Antes da primeira edição do Rock in Rio o Brasil vinha de um período muito sombrio da história, a ditadura. O festival chegava como um suspiro para a sociedade depois de anos de opressão e autoritarismo. Com conceitos musicais restritos somente ao que o governo permitia na época, os brasileiros ansiavam por novidades. Aí que entra Roberto Medina, um jovem empresário que, com uma ideia revolucionária, mudaria o percurso da música no Brasil.
Ansiando novos ares e inspirado pelo Woodstock, outro mega festival de música, Medina, projetava trazer para o país grandes nomes da música internacional para integrar a setlist de seu novo projeto. Porém um longo caminho precisou ser percorrido para que sua invenção finalmente saísse do papel.
Tudo começava pelo dinheiro ou melhor dizendo, a falta dele. Além de parte dos custos virem do sucesso das bilheterias, que mesmo com grande demanda só cobririam 30% dos gastos. O grande público ainda não estava acostumado com grandes eventos como esse planejado por Medina, então a desconfiança por parte da platéia também era um empecilho para as vendas decolarem. Outro fator super importante era a falta de patrocínio. Foi aí que Roberto Medina entrou em jogo mais uma vez, conseguindo o apoio da cervejaria Brahma para enfim seguir adiante.
Um breve olhar no presente
O percurso do The Town está sendo bem diferente. Começando pelo fato de Roberto Medina obter prestígio no mercado e grandes investidores querendo fazer parte do novo grande projeto do empresário. Até o presente momento estima-se que primeira edição do festival conte com mais de R$300 milhões em investimentos e mais de 5 patrocinadores com grande impacto no mercado. Além de ter contrato de transmissão com a TV Globo, Multishow e Globoplay.
Agora, no ambito musical, se para o The Town fechar contratos com grandes artistas como Bruno Mars, Foo Fighters, Racionais MC's, Post Malone, entre outros, para performarem na "Cidade da Música", é simples, para o Rock in Rio de 85 o caminho não foi esse. Para trazer grandes nomes do rock mundial para o Brasil, já que na primeira edição a prioridade eram os metaleiros, o empresário precisou ampliar o horizonte. Medina viajou para os Estados Unidos tendo que falar pessoalmente com os empresários de grandes astros a fim de convencê-los.
Frank Sinatra, uma ajuda inesperada
O artista já conhecia Medina. Em 1980, Roberto trouxe o cantor para o Brasil, que se apresentou no estádio do Maracanã para mais de 175 mil pessoas. Com o ceticismo que encontrou nos EUA, Medina recorreu ao velho conhecido, que resolveu ajudar. O empresário unido ao relações públicas de Sinatra , Lee Solters, organizaram um coquetel para mais de 50 pessoas apresentando o projeto e ganharam a confiança das bandas.
O primeiro contrato fechado foi com Ozzy Osbourne. Em seguida o contrato foi assinado pela banda Queen, que realizou um show histórico na "Velha Cidade do Rock". O local também foi palco para artistas nacionais como Barão Vermelho, Morais Moreira, o tremendão Erasmo Carlos e o grande artistas da música brasileira: Ney Matogrosso. O cantor ficou encarregado de realizar o show de abertura do festival em 85.
The Town: o festival que já chega consagrado
Depois de muita espera, o The Town chega fazendo um baita barulho no mundo da música. Para se ter noção da grandiosidade do festival, o espetáculo "The Town, o musical", idealizado especialmente para o evento, será apresentado durante os 5 dias do megaevento. O musical contará a história de um músico do interior de São Paulo que, ao ver na TV o anúncio de um novo festival, decide fazer as malas e embarcar em uma jornada pessoal, cultural e artística.
Para os brasileiros que são loucos por festivais terem mais um para chamar de seu é motivo de comemoração. A procura por ingressos já é intensa, mas calma, somente a partir do dia 14 de março às 19h as vendas serão iniciadas no site oficial.