O gênero do Terror, também chamado de Horror, praticamente nasceu com o cinema. Hoje, se formos assistir a filmes de terror que foram sucesso na época, muito provavelmente não nos assustará da forma que estamos acostumados. Isso porque naquele tempo a fórmula era usar algo mais teatral. As caras e bocas dos personagens para com o que era o vilão do filme, tinha uma feição muito maior.
Depois, como qualquer outro gênero, ele foi se desenvolvendo, roteiristas e diretores perceberam que apenas jumping scares não fazia tanto efeito, então a fórmula do silêncio, que acontece muitas vezes antes dos jumpings scares, foram colocadas para funcionar. Hitchcock, um dos mais renomados nesse gênero, deu a voz para esses subgêneros, com suas obras mais famosas: Psicose e Os pássaros.
Nesse momento foi percebido que não necessariamente o terror precisava de sobrenatural ou misticismo, às vezes o vilão pode ser completamente humano, como o Norman Bates em Psicose e na sua série prequel, Bates Motel.
Foi então que na década de 70 e 80 surgiu o slasher, nome que veio anos depois junto com personagens das mesmas características. Halloween, Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo veio mostrando um diferencial com os “queridos” Jason, Michael Myers e Freddy Krueger, não humanos, outros sim, mas todos com as características de um serial killers, vingança e morte de todos os personagens. Um pouco mais tarde surge algo mais exótico, um brinquedo que é possuído por uma alma humana e tem a intenção de matar todo mundo, o não tão querido, Chucky. Na década de 90 surge Pânico, sem possessão, sem voltar dos mortos ou dos sonos, sem envolver um transtorno psiquiátrico, com um tom de comédia envolvendo a trama, mas também com a mesma intenção.
A característica que forma o slasher é: aparência meramente humana, não precisa ser um humano mas por alguns momentos os personagens vão pensar que sim, vingança ou jogos psicológicos; e muito sangue em tela, talvez não tanto, mas com certeza muito mais do que iremos encontrar em um terror sobrenatural.
Mas por que o slasher pode ser um vilão? Quando coloca-se essa palavra, refere-se ao fato de que, todas essas obras citadas, sem exceções, fizeram muito sucesso em sua época, fazem até hoje e todas elas ganharam muitas continuações, por muito tempo, porém nenhuma delas ficava no mesmo pódio dos respectivos primeiros filmes. Depois de continuações, algumas ganharam remakes. O slasher cresceu, e aí como essas franquias de sucesso pareciam ter uma mesma fórmula, aparentemente pensaram que bastava usarem dessa mesma para qualquer filme que quisessem fazer do gênero: colocar alguém para matar geral esbanjando muito sangue.
Mas assim como o terror teve que sair do teatro lá no início, entrando para o suspense usando os psicopatas, chegando nos serial killers, ele não pode estacionar e apenas fazer o mesmo. O clichê funciona, mas apenas com quem quer fazer funcionar e sabe fazer. Todas essas franquias citadas, duraram por muito tempo, com vários filmes, principalmente Halloween. Isso não quer dizer que os filmes seguintes são tão bons quanto os que vão ficando atrás, mas ali tem toda uma história e um passado até mesmo para o cinema, para aqueles que viram esses personagens surgirem. Mas o slasher hoje, pode ser mais que isso, pode ser mais criativo sem manchar a memória do passado do subgênero e descaracterizar personagens tão marcantes fazendo os de hoje se limitarem a eles.
