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07/08/2019 às 13h25min - Atualizada em 07/08/2019 às 13h25min

A artista plástica Sylvia Soares exibe na USP uma releitura de ‘Alice no País das Maravilhas’

A sala BNDES, sem utilização desde 2013, recebe neste ano um evento baseado na obra de grande sucesso

Milena Iannantuoni - Editado por Letícia Agata
Foto: Jorge Marutá/USP Imagens
A ideia da exibição “Alice, Não Quero Ficar Entre Gente Maluca”, com obras da artista plástica, Syl Soares, e curadoria de Fabricio Reiner de Andrade e Luiz Armando Bagolin, surgiu no ano passado, quando a artista decidiu transpor parte de sua infância sob influência da Alice no País das Maravilhas, que ultrapassa gerações em artes. A visitação é aberta de segunda a sexta, das 08h30 às 18h30, na sala BNDES do complexo Brasiliana, dentro da Universidade de São Paulo (USP). “Essa exposição é um grande comentário a respeito do que a artista vivenciou da Alice ao longo da vida dela”, relata o curador, Fabricio Reiner.

Com um estilo vitoriano da Inglaterra no século 19, é capaz de transmitir a ideia da obra clássica de Lewis Carroll (1832-1898). Além de contar com uma releitura plástica, há também uma instalação multimídia com diversas regravações dos filmes clássicos da Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, em inglês), lançado em 1951 como uma adaptação do livro de 1865.

 

Escultura referente à Rainha de Copas em madeira (Foto por: Luiz Bahu)

A artista juntou diversos objetos achados (objet trouvé, em francês) em antiquários que nos remetem diretamente ao clássico de Lewis, e com isso criou peças únicas, mas que ao mesmo tempo estão em relação entre si, de modo que, ao vê-las, sabemos exatamente sobre qual personagem do filme aquilo se retrata.

O universo onírico da apresentação já chama a atenção ao entrarmos na Biblioteca Brasiliana Guita e Jose Mindlin (BBM). A cortina de cartas, que faz parte da ideia de curadoria, nos deixa curiosos para saber até onde aquilo vai dar e acabamos imergidos dentro do evento, como quando a Alice entrou no buraco do coelho no filme.

Apesar de abrir somente durante a semana, os tutores calculam que passem em média 100 pessoas por dia na sala, isso em período de férias. A tendência após a volta às aulas é que recebam mais do que o esperado e que cresceram sob o prestígio de Alice. “A exposição traz muito da história original, com várias louças quebradas, a mesa da hora do chá. Quando você olha, automaticamente lembra-se das passagens do filme”, lembra a estudante de jornalismo, Isabella Teodosio Possas, 19.

Com cerca de quarenta e duas mil cartas, quatro esculturas, uma tonelada de louças quebradas e uma mesa mutável (com objetos que às vezes são substituídos pela artista), cada item compõe a manifestação.

De cara, o que mais atrai a atenção é a mesa espelhada, que possui uma diversidade infinita de objetos, como plantas carnívoras, coelhos, louças e cartas, que transportam o espectador direto para o chá das cinco, representado metaforicamente.  “Por mais que seja um livro do século 19, é um livro que mexe muito com questões pessoais, como crescimento, e isso fala diretamente com todo mundo”, completa Fabricio.


Detalhes de objetos expostos na mesa de chá das cinco (Foto por: Luiz Bahu)

Além de entrar em contato com as lembranças e aprendizado de cada visitante, a mostra nos traz pensamentos críticos quanto ao momento político atual de nosso país (a bipolaridade entre esquerda e direita), como no momento em que Alice conversa com o Chapeleiro Maluco (no livro de Carroll). Isso exemplifica o que definimos como loucura e mostra a ironia por detrás das notícias que saem na imprensa atual, que nos confunde quanto a real intenção da matéria: se é para realmente nos informar ou gozar de nosso intelecto como cidadãos. “Eu gostei da grandiosidade das obras. Era tudo muito bem feito e sem poupar espaço. Dá para imaginar o trabalho que deu”, finaliza Isabella.

Além das esculturas, Syl também pretende lançar em breve, no espaço cultural MMarts, na Vila Madalena, um álbum com 14 grandes litografias autorais que não puderam ser expostas, também sobre os personagens de Alice, sua grande paixão.

SERVIÇO
Exposição “Alice, Não Quero Ficar Entre Gente Maluca” por Sylvia Soares

Abertura: 4 de julho, das 17h30 às 20h.
Visitação: 5 de julho a 27 de agosto.
Horário: De segunda a sexta, das 8h30 às 18h30. 
Endereço: Rua da Biblioteca, n° 21, Cidade Universitária, Butantã, São Paulo – SP, Complexo Brasiliana, Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) –  Sala BNDES
Entrada: Gratuita.
Agendamento de Monitoria: [email protected]
Para mais informações: (11) 2648-0310 / (11) 2648-0831 ou pelo site bbm.usp.br

 


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