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06/02/2020 às 23h51min - Atualizada em 06/02/2020 às 23h51min

Um panorama dos 20 anos das Meninas Super Poderosas

Fernanda Simplicio - Editado por Bárbara Miranda
Divulgação: Cartoon Network / Reprodução: O Globo.
Ver as Meninas Super Poderosas no auge mesmo após 20 anos do seu lançamento é compreender que a as gerações millenials e Z entenderam o grande recado de Craig McCracken: promover a diversidade em tempos de caos.
 
O desenho que apresenta 3 meninas criadas acidentalmente em um laboratório químico transcendeu qualquer tecnologia disposta em 1999. Quem imaginaria que um desenho infantil fosse o prelúdio de um novo século de eras tão distantes?
 
Florzinha, Lindinha e Docinho nasceram e foram muito além de um experimento que foi acrescentado acidentalmente um elemento extra na mistura, o elemento X. E assim nasceram as Meninas Super Poderosas, que dedicaram suas vidas combatendo o crime e as forças do mal...
 
E assim também nasceu uma das referências mais fortes do feminismo contemporâneo. As moradoras de Towsville defendiam toda a população de bichos horrorosos, de vilões maldosos e principalmente de forças malignas, como o vilão mais conhecido da trama, o Macaco Louco. E desde então isso foi enraizando e trazendo uma nova forma de referência para as meninas do mundo todo. É válido lembrar que o desenho, em sua primeira versão, foi exibido pela Cartoon Network, e aqui no Brasil ele foi distribuído pelo SBT.
 
Mas retomando... As meninas eram pequenas, fortes, com aspecto meigo (apesar da Docinho ser conhecida como a mais rude das garotas), crianças e principalmente, repito, principalmente MENINAS. Isso foi uma surra de apoio a uma geração de meninas que precisavam crescer enfrentando seus medos e todos os dilemas que o século XXI trouxe... E as personagens evoluíram no mesmo estilo...
 
Hoje existem várias versões... Mas não vou entrar nesse detalhe agora, eu vou falar de algo mais legal que acredito que é a cara das Meninas Super Poderosas. A diversidade:
 
Por acaso você já imaginou um vilão andrógeno com aparência de um caranguejo super chique que anda por aí transformando tudo em vermelho? Pois é, esse é o ELLE, e ele é a representação mais aproximada que temos de diversidade em relação aos performers e as drag queens... E isso foi uma imersão muito bacana para as crianças daquela época... Imagina então ver um macaco com cérebro gigante? Ou meninos bad boys? Ou uma secretária da prefeitura que nunca apareceu de verdade em nenhuma imagem do desenho? É um grande mistério saber como é o rosto da Senhorita Belo.
 
Esse pequeno espaço de reflexão veio dizer que a diversidade que foi construída ao longo dos 20 anos desse desenho foi muito mais reflexiva do que atuante... Mas ela possibilitou novos caminhos para as pessoas que assistiram... EU poderia citar aqui vários artigos, projetos ou todas as versões do desenho, mas basta dar um clique no Youtube para perceber o quão atual ele continua e como suas novas versões são abrangentes. Hoje nós temos uma personagem negra na série de desenhos, e isso jamais poderia ser pensado a 20 anos atrás...
 
É uma proposta bacana colocar seu irmão, sobrinhos ou filhos para assistir esse desenho, ele traz uma metodologia diferente de compreender essa diversidade tão falada e discutida atualmente.


REFERÊNCIAS
 
NADER. V; AQUINO, M.; BORGES, R.: Desenho “As meninas super poderosas” completa 20 anos. Correio Braziliense, 18 de nov. 2018. Disponível em: <http://blogs.correiobraziliense.com.br/proximocapitulo/meninas-superpoderosas/ >. Acesso em: 25 de jan. 2020.
 

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