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10/07/2022 às 22h52min - Atualizada em 10/07/2022 às 21h45min

O que esperar de ‘Renaissance’, a nova era de Beyoncé

A menos de um mês do lançamento de seu sétimo álbum de estúdio, cantora promete levar os ouvintes de volta às pistas de dança

Thayzuki Santos - editado por Larissa Nunes
Ensaio de Beyoncé para a edição britânica da revista Vogue. (Foto: Reprodução / British Vogue)

“Eu sinto um renascimento emergindo”. Essas foram as palavras usadas pela cantora norte-americana Beyoncé em entrevista à revista Harper’s Bazaar para descrever o seu próximo projeto. Em agosto do ano passado, a artista compartilhou pela primeira vez detalhes sobre o processo de gravação do novo disco, mas não divulgou informações a respeito de seu lançamento.

 

O último trabalho solo de Beyoncé foi o álbum Lemonade, lançado em 2016. Além do ótimo desempenho comercial, a obra foi consagrada pela crítica como o seu melhor trabalho, figurando no topo das principais listas de avaliações daquele ano.

 

Desde então, a artista participou de projetos paralelos no cinema, com direito a indicação ao Oscar de Melhor Canção Original (“Be Alive”, do filme King Richard), liderou festivais de música ao redor do mundo - com destaque para a performance no Coachella, descrita pela mídia como “histórica” - e dirigiu alguns documentários, sem apontar quando retornaria aos estúdios para gravar o seu sétimo álbum de estúdio.

 

Apenas em junho deste ano, a intérprete de Crazy in Love começou a dar indícios de uma nova era através de suas redes sociais, até que no dia 16 o nome (act i: RENAISSANCE) e a data de lançamento do projeto (29 de julho) foram oficialmente divulgados. O primeiro single da era, Break My Soul, chegou às plataformas no dia 20 de junho e abre os trabalhos de Beyoncé na cena da house music.


Capa oficial do álbum.

Capa oficial do álbum.

(Foto: Reprodução / Instagram)

 

O suspense em torno do projeto

 

O conceito do projeto foi concebido em 2020, ano marcado pela pandemia do coronavírus, o isolamento social e a reação de movimentos antirracistas à brutalidade policial ao redor do mundo. De acordo com a cantora, o álbum representa uma espécie de fuga, uma ode à celebração da vida, que promete levar os ouvintes a “escapar, viajar, amar e rir novamente”.

 

Quem acompanha a carreira de Beyoncé sabe que a artista não costuma entregar muitas informações de suas obras antes de serem lançadas, e talvez essa postura mais discreta seja um dos elementos que tenha assegurado sua relevância na indústria musical, mesmo após 20 anos de carreira solo.

 

A própria cantora já declarou no passado ter se entediado com a forma como sua música era divulgada na mídia, e desde então adotou o elemento "surpresa". A estratégia repercutiu com sucesso em seus dois últimos projetos de estúdio - o auto-intitulado Beyoncé (2013) e Lemonade (2016) - que não tiveram qualquer divulgação anterior ao lançamento.

 

Apesar de Renaissance já contar com uma data prevista para chegar ao público, o anúncio do álbum pegou os fãs de surpresa e a artista “quebrou a internet” com o simples ato de remover a foto de perfil de suas redes sociais. O próprio nome (act i) indica que Renaissance é, na verdade, apenas a primeira parte de um projeto ainda maior. O site italiano da Amazon descreveu o álbum como “o primeiro disco de uma trilogia”, entretanto, a informação foi removida da página.

 

“Bey está de volta”, afirma a cantora em novo single

 

Break My Soul é o primeiro single da nova era e foi lançado em 20 de junho nas plataformas de streaming Tidal e YouTube. Sob a influência do house dos anos 90, a canção marca o retorno de Beyoncé às pistas de dança, simbolizando um breve distanciamento de seus últimos trabalhos, que têm uma pegada mais experimental e conceitual. A batida da música foi construída com samples de “Show Me Love” (1993), sucesso na voz da cantora Robin S. e uma das principais obras de referência da house music. Já os vocais contam com versos emprestados da canção “Explode” (2015), de Big Freedia.

