Capa do livro “Almanaque da Jovem Guarda, de Ricardo Pugialli. (Foto:Reprodução/Amazon.)
O ano era 1960, e enquanto na Inglaterra surgia o grupo The Beatles com uma nova maneira de fazer rock e nos Estados Unidos Euvis Presley arrastava multidões, no Brasil “reinava” a bossa nova com seus versos e melodias poéticas. Porém, não demorou muito para que a influência estrangeira desembarcasse aqui e fizesse nascer um estilo musical que além de música, mesclava moda e comportamento. Com influência do Rock in roll, a Jovem Guarda trazia na maioria de suas letras temas amorosos, divertidos e adolescentes (muitas das composições eram versões de hits do Rock britânico e norte- americanos da época).
O Programa “Jovem Guarda” Descobrindo que aquele movimento não era apenas uma “chuva de verão”, mas sim um estilo de vida, no dia 22 de agosto de 1965, a agencia de propaganda Magaldi, Maia e Prosperi, resolveu apostar e consolidar lançando nas tardes de domingo da TV Record em São Paulo, o programa “Jovem Guarda” sob o comando do trio Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos (cantores que estavam em ascensão na época). Os idealizadores do programa se inspiraram em uma frase do revolucionário russoVladimir Lenin, onde dizia "O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada” A descontração e alegria que o movimento levava, o transformou em um dos maiores fenômenos nacionais do século xx. Toda essa popularidade pode ser atribuída ao fato de que a Jovem Guarda foi o primeiro movimento musical no país que sintonizou a música brasileira com o rock internacional da época.
Os Hits e as gírias A “turma do iê-iê-iê” (tradução dos versos yeah, yeah yeah, da música She Loves You, dos Beatles) com seus hits, marcou a moda e o falar dos jovens e adolescentes dos anos 60. Sem dúvidas, você já ouviu em algum filme ou novela expressões como: “Sebo nas canelas” (Vamos rápido), “Morou?” (Entendeu) “Bicho” (amigo) ou músicas como: “Splish Splash”, “O Calhambeque”, “Eu te amo mesmo assim”. Não é mesmo?
Uma amizade além da Jovem Guarda A Jovem Guarda chegou ao fim em 1968, mas a amizade dos cantores principais atravessou gerações e se consagrou como uma das mais sólidas do meio artístico.
Erasmo e Roberto cantando “Amigo” no Maracanã em 11 de Julho de 2009. (Vídeo/Reprodução: Youtube.)
Erasmo (morto no dia 22 de novembro de 2022, vítima de uma Paniculite complicada por sepse de origem cutânea) conheceu Roberto Carlos em um concerto de Bill Haley no ginásio do Maracanãzinho, no Rio. E a paixão pela a música fez com que os dois iniciassem uma parceria de mais de 50 anos. Juntos, eles compuseram mais de 500 músicas e em seus especiais de fim de ano Roberto fazia questão de chamar Erasmo de “O irmão que eu escolhi” quando ia convidá-lo para subir ao palco para cantar juntos a música “Amigo” (Composição de Roberto em homenagem ao “Tremendão”).
O último álbum lançado pelo “gigante gentil”, “O futuro pertence à... jovem guarda” venceu o Grammy latino de 2022, na categoria 'Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa'.
Capa do livro “Almanaque da Jovem Guarda, de Ricardo Pugialli. (Foto:Reprodução/Amazon.)
