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27/08/2020 às 16h27min - Atualizada em 27/08/2020 às 15h49min

SKINS: Como a série britânica influencia os dramas teens atuais

A série de 2007 é a pioneira do gênero que volta a ganhar espaço entre os jovens

Thaís Cordeiro - Editado por Bárbara Miranda


Skins
  (Juventude Á Flor da Pele no Brasil) é uma série de televisão britânica do gênero drama que acompanhava as vidas de um grupo de adolescentes em Bristol, Inglaterra. A trama tratava de temas como sexo, abuso de álcool e drogas, transtornos alimentares, homossexualidade e aborto, sendo considerada imprópria para menores de 18 anos por conta do seu conteúdo sensível.  Criada pelos escritores pai e filho Bryan Elsley e Jamie Brittain, a série teve sua estréia na TV britânica em 25 de Janeiro de 2007 e seu episódio final foi ao ar em 05 de Agosto de 2013.

Ao longo de sete temporadas, a série se tornou um sucesso de crítica e audiência e transmitida para mais de dez países, foi uma das primeiras produções teens a ganhar prêmios importantes e a receber uma indicação ao BAFTA, o Emmy da TV britânica.

Polêmica e aclamada, Skins foi uma série precursora dos dramas adolescentes a tratar de temas reais da juventude de maneira quase visceral. Do elenco, formado por atores novatos que eram, de fato, adolescentes, entre 14 e 18 anos, ao formato, que seguia um personagem por episódio e constituído de “gerações” que mudavam a cada duas temporadas; nada como Skins havia sido visto na TV.

A série foi criticada por apresentar a imagem de adolescentes engajados em comportamentos disruptivos, além de violência urbana, sexo casual e uso de drogas, que poderiam influenciar os jovens telespectadores; ao mesmo tempo, era notada por destacar as dificuldades de crescer em meio a famílias disfuncionais, abandono parental, transtornos psicológicos e o inegável sentimento de lidar com as escolhas do passado e os próprios erros.

Trailer da 2ª Temporada de Skins:



Como observar uma obra de arte, em que é necessário se distanciar para absorver-la em sua totalidade. É na sétima, e última, temporada em que revisitamos os personagens mais icônicos da série, já nos seus vinte anos, que é possível perceber como era complexa e profunda a trama que construiu a persona de cada um deles.

Divida em três partes de dois episódios cada, retratando a vida atual de Elizabeth “Effy” Stonem (Kaya Scodelario) em Skins Fire, Cassandra “Cassie” Ainsworth (Hannah Murray) Skins Pure e James “Cook” Jr (Jack O’Connell) Skins Rise.

Embora cada história seja única e não relacionada com as outras, o desenvolvimento dos personagens convergem em um mesmo ponto, a melancolia típica da vida adulta, que surge com as responsabilidades e a percepção de que os problemas da adolescência são passageiros.



Mais de dez anos após sua estréia, surgiram novas séries que lidam com a temática da angústia adolescente de maneira mais explícita e afiada com o toque que Skins deixou dramaturgia teen.

Skam, A websérie norueguesa de nome similar que retrata a vida cotidiana dos adolescentes de uma escola em Oslo, Noruega e fala sobre traição, sexualidade, inseguranças com o corpo, abuso sexual e intolerância religiosa.  A criadora da série (Julie Andem) revelou que se inspirou em Skins enquanto escrevia a série.

Sex Education é uma série britânica original da Netflix , conta a história de Otis (Asa Butterfield), um adolescente de 16 anos, que está sentindo sua sexualidade aflorando. A série se aprofunda em diversos temas da sexualidade e da afetividade humana de uma maneira extremamente responsável e às vezes até didática.

E a mais similar em termos de conteúdo e polêmica, Euphoria. A série da HBO que tem como foco a personagem Rue (Zendaya), uma adolescente viciada em drogas que, após uma overdose, passa um tempo internada, volta à escola e precisa se adaptar a uma vida "limpa".

Antes de Euphoria surgir, o remake americano de Skins (conhecido como Skins US) chocou o público em sua estréia em 2011 e foi cancelado após a primeira temporada por causado alto conteúdo sexual envolvendo os jovens atores e por fim, não ter se conectado com os telespectadores como a original britânica conseguiu.

Seja sobre problemas familiares, discussão de gêneros, sexualidade, drogas ou religião, tudo que é apresentado nos canais e plataformas atuais, já foi feito em Skins. Uma série que marcou uma geração e continua sendo um marco do gênero teen por sua autenticidade viciante.

 
REFERÊNCIAS

NATELINHA. “Por que Skins Deveria Voltar ao Radar do Público Brasileiro”. Disponível em: <https://natelinha.uol.com.br/colunas/tvxtv/2020/06/07/por-que-skins-deveria-voltar-ao-radar-do-publico-brasileiro-146070.php > .Acessado em 27 de Agosto de 2020.

MEDIUM."Como Skam Revolucionou Os Limites das Séries Adolescentes". Disponível em: <https://medium.com/@jeffitow/como-skam-revolucionou-os-limites-das-s%C3%A9ries-adolescentes-para-sempre-7b70b82b5e01> .Acessado em 27 de Agosto de 2020.

EW, "MTV Cancels Skins". Disponível em: <https://ew.com/article/2011/06/09/mtv-cancels-skins/> .Acessado em 27 de Agosto de 2020.
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