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04/03/2024 às 12h40min - Atualizada em 04/03/2024 às 12h27min

A Nova Era Country de Beyoncé

Com o lançamento do “Act 2”, o novo trabalho deve celebrar as raízes negras do gênero, depois de artistas acusados de racismo dominarem paradas dos EUA.

Gean Rocha - Revisado por Flavia Sousa
Beyoncé alcança o top 1 do Spotify com "Texas Hold' EM". Foto: Reprodução / Mix FM

Aclamada como a "Rainha do Pop", Beyoncé embarca em uma nova fase musical com o lançamento do “Act 2” do álbum "Renaissance”. A artista, conhecida por sua versatilidade e inovação, mergulha no universo country, mesclando elementos do gênero com seu estilo único e poderoso.

 

O álbum, com lançamento previsto para o dia 29 de março, apresenta uma sonoridade inédita para Beyoncé, e já conta com duas faixas lançadas, “Texas Hold’ EM” e “16 Carriages”. As letras, ambas com forte influência country, a música sertaneja dos Estados Unidos - por lá, assim como no Brasil, ela também é uma das mais populares.

 

Mesmo antes de lançar o novo álbum, Beyoncé alcançou o topo do Spotify Global com Texas Hold 'Em pela primeira vez. A faixa teve mais de seis milhões de reproduções na plataforma e ficou em primeiro lugar no ranking das músicas mais ouvidas pelo mundo.

 


 

A mudança de estilo marca uma nova era na carreira de Beyoncé, expandindo seus horizontes musicais e conectando-se com um público diverso. A escolha do country, gênero tradicionalmente masculino e conservador, é vista como um ato ousado e transgressor por parte da artista, quebrando barreiras e desafiando estereótipos.

 

O "Act 2" será o oitavo álbum de estúdio de Beyoncé. O "Renaissance" terá, ao todo, três partes. A primeira, lançada em julho de 2022, levou Beyoncé à pista de dança para reivindicar a origem negra do house, estilo de música eletrônica nascido no início dos anos 1980, numa cena underground feita por e para pessoas negras e LGBT+ de Chicago (EUA). O álbum foi indicado na categoria Álbum do Ano do Grammy de 2023.

 

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Sobre o "Act 2" ainda não foi revelado. Mas, seguindo o mesmo raciocínio, o álbum deve desmentir o mito do country como única música popular "branca" dos Estados Unidos. Na década de 20 no Sul e no Sudoeste dos EUA, o country moderno nasceu do cruzamento entre instrumentos europeus - como o violino e a gaita - e o banjo africano. A influência do blues afro-americano também foi fundamental para a construção da sonoridade do estilo.

 

Beyoncé vai resgatar a participação negra que foi apagada da história do country que se consolidou no Velho Oeste americano, onde o estilo foi embranquecido por livros e filmes de faroeste, que excluíram do passado milhares de caubóis negros.

 


 

A nova era country de Beyoncé já gera grande expectativa e repercussão na indústria musical e cultural. O álbum é visto como um marco na carreira da artista, consolidando sua posição como um ícone inovador e multifacetado.

 

Especialistas e críticos musicais reconhecem a ousadia e o impacto cultural da nova fase de Beyoncé. A artista desafia as convenções do gênero country, trazendo uma perspectiva feminina e contemporânea para o estilo.


A nova era country de Beyoncé representa mais do que uma mudança musical. É uma jornada artística e cultural que desafia estereótipos, expande horizontes e celebra a força da mulher negra. A artista, com seu talento e influência, abre caminho para novas possibilidades e representações na música, inspirando uma geração de artistas e fãs com o resgate da população negra ao country.
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