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29/04/2021 às 15h51min - Atualizada em 29/04/2021 às 14h58min

Museus na pandemia: impactos e adaptações

Em tempos de distanciamento social, museus e centros culturais tiveram que repensar sua gestão e o modo de transmitir cultura

Giovanna Macedo Oliveira - Editado por Letícia Agata
FONTE: Jessica Pamp/Reprodução: Unsplash
Em março de 2020, uma emergência sanitária parou o mundo inteiro devido à alta de contágios e mortes pelo novo coronavírus. Diante dessa situação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o distanciamento social, medida que obriga a suspensão de diversas atividades, inclusive as que se referem à cultura, como museus e centros culturais.

Conforme o avanço da pandemia, as instituições museológicas se viram preocupadas com diversas questões. O Ibermuseus – programa de cooperação para os museus da Ibero-América, como Brasil e México – fez um relatório de impacto da pandemia nos museus e centros culturais, de modo a identificar as necessidades dessas instituições e de que forma as medidas contra covid-19 afetaram sua operação.

A pesquisa do Ibermuseus, feita com 434 instituições de 18 países da região, coletou informações sobre as necessidades mais iminentes desse setor na pandemia. A princípio, o setor de cultura teve dificuldade com a captação de recursos financeiros para manter o funcionamento, além de realizar o pagamento de salário dos funcionários. Inclusive, 60% das instituições mistas afirmam que demitiram parte dos empregados, principalmente nas áreas que estão fora de operação, como visitas guiadas, exposições, cafeterias e serviços terceirizados.



Outra preocupação gerada foi a de manutenção física dos edifícios e das coleções, além de investimento na área de desenvolvimento de projetos. Também, certamente por causa do distanciamento social, os museus e centros culturais começam a se preocupar com medidas de biossegurança na abertura desses serviços, e, sobretudo, a adaptação ao universo virtual, com a capacitação de profissionais e investimento nessa área, para se adequar à nova realidade.


Pelo fato do fechamento dessas instituições, a principal medida adotada foi levar os museus à casa dos espectadores. O interesse dos "quarentenados" cresceu muito sobre visitas virtuais, já que não poderiam se deslocar até um centro cultural.

Por exemplo, os acessos à plataforma Google Artes e Cultura - Google Arts &  Culture, em inglês - mais que dobraram na pandemia, segundo o seu desenvolvedor, Amit Sood. Criado em 2011, o site possui um acervo virtual de obras do mundo inteiro e permite que os usuários “andem” pelo interior dos museus e deem zoom em detalhes das obras.



A fim de seguir a mesma proposta e se adaptar ao novo normal, alguns museus e centros culturais renderam-se ao universo virtual, realizando exposições online. Um deles foi o Louvre, museu francês, que oferece uma visita virtual gratuita a algumas obras do seu acervo, dentre elas a mostra “O advento do artista”, que inclui trabalhos renascentistas como os de Tintoretto e Rembrandt. Além disso, na programação online, está uma experiência em realidade virtual sobre o icônico quadro “Mona Lisa”, entre outras atrações.



Da mesma forma fizeram alguns museus no Brasil, especialmente em São Paulo. A Pinacoteca, por exemplo, possui em seu site uma página “Tour Virtual”, que permite aos internautas visitarem uma antiga exposição permanente e à nova mostra “OSGEMEOS: segredos”, dos irmãos Otávio e Gustavo Pandolfo.

Igualmente, o centro cultural SescSp criou a plataforma “Sesc Digital”, que possibilita navegar por mais de 60 catálogos e publicações educativas, vídeo-passeios, entrevistas com curadores e séries criadas a partir de exposições recentes da instituição.



De fato, a crescente produção de conteúdo online, por parte de instituições museológicas, deve continuar mesmo pós-pandemia, já que o espaço físico sofrerá adaptações com público restrito, através das medidas de biossegurança. Por isso, o investimento em divulgação online e tours virtuais está cada vez mais garantido.

 

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