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17/01/2022 às 19h13min - Atualizada em 17/01/2022 às 18h24min

Boom dos streamings no Brasil intensifica consumo de conteúdo estrangeiro

Durante a pandemia, plataformas de filmes e séries inseriram em seus catálogos obras de diversos idiomas.

Giovanna Macedo - Revisado por Isabelle Marinho
Conteúdo estrangeiro de língua não-inglesa atrai público aos streamings. (Foto: Reprodução/Revista Menu).
O isolamento devido à pandemia foi um dos fatores que fez com que surgisse uma oportunidade para serviços de streaming assumirem seu lugar na cultura. A plataforma mais famosa no Brasil, a Netflix, além de outras, como a Amazon Video, incluiu em seus catálogos obras estrangeiras de diversos países, como Coreia, Espanha e França.

Por conta disso, o consumidor brasileiro está exposto a um universo cinematográfico mais amplo e rico, valorizando mais obras que não sejam americanas, já que essas sempre dominaram as programações.

Tudo começou em 2018, quando La Casa de Papel, série espanhola, tornou-se a mais assistida da Netflix, na categoria de língua original estrangeira não-inglesa. O sucesso da obra influenciou diversos setores da cultura e economia e teve um impacto na vida do público alcançado. Já, na pandemia, programas como Round 6 (sul-coreano), uma das séries mais assistidas na história do streaming, e Lupin (francês) fizeram a plataforma bombar e subir nas estatísticas de seriados mais assistidos.


Erika Santana, 34, é uma dentre os milhares que já se inseriram no universo cinematográfico estrangeiro. Além de consumir diversos conteúdos no idioma inglês, Erika quis dar uma chance aos de outras línguas, incluindo em sua lista de assistidos mais de 30 filmes e séries: “Com o passar do tempo, comecei a me interessar por descansar os ouvidos do inglês e experimentar me expor a novos idiomas, e então fui percebendo quão agregador era.”

No desejo crescente de aprender idiomas para viajar pelo mundo, assim como muitos jovens no tempo atual, Santana viu nos programas estrangeiros a oportunidade de se expor às línguas, além da cultura de cada país: “Quando iniciei no aprendizado da língua espanhola, buscava consumir o máximo de conteúdo no idioma, como treinar a leitura com legendas... O mesmo aconteceu em relação ao francês e italiano; idiomas que pretendo estudar futuramente.”

De modo crescente, as plataformas de streaming tornaram-se parte da cultura global, e por isso é uma nova porta para influenciar o público em comportamentos e, até mesmo, sonhos. Assim como Erika, os telespectadores podem conhecer, através do entretenimento, a história, política e hábitos de diversos países. “Esse comportamento gera identificação, empatia e traz, de fato, a globalização para dentro de casa”, diz.


Ao observar o crescimento notável desses conteúdos, a visão para 2022 se abre: mais de R$1,3 trilhão deverá ser investido em conteúdo, 14% a mais em relação a 2021, segundo a pesquisa da Ampere Analysis. “Os investimentos em programação de idiomas locais levam a sucessos que atraem maior aceitação de legendas e elenco estrangeiros”, afirma o colunista da Puck News - Matthew Beloni.

Fique com a lista de alguns assistidos (e recomendados) por Erika Santana:
 
Netflix: em espanhol, La casa de Papel e Quem matou Sara? - séries, Todo va a estar bien - filme; em francês, Amor ocasional e Dix pour cent - Le chalet; em japonês, Alice in Bordeland; em italiano, Geração 30 e poucos e Zero; em alemão, Nada Ortodoxa e Dark.
Amazon Video: em espanhol, Lo juego de las llaves e A usurpadora - séries, Tudo sobre minha mãe e Todos lo saben - filmes.

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