 

Em um ato de libertação, Beyoncé repete ao decorrer da letra frases como “você não irá quebrar a minha alma” e “estou construindo o meu próprio alicerce”. A composição foi associada ao fenômeno conhecido como a Grande Renúncia, movimento de demissão em massa agravado pela insatisfação com as condições de trabalho nos Estados Unidos. Trechos como “vou encontrar um novo estímulo” e “eles me irritavam tanto, é por isso que não consigo dormir à noite” levaram os veículos de comunicação norte-americanos a consagrarem o hit como “hino dos trabalhadores”.

 

A longevidade da carreira de Beyoncé se confirma com a ótima transição da artista para a era do streaming. Só no Spotify, o single obteve mais de 5 milhões de reproduções no primeiro dia - o maior debut feminino do ano - e no Brasil a canção estreou em primeiro lugar, feito raro para um artista internacional.

 

Break My Soul se mantém estável na lista das mais tocadas diariamente ao redor do mundo, com mais de 50 milhões de reproduções ao todo. Além disso, a canção figura entre as 15 mais tocadas nas rádios norte-americanas e alcançou o top 10 das paradas musicais de diversos países.

 


 

Sonoridade do álbum é dançante e possui referências de décadas anteriores

 

Imagina ter a oportunidade de jantar com a Beyoncé na residência da própria artista e ainda ouvir em primeira mão o seu novo projeto. Foi o que aconteceu com Edward Enninful, editor-chefe da Vogue britânica. Em um artigo publicado na revista, o jornalista descreve Renaissance como um compilado de “músicas que te elevam, tocam a alma, e que vão unir as pessoas nas pistas de dança”.

 

Especula-se que o álbum tenha influências do cenário da dance music dos anos 80 e 90, do house, do techno, do country, e do pop sul-africano. Uma fonte revelou ao tabloide britânico Metro que a cantora estaria buscando referências em obras de outros artistas, como MNEK, Azealia Banks e MistaJam.

 

Além da indicação de uma possível trilogia, o site italiano da Amazon chegou a citar que Renaissance promove a celebração da música e da cultura preta, com samples de diversos hits do passado.


Um dos clubes de Detroit, considerado o berço da house music nos anos 80.

Um dos clubes de Detroit, considerado o berço da house music nos anos 80.

(Foto: Reprodução / Pinterest)

 

Previsão de Lady Gaga e álbum visual nos cinemas: as teorias da nova era

 

A cantora Lady Gaga foi um dos grandes nomes da edição de 2020 do MTV Video Music Awards e em um de seus discursos, a cantora deu a seguinte declaração: “eu sei que há um renascimento chegando, e a cultura pop voltará a inspirar vocês”.

 

Logo após a divulgação do nome do novo álbum, os fãs de Beyoncé resgataram esse discurso na internet e associaram os dois eventos (renaissance significa “renascimento”, em inglês), indicando a possibilidade de Lady Gaga ter previsto o lançamento do disco, ou melhor, de ser uma das colaborações presentes nele. Até o momento, nenhuma parceria foi confirmada entre as 16 faixas que compõem o repertório do álbum.

 

Outra teoria é de que Renaissance é um álbum visual - assim como os antecessores Beyoncé e Lemonade - e será o primeiro projeto solo da cantora a ser lançado nos cinemas.

 

No dia em que Beyoncé anunciou a capa em seu Twitter, a conta da Dolby - empresa responsável pela compressão e reprodução de áudios de cinema - prometeu que mudaria o nome para “Dol-Bey” se o post chegasse a 729 curtidas. O post da empresa rapidamente atingiu a meta de likes e o nome foi alterado, dando aos fãs a impressão de que o álbum faz parte de um projeto cinematográfico. As especulações aumentaram quando a Dolby curtiu o post de um fã no Twitter que comentou sobre essa possibilidade.

 

Publicação de um fã sobre o álbum da cantora. (Reprodução: Twitter)


A empresa ainda não alterou a conta para o nome original, mas ainda não há nada confirmado a respeito dessa teoria por parte da Dolby ou da própria Beyoncé.



 

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