Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
24/04/2019 às 13h52min - Atualizada em 24/04/2019 às 13h52min

​Special: mais uma série da Netflix para você morrer de amores

Inspirada no livro autobiográfico "I'm Special: And Other Lies We Tell Ourselves" a produção aborda questões importantes relacionadas a aceitação

Daniela Santos
Foto divulgação
A nova série da Netflix criada e estrelada por Ryan O’Connell mal chegou (12 de abril) e já está nos deixando com saudade. O motivo é que ela é bem curtinha, com episódios de 15 minutos, que você acaba em cerca de duas horas. E te deixa com vontade de ver mais.

A série é inspirada no livro autobiográfico I'm Special: And Other Lies We Tell Ourselves. Nela, acompanhamos algumas desventuras do jovem Ryan Hayes, que tem que lidar com as dificuldades de ter paralisia cerebral, sobretudo dentro do mundo gay. É uma série sobre descobertas e traz, de maneira leve, mas realista, questões importantes relacionadas a aceitação de si mesmo.

Diferente da maioria das produções sobre pessoas LGBTQ, o fato de Ryan ser gay não é uma grande questão. Os conflitos estão muito mais relacionados com lidar com a cultura desse universo do que à sua sexualidade em si. É uma abordagem muito diferente do que estamos acostumados e é legal ver que a indústria está abrindo portas para essas novas narrativas.

O elenco reflete uma tendência dos serviços de streaming em trazer mais representatividade para minorias sociais em produções do cinema. Em entrevista ao The Wire, Ryan conta que optou por escalar atores homossexuais para os papéis de personagens gays. “É porque eu acho que homens héteros não podem interpretar um gay? Não, mas eu sei que existem vários gays talentosos e que não terão as mesmas oportunidades que atores hétero somente pelo fato de serem gays”. Ainda completou dizendo que “Hollywood ama lucrar em cima de pessoas marginalizadas sem nos dar nenhuma oportunidade”.

Fonte: site Variety

Fonte: site Variety


A série traz de maneira engraçada diversas situações, como a perda da virgindade e a saída de casa da mãe. A atriz Jessica Hecht, que interpreta a mãe de Ryan, tem um papel muito interessante, que varia entre a mãe superprotetora - em alguns momentos lembra Jennifer Jason Leigh, em Atypical -, melhor amiga do filho e, no fim ter que lidar, com sua própria liberdade de quando ele resolve sair debaixo de sua asa.  

Special acerta em brincar com situações bem millenials. Em uma delas, Ryan começa a escrever para o Eggwoke, um site comandado pela chefe egocêntrica, sem noção e sedenta por views, interpretada por Marla Mindelle. Apesar dos adjetivos nada simpáticos com os quais descrevi a personagem, acredite, é impossível não gostar ou pelo menos não dar uma risadinha com ela.

Outro destaque da série é a atriz Punam Patel, interpretando a blogueira Kim, que acaba se tornando a melhor amiga de Ryan. Ainda seguindo a lógica millenials, o papel dela é ser aquela influenciadora bonita e empoderada, mas que esconde os problemas pessoais por trás dos filtros do Instagram, ela é também a melhor personagem da série, que rende uns diálogos bem divertidos e encoraja Ryan a seguir em diversas situações.

Com personagens, ironicamente e bastante caricatos  o que funciona muito bem na série, é o que traz leveza e comicidade ao tratar de assuntos que, na vida real, podem ser um verdadeiro drama.

A Netflix ainda não confirmou se haverá uma segunda temporada, mas tudo indica que sim. A série tem recebido críticas bastante positivas, e o próprio criador já disse ter planos para a continuação. Vamos torcer para que a confirmação chegue logo (e que os episódios sejam um pouquinho maiores).
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »