em "O Espetacular Homem-Aranha") e Gilberto Baroli (famoso por seu trabalho em "Os Cavaleiros do Zodíaco"), no país a petição conseguiu mais de 50 mil assinaturas sendo uma forma de protesto contra uma futura "robotização" do processo de dublagem.
Para Regina Bittar, dubladora e locutora, caso não ocorra uma regulamentação, que vise proteger os direitos dos dubladores, a indústria sofrerá com desemprego de milhares de trabalhadores, entre outras consequências.
“Toda a indústria, seja de diretores, de estúdios, de produtores e locutores vai ser impactada. É muito desemprego acontecendo, sem os direitos dos pagamentos conexos de utilização da voz. Isso é muito preocupante, porque você acaba com uma classe de trabalhadores e não tem nada a oferecer”, explica.
A United Voice Artists, está encabeçando o movimento que possui escala mundial. Devemos recordar que a greve iniciada em 2023 pelos atores e roteiristas, tinha como um dos seus objetivos a regulamentação das IAs. Em nota, a instituição comentou pontos importantes sobre o uso da tecnologia.
"Não se trata apenas de perdermos os nossos empregos; trata-se de preservar a arte e o artesanato envolvidos na dublagem. Cada ator traz uma interpretação única, com profundidade emocional que uma IA simplesmente não consegue replicar", explicou a associação em nota.
Os roteiristas queriam a proibição do uso exacerbado de IA no processo de escrita e reescrita dos materiais, além querem garantias que os roteiros não seriam utilizados pelos estúdios no processo de treinamento da tecnologia. Essa proposta foi aceita pela AMPTP —
representante das produtoras.
Em contrapartida, os pedidos dos atores que questionavam o uso de imagem e compensação disso na criação de suas “réplicas digitais”, não garantiram a proibição do uso da tecnologia para essa finalidade, mas o SAG-AFTRA garantiu a necessidade do consentimento e formas de indenização para os atores caso suas imagens sejam produzidas com a ajuda de IA. Até o momento, o movimento conseguiu arrecadar mais de 100 mil assinaturas.
REFERÊNCIAS:
RIBEIRO, M. C. P. Dublagem Viva: entenda o movimento dos dubladores brasileiros pela regulamentação da inteligência artificial. R7, 2024. Disponível em: < https://lorena.r7.com/categoria/Noticias/Dublagem-Viva-entenda-o-movimento-dos-dubladores-brasileiros-pela-regulamentacao-da-inteligencia-artificial >. Acesso em: 3 fev. 2024.
