Fonte | Reprodução: https://www.cyber.jornadasinternacionais.com.brDe 23 a 25 de setembro de 2020 ocorreram as Cyberjornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos do Observatório de Histórias em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. O evento, inteiramente virtual, foi a alternativa encontrada por seus organizadores para substituir – neste ano de pandemia do novo coronavírus – a tradicional (e presencial) Jornadas Internacionais do Observatório de Histórias em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.
No entanto, uma ocorrência não substituiu a outra. Em agosto de 2020 ocorreriam as 7ªs Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos. Este evento foi transferido para os dias 18, 19 e 20 de agosto de 2021. Em 2020, as Cyberjornadas ocuparam este vácuo. Dois eventos independentes que essencialmente diferem em seus formatos, mas que mantêm uma mesma proposta/objetivo.
Iniciadas em 2011 – ocorriam a cada dois anos e tornaram-se anuais em 2018 – as tradicionais Jornadas representam hoje um importante lugar de referência. Seu principal objetivo é o de fomentar a pesquisa e a discussão teórico-prática, em nível acadêmico, do papel das Histórias Quadrinhos nas sociedades humanas.
Sem qualquer demérito, grandes encontros como CCXP, SDCC, FIC, MINODAY, PerifaCon dentre outros costumam estar voltados mais ao entretenimento proporcionado pelos Quadrinhos.
Por outro lado – não oposto e sim complementar – as Jornadas Internacionais de HQs da USP – assim como as Cyberjornadas deste ano – lançam o foco sobre o diálogo dos gibis com a coletividade. Fomenta-se a pesquisa científica, a postura investigativa a fim de produzir conhecimento a respeito do tema.
Uma inclinação que acaba por demonstrar, de forma mais perceptível, as potencialidades comunicativas da mídia/arte Histórias em Quadrinhos. Mostrar como estas podem, inclusive, assumir uma função de leitura e intervenção sociocultural, promover mudanças de comportamento e, portanto, transcender o simples lazer.
Com a comissão organizadora formada por Waldomiro Vergueiro (Universidade de São Paulo), Roberto Elísio dos Santos (Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP), Paulo Eduardo Ramos (Universidade Federal de São Paulo), Nobu Chinen (Observatório de Histórias em Quadrinhos da ECA-USP) e Celbi Pegoraro (Universidade de São Paulo), as Cyberjornadas tiveram uma programação diversa. Foi dividida em doze sessões temáticas:
Quadrinhos e Linguagem; Quadrinhos, Culturas e Novas Mídias; Quadrinhos, História e Literatura; Quadrinhos e Educação I; Quadrinhos e Linguagem II; Quadrinhos, História e Sociedade; Quadrinhos e Educação II; Quadrinhos e Socieade; Quadrinhos, Cultura e Literatura; Quadrinhos, Arte e Educação; Quadrinhos e Sociedade II; Quadrinhos, Comunicação e Mercado.
Através da ferramenta Google Meet os inscritos, ouvintes e autores cujos trabalhos foram previamente selecionados, puderam participar ouvindo, vendo e dialogando de maneira inteiramente online. Cada apresentação poderia disponibilizar até 15 minutos e ao final, mais 30 minutos para discussões entre todos os presentes.
As apresentações ocorreram de modo simultâneo em salas virtuais diferentes. Quatro em cada dia do evento, duas pela manhã e outras duas pela tarde. Em cada uma delas, também estavam presentes um coordenador e um debatedor. Este último era o encarregado de selecionar e encaminhar as perguntas para a discussão no tempo final.
A interdisciplinaridade na busca dos conhecimentos sobre o universo da 7ª Arte prevaleceu. Neste contexto a diversidade de trabalhos apresentados foi expressiva, como vem ocorrendo ao longo da trajetória do evento.
Profissionais das mais diversas áreas e estudantes (Graduação e Pós-graduação) analisaram aspectos da realidade e levantaram problemáticas através das Histórias em Quadrinhos, fazendo das Cyberjornadas – tal como ocorre com as tradicionais Jornadas – um verdadeiro laboratório de pesquisa e divulgação de informação.
Neste contexto, a agenda virtual estruturada a partir do impositivo sanitário atual, ampliou os espaço para a troca de informações e o aprendizado. É importante salientar que pesquisadores de todo o Brasil participam das Jornadas.
Portanto, as Cyberjornadas abriram a possibilidade de agregar um maior número de pessoas em função das facilidades do contato mediado pela tecnologia. Com um maior número de pessoas participando, maiores são as possibilidades de estimular o crescimento de debates variantes na seara das Histórias em Quadrinhos.
É a união da paixão pela linguagem dos Quadrinhos com a pesquisa científica, também direcionado à compreensão do momento em que vivemos e o esforço para o alcance de algum bem-estar social. Tais propostas estiveram bem representadas, por exemplo, em uma das últimas sessões temáticas ocorridas.
Então, na QUADRINHOS E SOCIEDADE, atualidades como a cultura do cancelamento, as contribuições do design gráfico social, as representações emocionais das obras do Quadrinista Marcello Quintanilha e um novo pensar sobre o sindicalismo baseado no humor chargístico, compuseram um profícuo palco de diálogo e proposições.
Acesse aqui para obter maiores informações sobre as Cyberjornadas de HQs da USP. Já no site das 7ªs HQs da USP estão disponibilizados informações sobre este próximo evento, assim como os cadernos de resumos e os anais de todas as Jornadas já realizadas.
REFERÊNCIAS:
JORNADAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS. 22 abr. 2020. COMUNICADO DAS 7ªS JORNADAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS. Disponível em: https://www.jornadasinternacionais.com.br/. Acesso em: 8. Ago. 2020.
CYBERJORNADAS INTERNACIONAIS DE HISTÓRIAS EM QUADRINHOS. [s.d]. Disponível em: https://www.cyber.jornadasinternacionais.com.br/. Acesso em: 8. Ago. 2020.
