No dia 19 de abril, o presidente da República Jair Messias Bolsonaro sancionou a Lei n º 14.140, que decreta o dia 26 de maio como o Dia Nacional do Sanfoneiro, em homenagem ao músico nordestino Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca, que faria aniversário nesta data, completando 91 anos de idade. A comemoração já está em vigor sobre todo território brasileiro.
Severino faleceu em Dezembro de 2006, aos 76 anos, e deixou para trás, além de três netos, sua esposa, Glorinha Gadelha, e sua filha, Flávia Barreto, autora da obra “Magnífico Sivuca”, publicada em 2012.
“Sivuca é uma das grandes referências musicais que temos no estado da Paraíba. Um músico inventivo, criativo de reconhecimento não somente nacional, como também internacional. [...] Com certeza um dos nossos grandes talentos, com uma discografia imensa.” Assim, o jornalista e historiador, doutorando em história social, Bruno Gaudêncio caracterizou o artista homenageado, Severino Dias de Oliveira.
O artista iniciou na música ainda criança, aos 4 anos já cantava e tocava em um bloco de maracatu, conhecido como “Maracatu de João Penca”, que costumava passar próximo à sua casa. Aos 9 anos, ganhou de seus pais a primeira sanfona e aprendeu de maneira autodidata as primeiras técnicas do instrumento.
Quando completou 15 anos, se mudou para Pernambuco, e lá, ganhou destaque em um programa de talentos, ao qual o diretor artístico da Rádio Clube Recife, Nelson Ferreira, assistia as apresentações, reconhecendo o potencial do sanfoneiro, contratando-o para tocar na rádio, sozinho e em grupo. Ali, Severino permaneceu por três anos, e nesse período, adotou o famoso nome Sivuca.
Em torno de 1950, o talento do musicista começa a impressionar outros artistas da música popular brasileira, iniciando em sua vida uma fase dedicada a publicar seus primeiros álbuns e realizar parcerias com estes outros cantores. Esta base em sua vida proporcionou iniciar ainda na década de 50 a carreira internacional.
Em entrevista, o jornalista Bruno Gaudêncio relata que apenas por volta da década de 80, quando o sanfoneiro retorna à terra natal e se engaja mais ainda em festejos culturais de sua região é que ganha reconhecimento e valorização pelo trabalho. E, as homenagens prestadas ao cantor ganham forças.
Durante os últimos 30 anos de sua vida, o músico enfrentou o câncer nas glândulas salivares em constantes tratamentos. Mas, em dezembro de 2006, despediu-se da vida deixando para trás um forte legado cultural.
Sivuca: mestre e grande influência
De fato, “o poeta do som”, como era conhecido, também virou referência para os novos musicistas que o citam como tal. Principalmente, em algumas localidades, como na própria Paraíba e também Pernambuco, jovens e adultos que se apegam à sanfona fazem questão de exaltar o trabalho do artista.
Além da nova data comemorativa em sua homenagem, o acervo que pertenceu ao cantor e está sob os cuidados de sua viúva, Glorinha Gadelha, ganhará um espaço oficial administrado pela Universidade Federal da Paraíba. O historiador Gaudêncio acredita que estes conteúdos tem um grande potencial para se tornarem um museu físico.
Glória Gadelha e Reitor da UFPB - Imagem: Oriel Farias / UFPB - Site Oficial