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03/04/2022 às 00h07min - Atualizada em 02/04/2022 às 23h22min

Baco Exu do Blues e sua conexão com um problema social

Conheça Autoestima, a música de Baco, e seu elo com outras histórias superação semelhantes

Paulo Victor Alves dos Reis - Revisado por Isabelle Marinho
Baco Exu do Blues em Autoestima. (Foto:Reprodução/ Frenezi)

Quem nunca se olhou no espelho e não se sentiu confortável com alguma caraterística física, ou inseguro e incapaz de realizar alguma tarefa? Se você já apresentou esses sinais, provavelmente sua autoestima está baixa. No entanto, isso não é grave, trata-se de um processo das relações sociais.

O rapper baiano,
Baco Exu do Blues também já passou por essa etapa e no seu último álbum lançado, isso é visto. Quantas vezes você já foi amado? Na faixa Autoestima, ele retrata sua experiência com sua autoestima baixa, e os fatores que lhe evidenciaram para acreditar que não possuía beleza.

 

08. Baco Exu do Blues — Autoestima (Reprodução: YouTube|Baco Exu do Blues)


A canção apresenta versos marcantes, como: ”Foram 25 anos pra eu me achar lindo, sempre tive o mesmo rosto, A moda que mudou de gosto, E agora querem que eu entenda, seu afeto repentino, eu só tô tentando achar, A autoestima que roubaram de mim, que roubaram de mim”. As estrofes salientam a sua experiência e os motivos que o fizeram a ter sua venustidade inferiorizada.

 

De acordo com estudo desenvolvido pela Kantar, empresa de dados, insights e consultoria, foi constatado que 20% das brasileiras sofrem com autoestima baixa, 16% abordaram ser a falta de representatividade nos meios de comunicação.


A falta de representatividade pode gerar autoestima baixa? 
 

A assessora de Imprensa, Isabelle Andrade, relata que até os seus 17 anos alisava seu cabelo e não gostava dele por ser cacheado e volumoso, não se sentia bonita em razão de ouvir que a categoria de mechas consideradas bonitas era as lisas.

 

“Cheguei a rezar para acordar com meu cabelo liso para sempre”, relata a assessora, após um alisamento que deu errado.

Entretanto, aos seus 17 anos, por influência de uma blogueira, passou por um processo de transição capilar, a partir desta etapa sua autoestima foi recuperada. 

 

A representatividade atual a ajudou muito, fazendo com que fizesse um canal no YouTube, o canal Izabrels, para contar como foi sua transição e dar dicas para quem tem cabelos cacheados.

 

Minha transição capilar — História do meu cabelo (Reprodução: YouTube|Izabrels)

 

Para compreender como é representada essa idealização e a padronização do que é belo nas mídias, leia também essa resenha sobre A busca pelo perfeito é recorrente nas redes sociais

 

Como conviver com a autoestima baixa

 

A estudante de Jornalismo, Ellen Reginato, conviveu com autoestima baixa durante diversos ciclos de sua vida. A estudante relata que a descoberta aconteceu em alguns estágios de sua vida onde sentiu-se inferior. Chegando um momento em que percebeu que tudo que estava acontecendo já vinha de muito tempo. Foram anos, meses e vários dias que percorreram até realmente perceber que não estava se amando como deveria e sendo ruim consigo mesma.

 

A estudante aprendeu a lidar com sua autoestima conforme o tempo foi  passando. E se sentiu na obrigação de reafirmar suas qualidades cada vez mais e a amar cada singularidade de si mesma, desde a parte física até ao meu emocional. E por fim ela aconselhou para quem passa por essa mesma fase:
 

“Jamais se sinta refém da baixa autoestima! Meu maior conselho é praticar o autoconhecimento, pois se conhecer mais acaba libertando qualquer pessoa de ser vítima de uma mente aprisionada”

Ellen salienta o quão é necessário o autoconhecimento para lidar com os cenários de altos e baixos relacionados a pensamentos negativos sobre a autoestima.

 

Análise Psicanalista 

 

Para compreender como o processo de autoestima inferiorizada é dado, o psicanalista Leonardo Luís ressaltou que a autoestima é algo completamente subjetivo e cada um tem seus graus de acordo com seus julgamentos de valores, além das influências do meio ao qual ela pertence.

 

O psicanalista analisou a canção de Baco, salientou que nela é possível observar que a autoestima baixa está diretamente ligada a uma construção racista: a pessoa sente-se mal por ser julgada devido à sua cor de pele, sendo naquele caso uma influência social que lhe afeta. 

  

Leonardo recomendou sempre buscar atividades contemplativas e companhias que sejam sadias. Estar entre pessoas queridas é de suma importância para que, conforme a subjetividade, a pessoa consiga manter-se equilibrada. O equilíbrio é fundamental para poder lidar com situações adversas que a vida nos impõe. 

 

3 dicas para elevar sua autoestima 

 

Depois dos dois relatos e a análise do psicanalista, separei três dicas recomendadas por especialistas que fará com que sua autoestima aumente, então já pegue uma caneta e papel ou anote no seu bloco de notas as dicas a seguir:

 

1- entenda o que funciona para você: se permita o autoconhecimento para analisar o que melhor funciona e repita o exercício que melhor se adequa para sua situação, se for uma realizar leitura, ouvir sua playlist, seja o que for, reserve um espaço em sua agenda para praticar esta dinâmica.

 

2- comece a agradecer: o gesto de agradecer consiste em cultivar melhores experiências, note o quão foi forte e corajoso para enfrentar desafios e dificuldades ao longo de sua vida e o ensinamento de cada experiência vivenciada.  


3- descubra quem você realmente é: já dizia o filósofo Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. Passe a identificar seus pontos fracos e fortes e busque aperfeiçoá-los. Valorizando suas qualidades e não se cobrando pelo o que considera negativo.

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