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30/10/2021 às 23h56min - Atualizada em 30/10/2021 às 15h30min

Mulher-Maravilha e a sua jornada de representatividade ao longo de seus 80 anos

Heroína tem inspirado meninas e mulheres durante sua existência

Suzana Dorico - Editado por Marcela Câmara

A maior heroína de todos os tempos completou 80 anos no último dia 21 de outubro com uma longa jornada de representatividade e sendo inspiração para milhares de  pessoas ao redor do mundo. Sua primeira aparição foi nos quadrinhos Sensation Comics em 1941 e desde então se tornou ícone da cultura pop sendo símbolo da verdade, justiça e igualdade.
 

A Mulher-Maravilha ou Diana Prince é uma princesa amazona, filha da rainha Hipólita e criada em uma ilha habitada somente por mulheres chamada Paraíso - renomeada depois para Themyscira e vivendo livre de qualquer influência por parte dos homens. Sua origem se deu através de um pedido de sua mãe aos deuses e segundo a rainha, Diana foi feita e esculpida a partir do barro. Tudo mudou com a chegada de Steve Trevor que ao cair com seu avião na ilha, foi salvo pela princesa amazona e após sua cura, Diana o acompanhou ao chamado mundo dos homens a fim de promover a paz e justiça. Diana também possui poderes como: super-força, resistência, agilidade, capacidade de voo, além de contar com ajuda de acessórios: o laço da verdade, braceletes, tiara real, escudo e espada mágica.


Quando o psicólogo e professor Charles Mourton (pseudônimo de William Mourton Marston) criou a Mulher-Maravilha em meio a Segunda Guerra Mundial, ele queria uma heroína que abraçasse o amor e a igualdade. Em um período muito conservador, onde mulheres eram vistas somente como donas de casa e esposas do lar, sua intenção era trazer uma ressignificação de mulher independente que nasceu para revolucionar e que pudesse governar o mundo. Aquela que enxerga o melhor do que há em nós, estende a mão sempre que pode e com uma compaixão sem fim.
 

Criada em uma época conservadora, a Mulher-Maravilha não foi bem aceita por uma boa parte das pessoas. Ao longo de sua existência sofreu alterações em sua história e uma grande censura devido ao modo do qual era representada: uma mulher forte e independente, que não está em casa cuidando de seu lar, mas sim nas ruas lutando contra criminosos em busca de justiça e de paz, além de também ser sexualizada. Pelo olhar de Mourton, a heroína seria o início de um movimento feminista que promoveria a igualdade de direitos para as mulheres e era importante que as meninas soubessem que havia dentro de si mesmas o poder para criarem seu próprio destino.

DC Comics/Reprodução









 

 

Jornada nas telas

 

Em 1975, depois de uma tentativa frustrada de trazer a heroína às telas no ano anterior, um longa foi produzido. Foi protagonizada por Lynda Carter que a nova versão se tornou um grande sucesso, o que acabou dando origem a famosa série de TV: A Mulher-Maravilha, que permaneceu no ar durante três anos trazendo para mulheres e meninas uma visão de uma mulher forte e poderosa.

Após anos longe das telas, em 2011 uma nova produção foi desenvolvida para trazer a heroína de volta à TV: um seriado - remake da famosa série dos anos 70, mas esse acabou não dando certo. Foi apenas em 2016 que, protagonizada por Gal Gadot, a Mulher-Maravilha teve a sua primeira estreia nos cinemas. Em uma pequena aparição em Batman vs Superman: A origem da justiça a princesa amazona conseguiu conquistar e inspirar meninas e mulheres em uma geração carente da representatividade de uma grande heroína nas telas.


O seu primeiro filme solo estreou no ano seguinte (2017), com Gal Gadot reprisando o papel da Mulher-Maravilha e sendo dirigido por Patty Jenkins. O longa que conta a história de Diana na ilha das amazonas até a sua partida para o mundo dos homens e a sua luta por justiça e paz, foi um grande marco na história de filmes de heróis pelo fato de ser a primeira produção do gênero a ser protagonizada por uma mulher. No mesmo ano retornou aos cinemas em Liga da Justiça e seu último filme foi Mulher-Maravilha 1984, lançado em 2020. Segundo a diretora Patty Jenkins, o seu terceiro filme já está em andamento.

 

ONU
 

Em 2016 a Mulher-Maravilha foi escolhida para ser embaixadora da ONU por ser considerada um símbolo de paz, justiça e igualdade, recebendo um título honorário e ilustrando uma campanha com objetivo de promover o Desenvolvimento Sustentável 5 que foca na igualdade de gênero e empoderamento feminino. Infelizmente, meses após sua nomeação a heroína foi retirada do projeto devido a vários protestos na internet. Apesar de tudo, isso não apaga o fato da importância da heroína, sendo ela a primeira personagem feminina fictícia a ser escolhida para o cargo.

 


Representatividade

Seja nos filmes, quadrinhos ou em qualquer outra representação, vemos sempre seus questionamentos em relação à igualdade entre homens e mulheres. Para a Mulher-Maravilha, principalmente após sua chegada ao mundo dos homens, foi difícil compreender o porquê das mulheres serem submissas e dependentes dos homens. Mas graças ao surgimento uma nova visão foi implantada.

 

Com toda a sua grandeza, a heroína veio ao mundo para mostrar que as mulheres podem sim serem fortes, livres, poderosas e independentes. Ela é mais do que uma simples personagem, é a representação da coragem, justiça, verdade, de uma mulher que tem sua própria autonomia e que não está à sombra de ninguém.
 

A Mulher-Maravilha ainda é um símbolo de representatividade e inspiração não só para mulheres e meninas, mas para todos que buscam o seu lugar na sociedade. Ela definitivamente mudou a história feminina nos quadrinhos e cinema e é evidente a sua importância hoje para o mundo.


Assista abaixo o painel de 80 anos da Mulher-Maravilha e declarações de sua impôrtancia para o mundo:
 















 

REFERÊNCIAS

 

D’ANGELO, H. Mulher-Maravilha: Uma biografia não autorizada. SUPERINTERESSANTE,  29 de jul. 2016. Disponível em <https://super.abril.com.br/cultura/mulher-maravilha-uma-biografia-nao-autorizada/>. Acesso em 30 de out. 2021. 

 

BARRETO, G. A importância e a representatividade da Mulher-Maravilha. ROTACULT, 04 de jun. 2017. Disponível em <https://rotacult.com.br/2017/06/a-importancia-e-a-representatividade-da-mulher-maravilha-na-historia-mundial/>. Acesso em 30 de out. 2021. 


CORNACHIONI, J. A importância da Mulher-Maravilha no universo dos quadrinhos e do cinema. CINEMATECANDO, 18 de mai. 2017. Disponível em <https://cinematecando.com.br/importancia-da-mulher-maravilha-no-universo-dos-quadrinhos-e-do-cinema/>. Acesso em 30 de out. 2021.

TEIXEIRA, M. 80 anos da Mulher-Maravilha: uma jornada de emancipação. LESBOUT, 17 de set. 2021. Disponível em < https://lesbout.com.br/80-anos-da-mulher-maravilha-uma-jornada-de-emancipacao-e-forca-feminina/>. Acesso em 30 de out. 2021.
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