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07/02/2020 às 18h35min - Atualizada em 07/02/2020 às 18h35min

The Rolling Stones: 53 anos do álbum Between The Buttons

Não é o Exile on Main St, não é o Let it Bleed, também não é o Stick Fingers, nem mesmo o Some Girls. Certamente não é o álbum mais conhecido dos Rolling Stones mas, com certeza, Between The Buttons tem grande importância na carreira de sucesso da banda

Cinthia Resende
The Rolling Stones/Divulgação
Charlie, Mick, Bill, Keith e Brian (Foto: Reprodução/Internet)

Charlie, Mick, Bill, Keith e Brian (Foto: Reprodução/Internet)

Há 53 anos, a banda inglesa The Rolling Stones apresentava "Between The Buttons". A versão britânica foi lançada em 20 de janeiro, enquanto a americana, em 11 de fevereiro. Numa tentativa de superar o já ambicioso Aftermath, o álbum, que hoje está classificado na 355° posição na lista do “500 maiores álbuns de todos os tempos” da revista Rolling Stone, foi o começo de uma fase próspera para o grupo.

Em 1967, o quinteto ainda vivia sob a imagem de “bad boys” em oposição à imagem de “bons moços” dos Beatles. Hoje sabe-se que tudo foi minunciosamente planejado pelo empresário Andrew Loog Oldham. A questão é que a loucura e o uso excessivo de drogas proporcionaram um novo caminho para os ingleses. “'Between The Buttons' foi o primeiro disco que fizemos quando não estávamos na estrada. Porém, todos estavam muito doidos. Para nós, foi como um novo começo”, afirma o guitarrista Keith Richards.
 
O disco marcou um novo período para banda, aproximou-os de uma sonoridade própria e, segundo o jornalista, crítico musical e palestrante Regis Tadeu: “O repertório é muito bom, bem acima da média dos álbuns anteriores”.

O ÁLBUM

A capa foi uma foto tirada, ao amanhecer, por Gered Mankowitz, em 1966, no distrito de Primrose Hill, Londres. “A sensação etérea e drástica da época”, contou o fotógrafo.

(Foto: Gered Mankowitz)

(Foto: Gered Mankowitz)



O nome foi escolhido despretensiosamente por um engano. “Andrew me disse para fazer os desenhos para o LP e também disse que o título estava ‘entre os botões’, o que significava que ele estava indeciso. Eu pensei que ele havia dito que o título era ‘entre os botões’. Então ficou”, disse Charlie, que fez arte do álbum.

As gravações aconteceram em dois estúdios: Los Angeles em agosto de 1966 e Londres em novembro do mesmo ano. Lançado 10 meses antes do singular Their Satanic Majesties Request, o disco já adiantava muito do que viria a seguir.

(Foto: Gered Mankowitz)

(Foto: Gered Mankowitz)



Para o jornalista Richard Havers: “O álbum é um novo começo para banda e pavimentou o caminho para o Their Satanic Majesties Request”, opinião também compartilhada por Regis. “O disco foi a porta de entrada para o Their Satanic Majesties Request, que nada mais foi do que um tentativa (frustada) do grupo em fazer o seu próprio Sgt Papper’s  Hearts Club Band, dos Beatles”, mas isso é assunto para outro texto.

Como era de costume, Between the Buttons foi lançado nos Estados Unidos e Reino Unido com algumas diferenças. A versão britânica foi lançada pela gravadora Decca Records e possui, além das canções do álbum, os singles Let's Spend the Night Together” e "Ruby Tuesday”.

 A edição americana colocou “Let's Spend the Night Together” e "Ruby Tuesday” no lugar de "Back Street Girl" e "Please Go Home".

As outras músicas que aparecem igualmente nas duas edições são: "Yesterday's Papers" (primeira canção composta exclusivamente por Jagger), "My Obsession", "Connection", "She Smiled Sweetly", "Cool, Calm & Collected", "All Sold Out", "Who's Been Sleeping Here?", "Complicated","Miss Amanda Jones" e "Something Happened to Me Yesterday".

