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20/10/2023 às 21h09min - Atualizada em 20/10/2023 às 20h52min

Jogo Justo: Sensualidade, poder e machismo

O filme recém estreado na Netflix mergulha em fragilidade masculina e empoderamento feminino

Amanda Oliveira - Editado por Marcela Câmara
Uma festa, um casal apaixonado, sexo no banheiro e um pedido de casamento. É assim que inicia o filme Jogo Justo, que estreou recentemente na Netflix e que traz boas reflexões sobre o cenário social entre a falsa ideia de atribuir papel para o homem e uma mulher na relação. 
 
Emily, personagem interpretada por Phoebe Dynevor e Luke, interpretado por Alden Ehrenreich, são um típico casal apaixonado que divide a vida há dois anos. O grande problema da relação é que eles trabalham na mesma empresa, mas esconde o relacionamento de todos. Isso acontece, porque segundo a política do trabalho não é permitido envolvimento entre os colaboradores. 
 
No auge da carreira no mercado financeiro e de um futuro casamento, Emily e Luke caminhavam sob o mesmo objetivo: prosperar em ambas as áreas. A grande questão surge quando a jovem é promovida a gerente e passa a ser chefe de seu noivo. Ela conquista justamente o que Luke tanto queria e cobiçava com todas as forças. 


 
Emily, impressionada que seus esforços tinham, finalmente, sido reconhecidos, só tinha um desejo, comemorar com seu noivo. No início, ele tenta esconder a inveja que sente de sua amada. Mas não sustenta por muito tempo. 
 
No desenrolar da história ele tenta feri-lá, dizendo que as roupas não são boas ou adequadas, que os colegas não a levam a sério, ele usa argumentos machistas para expor a dor de não ter sido o escolhido. Lidar com o fato de que ela era uma analista melhor do que ele, foi a gota d’água. Apesar dos esforços para conquistar uma posição também de gerência, não foi o suficiente. 
 
Emily tenta colocar na balança o amor de sua vida e o cargo dos sonhos, o que ela não imaginava é que seria golpeada com duras pancadas de machismo e misoginia. O amor das primeiras cenas se transformam em uma tensão extrema quando Luke chega bêbado na empresa, humilha a noiva na frente de todos e conta a verdade que ambos quebraram as políticas do lugar morando juntos há dois anos. 
 
Não era vingança feminina, era reconhecimento 
 
Envolvido em extrema raiva e consumido pela ideia de “não ser bom para ser chefe”, Luke acusou Emily de receber o cargo porque transou com o chefe dela, o que nunca aconteceu. Como se nada tivesse acontecido, Luke aparece na festa de noivado que a mãe de ambos planejou. Eles começam a brigar na frente de todos e tentam se resolver no banheiro, cenário que nas primeiras cenas foi lugar de declarações de amor, agora era o lugar de gritos e insultos. A briga foi interrompida quando tentam consertar, transando.  
 
O que era para ser só um momento de prazer, tornou-se num momento de crime e agressão quando ela pede para parar ele continua e a deixa cheia de hematomas. No dia seguinte, ela vai ao trabalho e mente sobre a situação com Luke. No final do dia, ao chegar em casa, ela o encontra arrumando as coisas para ir embora. 
 
O final é marcante. Nos olhos de Emilly é possível ver a dor, seu desejo é que Luke sofra tanto quanto ela e mais, reconheça sua fragilidade e que não pôde superá-la. Ainda que o final tenha dividido opiniões, segundo a diretora do filme, Claire Domont, era para responsabilizar um homem e fazê-lo encarar sua própria inferioridade.  

REFERÊNCIAS

STEVANATTO, Luiza. O que acontece com Emily e Luke? Entenda final do suspense 'Jogo Justo'. Disponível: https://www.uol.com.br/splash/noticias/2023/10/13/jogo-justo.htm . Acessado em: 20/10/23

OLIVEIRA, Felipe. Crítica: Jogo Justo. Disponível: https://www.planocritico.com/critica-jogo-justo-2023/. Acessado: 20/10/23
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