Aparentemente não é só o coronavírus que possui um alto teor de proliferação. De acordo com um estudo publicado pela Proceedings of the Royal Society A: Mathematical and Physical Sciences, a música dispõe um componente de contágio que a permite se espalhar semelhantemente a um vírus.
A pesquisa ainda destaca que determinados gêneros musicais podem exercer uma influência maior em relação a outros, como é o caso do estilo eletrônico que conta com cerca de 1,4 bilhões de downloads individuais, segundo mostra a análise elaborada pela pesquisadora em matemática e estatística, Dora Rosati.
Esse levantamento foi definido através da obtenção de um RO, termo utilizado na epidemiologia para compreender qual a é a taxa transmissora de um vírus, quando a população não possui qualquer tipo de imunidade a ele. O RO da COVID-19, por exemplo, varia entre 0,7 e 0,9.
Ou seja, a cada dez pessoas contaminadas com a doença, podem contagiar para 7 a 9 outros indivíduos. Da mesma forma funciona com a música, principalmente com a música eletrônica que o RO conseguiu atingir o marco de 3.430. Superando até mesmo outras enfermidades contagiosas, como catapora (RO de 10 -12) e sarampo (12-18).
Além do gênero eletrônico, outros estilos se enquadram entre os que se proliferam mais rapidamente no meio dos ouvintes. Dentre eles estão o rock seguindo do hip-hop,e um pouco atrás estão, o estilo dance e o metal com 2,8 e 3,7 de RO.
O relatório do estudo, abre espaço para um questionamento no que diz respeito ao poder de influência que a música exerce em toda uma sociedade. É só observar quando hit faz sucesso, sendo a pessoa simpatizante com o gênero em evidência ou não, o fato é que as mesmas não o deixam consumir.
Em 2016, pesquisadores da Universidade de St. Andrew, na Inglaterra, relataram que as músicas consideradas "grudentas" apresentam em sua grande maioria "um ritmo tão distinguível que mesmo sem melodia é possível reconhecê-las''. Como foi o caso do viral Thriller, do astro pop Michael Jackson, a introdução instrumental do hit, é o que de fato mais fica guardado na memória.
A música obtém um um forte impacto no comportamento humano e no consumo, sendo capaz de estimular emoções que influenciam as reações das pessoas. Como sensações de saudosismo, tristeza, animação ou até mesmo concentração. Um outro estudo realizado pela Universidade de Brasília - UNB (Diogo Conque Seco Ferreira, 2007), pontua o poder persuasivo da música, a pesquisa que utiliza das teorias filosóficas do Behaviorismo Radical de Skinner e uma análise do comportamento humano, conclui que a música pode ser sim um elemento manipulável, sendo bastante usado nas estratégias de marketing e na publicidade.