BRIAN JONES
(Foto: Gered Mankowitz)

(Foto: Gered Mankowitz)

Brian Jones é um capítulo à parte neste e em todos os outros álbuns que participou. Nos dias de hoje, ele é admirado pelos especialistas musicais e completamente idolatrado pelos fãs da banda, algo que o próprio Keith Richards disse não entender o porquê.

Em uma matéria feita pelo jornalista e escritor John Kruth, Jones é colocado como o gênio por trás do álbum. Regis discorda. “Nada a ver esse papo de gênio. Ele teve apenas uma maior influência na sonoridade dos arranjos. Nada além disso”. Mas, sua importância é indiscutível. “Por causa dele, novas sonoridades começaram a aparecer, timidamente no início, com o uso de outros instrumentos, como o Kazoo tocado em Cool, Calm & Collected e até mesmo na sonoridade geral de Ruby Tuesday”, comenta o crítico musical.

Brian Jones é conhecido como o multi-instrumentista da banda. Além de guitarrista, é ele quem toca Cítara em Paint it Black (single de Aftermath) e Saltério dos Apalaches na canção “Lady Jane”.

Além disso, suas ideias e liderança são, para muitos, a verdadeira razão do sucesso no começo do grupo.

Porém é justamente neste disco que o, até então líder, começaria sua derrocada. “Foi o disco que marcou defitivamente o início da piração do Brian Jones, não só mentalmente, mas também musicalmente”, comenta Regis. Para Richards: “...mas nem todo mundo estava bem. Brian começava a ficar esquisito na época".

Dois anos depois, em 1969, Brian Jones foi misteriosamente encontrado morto na piscina de sua casa em Hartfield, Reino Unido.

REPERCUSSÃO
Na época, o disco foi bem recebido pelos fãs e pela crítica. Alcançou o terceiro lugar no Reino Unido e se tornou disco de ouro nos Estados Unidos.

Segundo análise da Billboard: “Todo LP dos Stones tem sido um item de destaque, e esta última coleção não será exceção. A batida dura deles é evidente em toda a parte, e os hits individuais ‘Ruby Tuesday’ e ‘Let’s Spend a Night Together’ tem apelo imediato às vendas. Miss Amanda Jones’ e ‘Cool, Calm & Collected’ são excelentes nesse pacote vencedor”.

TOP  3
Como boa admiradora da banda, não poderia deixar de registar aqui minhas minhas músicas preferidas do LP.

LET´S SPEND A NIGHT TOGETHER

O álbum não é o mais badalado da banda, mas esta canção foi, sem dúvida, muito ouvida e cantada pelos jovens e adolescentes dos anos 60. Em 15 de janeiro de 1967, os Stones foram censurados ao tentarem cantarem-na no The Ed Sullivan Show, sendo obrigados a mudarem a letra da música de “Let’s spend a night together” para “Let’s spend some time together”.

RUBY TUESDAY

Decerto, a segunda música mais popular do álbum, também fez grande sucesso na época, tornando-se um grande hit na América.

CONNECTION

Esta tem os pianos de Ian Stewart (homem que não entrou para banda porque era "feio", mas nunca deixou de estar presente nos bastidores). Escrita, principalmente, por Keith Richards, ele também divide os vocais com Mick Jagger. Aliás, essa e Black Street Girl são as músicas preferidas do álbum para o frontmen. A canção envelheceu agradavelmente bem.

The Rolling Stones:

Mick Jagger - Vocais principais e gaita
Keith Richards - Guitarras, Pianos e vocais
Brian Jones - Guitarras, Piano, Kazoo, Gaita e Saxofone
Bill Wyman - Baixo
Charlie Watts - Bateria

Musicos Adicionais:

Jack Nitzsche - piano, cravo e percussão
Ian Stewart - piano e órgão

 


 
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