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16/04/2019 às 11h12min - Atualizada em 16/04/2019 às 11h12min

Persona e Armys: como BTS conquista o coração de milhares de pessoas a cada comeback

Carolina Rodrigues - Editado por Bárbara Miranda
Na última sexta-feira (12), o grupo sul-coreano, BTS, lançou seu novo álbum “Map Of The Soul: Persona”. A estreia marcou a parceria entre o grupo e a cantora americana Halsey com o hit “Boy With Luv”. Como já era de se esperar, mais uma peça do quebra-cabeça Universo Bangtan se encaixou, mas esse puzzle está longe de se completar.

A cada comeback se inicia uma nova era. Em Map Of The Soul: Persona, o grupo faz uma referência direta a persona, arquétipo criado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que ele mesmo intitula como uma máscara que usamos diariamente.

Para Carl Jung, somos forçados a representar diversos papeis durante nossa vida: o de estudante (como durante a era Dark&Wild), jovem adulto (a partir da era The Most Beautiful Moment in Life, HYYH), por exemplo. Porém, muitas vezes essas máscaras escondem a nossa verdadeira identidade. Em Persona, BTS nos faz pensar sobre quem nós somos, como nos definimos aos nossos olhos e pelo olhar do outro.

E talvez essa seja a essência que faz tanta gente se apaixonar: as faixas e álbuns não são se limitam a ser apenas isso. Vão além, nos passam mensagens e referências. Desde a, já citada, era Dark&Wild, BTS não tem medo de criticar a sociedade e a pressão que impõe sobre os jovens; o medo e a insegurança.

Já em Love Yourself, última era antes de Persona, vemos os personagens do Universo Bangtan amadurecendo e entendendo que o primeiro passo para que a vida possa fazer sentido é através da epifania do amor próprio. Ao se identificar como persona é preciso superar este estado e revelar para si mesmo o que está escondido por trás da máscara.
 
"Verdadeiramente, aquele que olha o espelho da água vê em primeiro lugar sua própria imagem. Quem caminha em direção a si mesmo corre o risco do encontro consigo mesmo. O espelho não lisonjeia, mostrando fielmente o que quer que nele se olhe; ou seja, aquela face que nunca mostramos ao mundo, porque a encobrimos com a persona, a máscara do ator. Mas o espelho está por detrás da máscara e mostra a face verdadeira. Carl Gustav Jung, em seu livro “Os arquétipos e o inconsciente coletivo”
 
     FONTE: akaishinkirou.tumblr.com
 
A face verdadeira
Para muitos fãs ao redor do mundo, esse espelho tem outro nome: BTS. O cultivo do amor-próprio e um olhar mais cuidadoso que tem sobre si mesmos, surgiram a partir das mensagens que BTS passa desde 2013.
Com a intenção de explicitar como o grupo coreano ajudou diversos fãs a se encontrarem, uma pergunta-chave foi feita para algumas fãs no Twitter:


 

“Eu sempre tive uma autoestima muito baixa ao ponto de não conseguir olhar no espelho. Quando eu conheci o BTS foi numa época em que eu me sentia muito vazia de tudo, eu estava no segundo ano de cursinho e não tinha mais forças pra continuar estudando. Conhece-los deu uma revigorada na minha vida, e parece que depois disso tudo se encaminhou, porque alguns meses depois eu consegui a bolsa do ProUni na faculdade que eu estudo hoje, isso me ajudou bastante. Voltando ao lance da autoestima, eu sinto que eu me tornei a pessoa que se sente mais confiante consigo mesma. Hoje em dia eu consigo, não só me olhar no espelho como consigo postar fotos nas redes sociais e realmente me achar bonita e suficiente para mim. Eu sempre me vi muito no Namjoon, porque, principalmente no começo da carreira, muitos diziam que ele não tinha o visual adequado, e foi basicamente o que eu ouvi a minha vida toda: ‘tão bonita, mas podia emagrecer né’ tão bonita, mas podia alisar esse cabelo’. Sempre tinha um mas, nunca era um "você é tão bonita". E com o BTS e especialmente o Namjoon, eu vi que, sim, eu sou suficiente. Eles, mesmo sendo idols e estando muito longe de mim, não só me disseram que eu sou bonita, como também conseguiram fazer com que eu me sentisse e não duvidasse mais disso”.
 

BTS me ajudou a me amar, a ver quem eu realmente sou. Eu sempre tive problemas com amor próprio, mas eles me ajudaram a vencer isso e agora eu me amo graças a eles. Acho que as letras da música passam uma mensagem que ajuda muito, eles sempre estão preocupados com os fãs, tudo isso me fez me sentir amada.
 

"Antes de conhecer os meninos, eu era uma pessoa completamente diferente. Desse tempo todo pra cá, eu me tornei aquilo que eu mais me orgulho. Eles conseguiram arrancar a melhor parte de mim. Uma confiança, maturidade inexplicável e me ajudaram ser uma pessoa sem medo de ir atrás daquilo que eu quero. Só o fato de eles fazerem com que eu diga que me amo em voz alta, já significa muito, muito mesmo."

"Eles me apresentaram a mim mesma, me apresentaram a uma nova versão de mim, se isso faz algum sentido. Uma versão que sempre existiu, só não tinha coragem e motivação suficiente pra sair. Mostraram que eu posso ser e ir muito além do que eu imagino. Quase como se eu pudesse voar. Me sinto como uma super-heroína às vezes para falar a verdade (KKKKK), ainda mais pelo que eu estava passando antes de conhecê-los, isso foi especial de tantas formas! e eu sou tão grata por tudo isso!"

"Em resumo, eles me transformaram, fizeram uma pessoa confiante e sem tantos medos, sabe? Sem medo de arriscar, sem medo de tentar, sem medo de me amar. Já que no fim das contas eu tenho a mim mesma e tenho a eles também, então eu sei que não importa o que aconteça, eu não vou estar sozinha."


"BTS me ajuda todos os dias a ser uma pessoa mais forte, uma pessoa que ama a si mesma e sabe que momentos ruins não a definem. Eles me acalmam com sua música e me fazem feliz todos os dias."


"A mensagem do amor próprio foi uma das que mais me marcou. Eu tinha o hábito horrível de sempre me colocar pra baixo porque não queria ser “ignorante”, sabe? Hoje eu me esforço para me valorizar e reconhecer os meus esforços e as pessoas que me cercam. Eu estou sempre buscando melhorar em algum aspecto. Antes eu via isso como um gatilho para me colocar pra baixo, hoje é um motivo para eu me reconhecer como alguém que evolui e que merece SIM estar onde está."
 
E aí, me conta: o que você acha de BTS?
 

REFERÊNCIAS:
JUNG, Carl Gustav. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. 2.ed. Petrópolis: Vozes, 2000.  
 

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