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15/09/2019 às 21h59min - Atualizada em 15/09/2019 às 21h59min

O cinema da Itália no Brasil

Festival de Cinema Italiano que aconteceu no Brasil promove os longas

Nathalia Teixeira - Editado por Letícia Agata
Divulgação/Reprodução

Itália, berço de muita cultura, de culinária impecável e terra de Dante Alighieri, tem uma das mais belas composições de filmes cinematográficos admirados pelo mundo todo. As curiosidades sobre os clássicos italianos são tantas, que despertam festivais para apreciação da arte, inclusive no Brasil. Este ano aconteceu a 8 ½ festa de cinema Italiano. A festividade teve cerca de 25 mil espectadores em 16 cidades brasileiras e apresentou novos nomes e longas na dramaturgia da Itália.  

Os filmes italianos são conhecidos pelo tom de drama em seu roteiro, incorporado desde o regime fascista e com o movimento neo-realista, trazendo a realidade social para as telas do cinema recém-inaugurado pelos irmãos Lumiére, como retratado no filme Roma, Cidade Aberta (1945), de Roberto Rossellini. Logo após, gêneros como a comédia do produtor Mario Monicelli fizeram sucesso, mas a qualidade das grandes produções foi diminuindo, enquanto as pequenas produções se destacavam, como A Árvore dos Tamancos, de Ermanno Olmi, vencedor de vários prêmios, inclusive a Palma de Ouro, em Cannes. 

No Brasil, os italianos foram os precursores do cinema, com adaptações literárias gravadas, como o longa “O Guarani” (1916). Nos anos 60, o cinema brasileiro pega carona nas grandes comédias italianas, conhecidas como chanchadas e adicionam a malícia carioca aos filmes, idealizando um movimento muito influente na época: a pornochanchada.  

No ano em que é comemorado os 500 anos da morte de Leonardo DaVinci, o 8 ½ Festival de Cinema Italiano trouxe ao país homenagens de grandes pintores renascentistas como Caravaggio, Leonardo Da Vinci, Botticelli, Raffaello e Michelangelo Buonarroti nas suas imagens oficiais divulgadas no site. O filme escolhido para ser homenageado foi A Melhor Juventude (La Meglio Giovetú) de Marco Tullio Giordana, um drama familiar construído em cima da fabulosa história da Itália. 



Poster do longa Caravaggio- A Alma e o Sangue, de Jesus Garcés Lambert, exibido no festival. Foto: Divulgação/Reprodução)
 

O crítico e historiador, Oreste Sacchelli, em entrevista ao site C7nema, revelou que o cinema italiano atual perdeu espaço pelo estereótipo não ter perpetuado nos jovens. "Um dos problemas foi que a geração dos mestres não deixou descendentes. A partir de certa altura, os talentos jovens constam-se nos dedos das mãos. Assim, houve uma fratura ao longo dos anos 80 e 90 e uma nova geração teve muita dificuldade em impor-se", conta Sacchelli.

De fato, os clássicos italianos são obras à parte e sua desvalorização mostra o quanto a arte e cultura precisam de renovação e adaptação, mas isso só ocorrerá com uma sociedade que enxergue o cinema italiano além de apelo dramático e como um cinema diversificado e rico de roteiro e produção. Em entrevista, o turista italiano,  Giuseppe Costa, comentou sobre essa evolução: “As pessoas enxergam a Itália apenas como macarrão e máfia, mas não é só isso. O cinema é muito diversificado. Eu, por exemplo, amo os filmes de comédia.”, explica. 

Em tese, valorizar um cinema que deu abertura para filmes de tantos países só acrescenta para a cultura local e da Itália. Renovar as formas de fazer cultura é válido para qualquer nação interessada em evoluir intelectualmente.  

Como diria o cineasta, italiano Frederico Fellini: "O cinema é um modo divino de contar a vida."

Mais informações sobre filmes e sobre o festival: http://www.festadocinemaitaliano.com.br/ 

 


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