Imagine um universo onde super-heróis existem. Não é uma tarefa difícil já que temos várias produções desse gênero. Neste em específico, heróis são celebridades e possuem a responsabilidade de manter a paz e ordem na sociedade. Porém, por trás de todo esse heroísmo e fama, encontramos pessoas com problemas e ambições, típicas do ser humano, movidos por ego, interesses pessoais e as piores qualidades da humanidade.
Essa é a série The Boys, produção original do Prime Video. Ela tem ganhado os holofotes em razão da sua qualidade, e especialmente, pela recente estreia da sua segunda temporada. Trata-se de uma adaptação da HQ de mesmo nome, criada por Garth Ennis e Darick Robertson, dividida em 12 volumes e publicada entre 2006 e 2012.
A trama da HQ traz a história de Billy Butcher com o seu grupo que se reúnem com um objetivo: Combater super-hérois.
Os quadrinhos foram publicados pela DC Comics, através da sua linha editorial. Entretanto, por considerar o teor da história muito sombria e pela sátiras pesadas, promovida pelo gibi, a DC resolveu interromper sua publicação.
A produção da Amazon até então tem sido bem fiel a história original. Ela tem conseguido reproduzir o espírito rebelde, humor satírico e sua violência, mantendo o arco principal da trama com similaridades ao gibis. Entretanto, discrepância entre as duas obras podem ser notadas. Algumas alterações foram feitas com o objetivo de encaixar de forma mais precisa com a contemporaneidade, já outras, não há explicações simples de entender.
Alguma dessas diferenças está em relação ao composto V. Na série, Billy e seu grupo não possuem poderes. Eles enfrentaram os hérois por meio da suas habilidades e estratégias engenhosas e quase sempre estão em fuga, por não poderem combater seus inimigos de frente, devido força desigual.
Já nos quadrinhos, isso é dado de outra forma. Em algum momento da história, o grupo do The Boys, eventualmente, injetam o composto V neles mesmo, assim, obtendo poderes de forma temporária. Diante disso, eles enfrentam os heróis em confrontos direto.
Outra coisa bastante modificada é a origem dos poderes da Kimiko. Na produção, compatriotas de guerrilha injetam o composto V nela de forma compulsória. Isso, a mando da Vought no intuito de criar super vilões para reforçar e justificar uma maior demanda por hérois.
Porém, nos quadrinhos, Kimiko ingere o composto por acidente, ainda quando criança.
Alterações são vistas no arco da trama também. Os quadrinhos apresentam algumas subtramas diante da história principal. Nisso, Billy e sua equipe frequentemente realizam missões englobando os ‘‘setes’’ e partir disso, eles vão tendo contado com outros personagens que remetem a história de heróis já conhecidas. Então, através dos quadrinhos, é apresentado uma maior variedade de personagens com poderes comparado a produção da Amazon.
Além dessas mudanças, há inserção de pautas sociais, relevantes para a atualidade, e da tecnologia que faz o nosso mundo ser o que é hoje. A série buscou fazer alterações para encaixar de forma mais precisa a história com os tempos modernos. Então, nela podemos ver assuntos como o movimento Oscar So White, Me too, feminismo, assédio, dentre outros que não estão presentes nos quadrinhos.
Então, quem for se aventurar lendo a HQ vai encontrar certas discrepâncias na história, porém a essência de The Boys foi mantida, sendo dessa forma, não havendo alterações gritantes entre as duas obras. É possível dizer que ambas são complementos.
REFERÊNCIAS
TEIXEIRA, Cauê. Tudo sobre The Boys na série e nos quadrinhos. Disponível em: <https://entretenimento.r7.com/prisma/apuracao-hq/tudo-sobre-the-boys-na-serie-e-nos-quadrinhos-04092020>. Acessado em: 16/09/2020.
COMICS, Load. As diferenças entre as HQs e a série de The Boys. Disponível em:<https://www.omelete.com.br/amazon-prime-video/the-boys-diferencas-hqs-serie#15>. Acessado em: 16/09/2020.