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13/12/2022 às 19h38min - Atualizada em 13/12/2022 às 18h55min

Comunicurtas e os festivais audiovisuais do interior nordestino

Conheça os festivais de cinema nacional que acontecem no interior do nordeste brasileiro

Larissa Pessoa - Editado por Ana Terra
Fonte: uepb.edu/ Reprodução: Google
A história do cinema brasileiro é repleta de altos e baixos, além de desafios gerados principalmente pelo mercado hollywoodiano, que desde a primeira metade do século XX vem ocupando hegemonicamente a cultura audiovisual mundial.

No final dos anos 1940 e início da década de 1950, os filmes nacionais com a estética estadunidense ganharam destaque, com a criação de Vera Cruz, produtora responsável pelo primeiro filme brasileiro a vencer o prêmio internacional no Festival de Cannes: O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto. Esse período foi responsável pela então industrialização do cinema no país. Essa estética começou a ser questionada no entanto no final da década de 1950 e início da década de 1960, com o surgimento do cinema Novo, que com a chamada “estética da fome”, tinha como lema “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.

Os termos criados por Glauber Rocha vinham de um formato inspirado nas obras de baixo orçamento das produções Neorrealistas italianas e da Nouvelle Vague francesa, filmes como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Vidas Secas (1963) e Aruanda (1959), foram grandes marcos desse período. O que essas três obras têm em comum é que são filmes nordestinos, com histórias tanto com aspectos ficcionais como documentais que fazem parte do caminho trilhado pelo audiovisual nacional.

Depois da retomada mais efervescente nas produções brasileiras no começo dos anos 2000 com filmes como, “Tropa de Elite” (2007) e “Carandiru” (2003), o cinema do Brasil segue com produções comerciáveis principalmente ligadas a comédia. Como De Pernas pro Ar (2010), Minha Mãe é uma Peça (2013) e o mais recente para plataforma digital Tudo bem no Natal que Vem (2020), ainda assim existe um trabalho ligado a produções experimentais sendo realizado por todo o país, formando novos cineastas e novos atores que se inserem no mercado cinematográfico regional.
Segundo o Edital nº11 do Ministério do Turismo, é importante para a difusão da cultura audiovisual a fomentação de festivais, eventos e premiações do gênero no país, com essa premissa, diversos trabalhos com esse viés são realizados em vários estados do Brasil, dos mais metropolitanos, aos mais interioranos. Se tratando do nordeste, que foi palco de algumas das principais produções do cinema novo, os festivais são de grande importância para a visibilidade, profissionalização e participação dessas regiões no cenário atual do audiovisual brasileiro.

Na Paraíba acontecem por exemplo o Fest Aruanda, Festissauro, Festival De Cinema De Rua De Remígio e o Comunicurtas, que é realizado na cidade de Campina Grande.

O Comunicurtas é um dos maiores festivais de cinema paraibano, que acontece todos os anos desde 2005 quando o cineasta André Costa, que na época era aluno de comunicação social na uepb, junto com mais quatro alunos deram início ao evento que tinha como intuito inicial exibir as produções dos alunos do curso. O projeto cresceu e hoje conta com exibições de filmes e vídeos de curta e longas-metragens locais, regionais, nacionais e internacionais, das áreas de cinema, jornalismo e publicidade. Esse ano em sua 17ª edição, o evento teve como tema “O Cinema paraibano” e contou com as mostras: Curtas internacionais, longas internacionais, tropeiros da Borborema, curtas nacionais, longas brasileiros, tropequeers, tropeiros de telejornalismo, território e liberdade, mostra som da serra e mostra estalo.  
Os prêmios variaram entre melhor vídeo, melhor direção, melhor videoclipe, melhor videoarte, melhor reportagem, melhor imagem, Prêmio Luiz Custódio de Folkcomunicação, melhor roteiro, melhor direção de artes, melhor montagem, melhor fotografia, melhor ator(atriz), melhor som, melhor trilha sonora, melhor direção de filme e melhor filme.
As exibições aconteceram no Teatro Municipal Severino Cabral na cidade, além das projeções no Museu de Arte Popular da Paraíba, a famosa obra de Oscar Niemeyer. A localidade das programações muda de acordo com a programação anual do evento e as premiações acontecem no último dos cinco dias de exibições do festival.


Além das exibições, o festival, contam contou com debates, shows e transmissões, que se tratando do Comunicurtas em especifico está ligada a Universidade Estadual da Paraíba e seu canal de comunicação do Youtube, o Rede UEPB.
A permanência de trabalhos como esse em regiões com pouca visibilidade no país é valiosa tanto para a manutenção da consciência multicultural do cinema brasileiro, como para a identificação do Brasil que é formado por tantos povos em um só, nas imagens projetadas na tela.

REFERÊNCIAS: 
https://ypuarana.com.br/comunicurtas/. 2022. Disponível em <https://ypuarana.com.br/comunicurtas/>. Acesso em: 13 de dezembro de 2022.
Secretaria Nacional do Audiovisual. https://www.gov.br/turismo. 2022. Disponível em < https://www.gov.br/turismo/pt-br/secretaria-especial-da-cultura/acesso-a-informacao/acoes-e-programas-1/secretaria-nacional-do-audiovisual>. Acesso em: 13 de dezembro de 2022.
KREUTZ. Katia. A História do Cinema Brasileiro. https://www.aicinema.com.br/. 2019. Disponível em < https://www.aicinema.com.br/a-historia-do-cinema-brasileiro/#:~:text=Os%20primeiros%20filmes%20gravados%20no,)%2C%20dirigido%20por%20Francisco%20Santos>. Acesso em: 13 de dezembro de 2022.

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