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11/01/2021 às 11h38min - Atualizada em 11/01/2021 às 11h03min

Rússia é banida de competições internacionais após escândalo de doping

Punição imposta proíbe atletas de representarem o país

Tamires Zinetti - editado por Thamyres Pontes
Bandeira russa e do COI. Reprodução: Jim Young / Reuters
No dia 17 de dezembro do ano passado, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) reduziu a pena imposta à Rússia pela Wada (Agência Mundial Antidoping), de quatro para dois anos sem participar de competições internacionais. Dessa forma, os atletas não podem atuar em campeonatos como as Olímpiadas e Paraolimpíadas de 2020, em Tóquio, a Olímpiada de Inverno de 2022, em Pequim, e a Copa do Mundo do Qatar em 2022. Ainda, uma multa de US$ 1,3 milhão (R$ 6,4 milhões) foi imposta a ser paga à entidade máxima do esporte mundial. 

A CAS emitiu um parecer contra a participação da Rússia nas competições internacionais por não estar de acordo com as regras do Código Anti-Doping Mundial. "O painel da CAS determinou por unanimidade que a RUSADA (Agência de Antidoping da Rússia) não está em conformidade com o Código Anti-Doping Mundial (WADC) em conexão com sua falha em obter a entrega dos dados subjacentes para a WADA", declarou o Tribunal . “Como consequência, o painel emitiu uma série de ordens que entram em vigor em 17 de dezembro de 2020 por um período de dois anos, ou seja, até 16 de dezembro de 2022”, completou a decisão.

Caso a punição seja mantida, os atletas russos que não estejam envolvidos nos casos de doping, ainda poderão disputar a Olímpiada de Tóquio e outras competições sob bandeira neutra. Como consequência, seus uniformes não terão a bandeira russa, e o hino nacional não será tocado ou cantado em nenhum local do evento.



Em um pronunciamento, o COI (Comitê Olímpico Internacional) ressaltou que ainda avaliará, com as federações e o Comitê Paralímpico Internacional, as medidas impostas para os jogos que acontecerão em Tóquio e Pequim. A FIFA (Federação Internacional de Futebol) ainda não se manifestou sobre o veto à participação russa na Copa do Mundo de 2022. Com isso, o país que sediou a última edição da competição disputa as eliminatórias europeias no grupo da CroáciaEslováquiaEslovêniaChipre e Malta.

Nas Olímpiadas no Rio de Janeiro, em 2016, o COI (Comitê Olímpico Internacional) chegou a excluir a Rússia do evento, mas deixou a cargo das federações de cada modalidade. Os atletas russos não puderam usar bandeira do país nas competições de atletismo, remo e levantamento de peso. No quadro geral, ficaram na 4ª colocação. Em 2018, nos Jogos de Inverno em Pyeongchang, na Coreia do Sul, a punição abrangeu todas as modalidades, 169 atletas competiram sob “neutralidade” e conquistaram 17 medalhas.

RELEMBRE O CASO 
        
O escândalo surgiu após as descobertas de irregularidades no controle de doping nos Jogos de Inverno de 2014, sediados em Sochi, na Rússia. Em 2016, um relatório produzido pelo professor e advogado canadense comissionado pela Wada e pelo TAS (Tribunal Arbitral do Esporte), Richard McLaren, expôs o esquema  envolvendo dirigentes do esporte e do governo russo.

O relatório aponta que o Ministério do Esporte, a Rusada (Agência Antidoping Russa) e o serviço federal do país estavam envolvidos na dopagem de atletas. 
Além disso, relata que em 2013, exames de vários atletas do Mundial de Atletismo de Moscou, foram substituídos antes do envio a outro laboratório da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).
 
"O esquema de trapaça se estendeu além dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi de 2014. A surpresa no resultado da investigação de Sochi foi a revelação da extensão da supervisão e controle diretivo do laboratório de Moscou no processo e acobertamento das amostras de urina dos atletas russos de todos os esportes antes e depois dos Jogos de Sochi", afirmou McLaren.

A investigação feita pela Wada confirmou as declarações do médico e antigo presidente da federação russa Grigory Rodchenkov, que consistia em trocar amostras contaminadas com substâncias proibidas por material limpo. Rodchenkov expõs também que dopou atletas para as Olímpiadas de Londres, em 2012, entre outros torneios do atletismo.

A comissão independente também apontou a participação do presidente russo, Vladimir Putin, no esquema de doping, que nega envolvimento no caso. “Se alguém está violando as regras em vigor, a responsabilidade tem que ser individual. Os atletas que nunca foram dopados não devem pagar o preço pelos outros”, declarou o presidente russo. Vale lembrar que a Rússia, desde os tempos de União Soviética, é acusada de acobertar casos de doping.

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