A história das histórias em quadrinhos revela como surgiu essa expansão da imprensa, que nasceu das 'tirinhas' e ganhou as bancas de jornais e prinicipais críticas no mundo.
Logo no início, as publicações eram feitas nos jornais, e na maioria das vezes era sátiras. Por volta de 1930, as coisas mudaram, e as HQ’s passaram a ter um palco só para elas, como forma de revistas independentes.
Esse casamento entre imagem e figuras começou a ganhar forma, e assim, foi se estabilizando como uma das maiores formas de comunicação no mundo. Hoje, mais da metade das crianças de todo o planeta consomem notícia através das histórias em quadrinhos.
E essa construção teve grandes personagens como seus icones principais para iniciar essa expansão por este gênero.
Para falar sobre os processos de produção e publicação de uma HQ convidamos Ricardo Souza, Ilustrador, quadrinista e diagramador, que produz os quadrinhos independentes Power Pants e Kauê Medeiros, estudante de jornalismo e fã de quadrinhos.
As histórias em quadrinhos como inspiração para a história
Os personagens que protagonizaram o início da nova fase das histórias foram O Marinheiro Popeye (1929), Mickey Mouse (1930), Pato Donald (1938) e também os responsáveis pala popularização das HQ’s: Super Homem (1938) e Batman (1939).
O período da Segunda Guerra Mundial possui grande relevância na história das revistas dos super-heróis, pois foi lá que surgiram os grandes “salvadores” que conhecemos até hoje, o maior exemplo é o Capitão América, que lutava para proteger os Estados Unidos da América, e que inspirou várias crianças, sendo inclusive um símbolo do patriotismo norte-americano. Tal símbolo que até hoje é material de estudo para entender os conflitos da época.
Por dentro do mercado editorial
Agora que você já conhece um pouco sobre o surgimento dos quadrinhos e sua influência, vamos te apresentar o mercado editorial.
Para uma obra ser publicada existem várias etapas: criação, ilustração, editoração, impressão e vários outros. Mas onde tudo começa?
Um artista, primeiramente faz a síntese da obra em sua cabeça, depois vem a parte da história, em que é feito a construção de personagem e as ilustrações (algumas vezes feita pelo próprio criador da história e às vezes por um ilustrador separado).
A parte de publicação da obra fica por conta da editora, que é responsável por analisar se a obra tem potencial para gerar lucros ou não. É na parte da editoração que também são feitos os ajustes e a impressão das histórias em quadrinhos. As estratégias de marketing e vendas também são de responsabilidade da editora.
Para a revista chegar na sua casa temos alguns caminhos:
Todas as etapas acima envolvem transportadoras, e funcionários, chegando assim no valor final do produto que você recebe na sua casa.
Mas alguns artistas seguem um caminho diferente, e se tornam publicadores independentes, como é o caso do Ricardo Souza, designer gráfico, diagramador em jornais e autor da história em quadrinhos nacional Power Pants que foi lançada em 2018 durante o FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos), em Belo Horizonte. A história acompanha Juan que se candidata para uma oportunidade de emprego no exterior, e para permanecer no país, precisará se envolver em um esquema de lutas clandestinas.
Em entrevista ao nosso site, Ricardo falou as dificuldades de ser um artista independente:
“Tirando o tempo extra que é preciso ter e de um investimento financeiro para impressão, a maior dificuldade veio depois, na hora de promover e vender as publicações. É preciso ir atrás dos portais de notícias, eventos e feiras de publicações [...] mesmo assim, o público que se interessa pela HQ independente ainda é muito pequeno no Brasil.”
E também falou sobre a importância de apoiar os artistas nacionais:
Conheça mais sobre o artista:
A nossa equipe também entrevistou fãs de quadrinhos, que nos apresentaram suas visões sobre o mercado editorial.
“Falta incentivo cultural para os quadrinhos (nacionais) serem mais evoluídos”, declara Kaue Medeiros, estudante de jornalismo e crítico de quadrinhos para o site Nerdzoom. Kaue também afirmou que um dos pontos fortes dos quadrinhos nacionais são a isenção de cronologias, muito comuns nas obras internacionais.
Questionado sobre sua obra nacional favorita, o estudante citou a obra Astronauta, de Danilo Bayruth.
O mercado editorial está em constante mudanças, tanto por necessidades mercadológicas, quanto por características das obras e importância de apoiar artistas nacionais é um tema que precisamos colocar em pauta.
Para se aprofundar mais no assunto, segue uma indicação de podcast falando sobre como funciona uma pequena editora de quadrinhos:
REFERÊNCIAS:
SANTOS, Aline Martins. A Segunda Guerra Mundial na Linguagem dos Quadrinhos. Capitão América: “A Sentinela da Liberdade” ou “O Defensor da América para os Americanos”?. Disponível em: < http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/encontros-nacionais/6o-encontro-2008-1/A%20Segunda%20Guerra%20Mundial%20na%20Linguagem%20dos%20Quadrinhos.pdf>. Acesso em: 04 de jun. 2021
OCHABA, Sabine. 1890: Primeira revista em quadrinhos. DW, 2021. Disponível em: < https://www.dw.com/pt-br/1890-primeira-revista-em-quadrinhos/a-834103#:~:text=Algumas%20fontes%20consideram%20o%2017,primeira%20revista%20com%20hist%C3%B3rias%20desenhadas.>. Acesso em: 04 de jun. 2021
MATOS, Talliandre. História em Quadrinhos. Mundo Educação, 2021. Disponível em: < https://mundoeducacao.uol.com.br/literatura/historia-historia-quadrinhos.htm#:~:text=Os%20quadrinhos%20como%20os%20conhecemos,publicadas%20e%20consumidas%20pelos%20leitores.&text=Foi%20em%201939%20que%20a,Unidos%2C%20apresentando%20o%20her%C3%B3i%20Superman.>. Acesso em: 03 de jun. 2021
NALIATO, Samir. Confins do Universo 107 – Como funciona uma pequena editora de quadrinhos. Universo HQ, 2020. Disponível em: < https://universohq.com/podcast/confins-do-universo-107-como-funciona-uma-pequena-editora-de-quadrinhos/>. Acesso em: 04 de jun. 2021