Além de serem episódios que não têm dependência do outro para fazer sentido, as tramas apresentam um enredo muito bom, pois cumpre com a temática que é proposta, tendo um bom desempenho de narração, apesar das animações apresentarem curta duração. O episódio era do gelo, em especial faz a utilização de atores reais (humanos), entretanto o foco permanece na animação. Nesta cena em questão, é abordado o surgimento do planeta terra, sua evolução até o seu fim, após isso todo processo é reiniciado como se todo o dia o mundo nascesse como um loop infinito, isso tudo acontece dentro da geladeira do casal.
Outra característica presente em Love, Death & Robots, é visão futurista, na qual a tecnologia dominou ou está tentando dominar o mundo. Essa questão é abordada em ambas temporadas. Em uma delas, como é o caso do Os três robôs, relata uma sociedade em que a raça humana foi exterminada e os robôs passeiam pelo mundo abandonado tentando entender o que as pessoas gostavam e o porquê de gostar de certas coisas.
A próxima temporada também começa falando a respeito disto em: atendimento automático ao cliente. Trata-se das tecnologias robóticas e como somos dependentes delas, os personagens dessa narrativa, possuem uma cabeça grande e o corpo pequeno. O que pode remeter a ideia de que o ser humano teve de se esforçar para adquirir essas tecnologias e como resultado disso o cérebro foi exercitado e consequentemente aumentou o tamanho da cabeça, o que remete a esta questão. Não realizar atividades físicas, por exemplo, deixou o corpo pequeno e sem força, pois os robôs ficaram responsáveis por todo esse tipo de trabalho, desde a limpeza até a segurança dessa sociedade.
Os traços das animações presentes na série não seguem um padrão, até porque vários animadores estão envolvidos neste projeto e são de nacionalidades e gostos distintos. Dentro da proposta trazida isso pode ser considerado um ponto positivo, tendo em mente que as cores e os formatos dos desenhos contribuem de forma significativa no enredo, além de criar uma atmosfera que dá mais vivacidade à obra. No episódio Zima Blue, por exemplo, o ambiente apresentado traz muito contraste entre o preto e variações da cor azul, a utilização de cores frias traz mais dramaticidade, que compõe o mistério que vai sendo desvendado, além de representar os sentimentos do personagem principal.
Com a estética não padronizada dos traços, essas animações apresentam estilos diferentes tanto em 3D, como também em 2D, alguns até lembram cartoons, rotoscopia, que ajudam na narrativa e muitas vezes podem remeter a jogos por conta do seu designer. Uma série que pode agradar diversos gostos, portanto com relação a qualidade dos episódios, podem variar, pois envolvem questões particulares do público tanto quanto ao enredo como os traços que mais os agradam.
REFERÊNCIAS:
EOLI, Arthur. Crítica: Love, Death + Robots continua impressionando mesmo com 2º ano morno. Omelete, 2021. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/netflix/criticas/love-death-robots-2a-temporada-critica>. Acesso em: 22 de jul. de 2021.
LOVE DEATH + ROBOTS | Trailer oficial [HD] | Netflix. Youtube, 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=lUN84i8-cBs>. Acesso em: 22 de jul. de 2021.
Love, Death & Robots. Tecmundo, 2019. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/love-death-robots>. Acesso em: 22 de jul. de 2021
LOVE, DEATH + ROBOTS: Vale assistir? (Netflix, 2019) | 1ª Temporada. Youtube, 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=pXCd_jZSK5M>. Acesso em: 20 de jul. de 2021
QUE ISSO SEJA ÚTIL | Love, Death + Robots 2 - Tudo comentado. Youtube, 2021. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=6BmSH8F_QvI>. Acesso em: 20 de jul. de 2021.