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26/11/2022 às 23h22min - Atualizada em 26/11/2022 às 23h03min

Plágio? Artista brasileira alega ter sido copiada pela série 1899 da Netflix

Os criadores da série negam ter plagiado Black Silence. Entenda o que aconteceu.

Lívia Batista - Editado por Marcela Câmara
Um dos assuntos mais comentados da semana foi a quadrinista brasileira Mary Cagnin que acusou a Netflix de plagiar um dos seus trabalhos na série 1899, que estreou na plataforma em 17 de novembro.
A HQ que teria sido plagiada se chama Black Silence e foi publicada em 2016. A trama se passa num futuro distópico pós-apocalíptico, em que uma equipe de cientistas é enviada para fazer o reconhecimento de um planeta que pode ser a única esperança da vida terráquea. O projeto ganhou o Troféu Angelo Agostini de “Melhor Desenhista” e três indicações ao Prêmio HQMix. Além disso, a artista foi convidada em 2017 para participar da Feira do Livro de Gotemburgo, onde teve a oportunidade de expor internacionalmente e distribuir o quadrinho para diversas pessoas. A história está disponível online gratuitamente.

1899 é uma série que também mistura ficção científica com suspense e é assinada pelos mesmos responsáveis de “Dark”, Jantje Friese e Baran bo Odar. A produção tem oito episódios e acompanha as histórias dos tripulantes do navio Kerberos, que está a caminho de Nova Iorque. Os mistérios começam quando a viagem é interrompida pelo encontro com uma embarcação que estava desaparecida há anos, chamada Prometheus. Todos os episódios já podem ser assistidos na Netflix.
 
A suspeita de plágio não foi levantada por uma questão de similaridade nas premissas, mas principalmente por elementos visuais em comum entre as duas histórias, como uma pirâmide preta, a escrita em códigos e símbolos que aparecem nos olhos dos personagens.

A thread publicada por Cagnin no dia 20 de novembro logo se espalhou e gerou burburinho sobre se havia ou não plágio. As acusações logo chegaram a Jantje Friese e Baran bo Odar, que se pronunciaram em suas redes sociais. Através do instagram, Bo Odar disse que nunca roubaria o trabalho de alguém e que entraria em contato com Mary Cagnin para que as acusações fossem retiradas.
 
Já Jantje Friese levantou a possibilidade de ser uma jogada para vender mais graphic novels. 
 

"Ah, internet! Não posto nada há anos porque, francamente, acho que as redes sociais se tornaram tóxicas. As últimas 24 horas provaram isso. Para contextualizar: uma artista brasileira alegou que plagiamos sua graphic novel. Para deixar claro: não o fizemos! Até ontem, sequer sabíamos da existência dessa graphic novel. Ao longo de dois anos, colocamos dor, suor e exaustão na criação de 1899. Esta é uma ideia original e não foi baseada em nenhum material anterior. No entanto, temos sido bombardeados com mensagens - algumas delas feias e ofensivas. Alguém grita "lobo" e todos pulam sobre ele, sem nem mesmo verificar se as afirmações fazem algum sentido. Claro que se isso for ser um plano para vender mais edições de graphic novel: bela jogada

Até então a Netflix não se pronunciou sobre o tema e nenhuma das publicações de ambos os lados foram apagadas, mas a confusão já rendeu desdobramentos para influenciadores brasileiros que opinaram sobre o assunto.
 
Algumas pessoas chegaram a levantar a possibilidade de influenciadores como Carol Moreira e Cris Siqueira (@coxinhanerd) estarem recebendo dinheiro da Netflix para negar as acusações de plágio. Sobre o assunto, veja o que elas disseram em suas contas do twitter. 
Esse caso não seria o primeiro de um possível plágio. Outra situação que ganhou repercussão foi a semelhança entre o livro "As Aventuras de Pi", escrito por Yann Martel e o livro do autor brasileiro Moacir Scliar "Max e os felinos". Posteriormente Martel reconheceu

 

REFERÊNCIAS

@nataliakrusser. Twitter. 21 nov 2022. Disponível em:< https://twitter.com/nataliakreuser/status/1594692734333616130>. Acesso em 21 nov 2022
 

@coxinhanerd. Twitter. 20 nov 2022. Disponível em:<https://twitter.com/CoxinhaNerd/status/1594339569679335431>. Acesso em 21 nov 2022
 

@marycagnin  Twitter. 20 nov 2022. Disponível em:< https://twitter.com/marycagnin/status/1594190866041610240. Acesso em 21 nov 2022

COLETTI, Caio.1899 | Criadores rebatem acusação de plágio: "Nunca faríamos isso".  Omelete. 21 nov 2022. Disponível em: <https://www.omelete.com.br/netflix/1899-plagio-criador-responde>. Acesso em 22 nov 2022
 

ZANETTI, Laysa. Plágio ou referência? Especialistas analisam caso de '1899' e HQ brasileira. Splash Uol. 22 nov 2022. Disponível em <https://www.uol.com.br/splash/noticias/2022/11/22/1899-black-silence-netflix-acusacao-de-plagio.htm?cmpid=copiaecola> Acesso em 22 nov 2022. 
 

 @carolmoreira3 Twitter. 20 nov 2022. Disponível em <https://twitter.com/carolmoreira3/status/1594331885995720705>. Acesso em 26 nov 2022
 

GUEDES, Diandra. 1899 é plágio da HQ Black Silence? Especialistas comentam a polêmica. 25 nov 2022. Disponível em :<https://canaltech.com.br/entretenimento/1899-e-plagio-da-hq-black-silence-especialistas-comentam-a-polemica-230699/>. Acesso em 26 nov 2022
 

FILHO, Jurandir. Seria As Aventuras de Pi plágio do livro brasileiro Max e Os Felinos?. Cinema com Rapadura. 5 jan 2013. Disponível em:. Acesso em 26 nov 2022
 
 
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