28/02/2020 às 16h35min - Atualizada em 28/02/2020 às 16h35min
Eduardo Coutinho: o documentarista brasileiro que se tornou um dos maiores nomes do gênero
Famoso pela produção de vários documentários, ele se tornou uma grande influência no meio audiovisual e é lembrado até hoje
Thaís Santos - Editado por Milena Iannantuoni
Foto: Guillermo Giansanti/ Divulgação Você realmente sabe o que é um documentário?. Esse gênero do cinema tornou-se conhecido no fim da década de 1920, e entre os principais documentarista daquela época eram: Robert Flaherty (conhecido como pai do documentário), John Grierson e Dziga Vertov.
John Grierson foi quem fez com que o cinema documentário se tornasse conhecido e impulsionou o patrocínio governamental da produção na Inglaterra em meados dos anos 30. Já Vertov acabou fazendo a mesma coisa na União Soviética, mas na década anterior.
Posteriormente, em 1920 o documentário começou a andar com as próprias pernas, ou seja, com o desenvolvimento da experimentação poética, relato narrativo de história e da oratória retórica acabam ganhando novas formas e autonomia. Até aqui tudo bem com a história, então vamos prosseguir para a próxima etapa.
De acordo com o livro “A introdução ao documentário”, do autor Bill Nichols, este gênero tão famoso do cinema surgiu através do interesse em explorar novas possibilidades, documentar a realidade, captar o cotidiano e os limites das pessoas.
Para deixar claro
O documentário é um gênero cinematográfico que retrata, documenta um acontecimento, e pode ser informativo, poético, participativo, além de ser baseado em histórias reais, ou não. Pode ser visto também por trazer um ponto de vista do cineasta em retratar tal realidade, uma opinião do idealizador. Bill Nichols fala que o documentário tem caráter autoral e que pertence ao seu pensamento e ideias sobre contar uma história.
Este não é uma grande reportagem televisiva, e diferentemente de outro gênero do audiovisual – filme de ficção –, é tido como verdade. Eduardo Coutinho (cineasta brasileiro), por exemplo, é um dos principais nomes por definir o gênero no país. Ele, que na arte da entrevista é inspiração para o cinema francês em alguns lugares. Lá, as aulas são ministradas a partir da figura de Coutinho por ser referência de todos os tempos.
O renomado documentarista sabe sensibilizar as pessoas com seus longas. Eduardo consegue surpreender, e impressionar com a profundidade nas entrevistas, além de extrair fragmentos no modo de contar histórias da vida real, é uma genialidade do cinema. Faleceu em 02 de fevereiro de 2014, assassinado pelo filho esquizofrênico.
Matéria-prima de suas obras
A capacidade que Coutinho tinha de saber ouvir o outro era fascinante. Os fragmentos usados em suas produções nacionais são vistos em algumas obras citadas abaixo:
- Cabra Marcado para Morrer (1984)
- Santo Fogo (1999)
- Babilônia (2000)
- Edifício Master (2002)
- Peões (2004)
- O fim e o princípio (2006)
- Jogo de Cena (2007)
- Últimas Conversas (2015)
Nas etapas de criação de um longa, podemos observar o planejamento e pesquisa de arquivo, a bandeira que se pretende defender, o tratamento (a ideia do filme), o roteiro que seguirá uma ordem cronológica ou desconstruída, a amarração com as falas dos personagens, se terá clipe de imagem, etc.
Tudo isso deve ser pensado para que o documentário possa passar a melhor mensagem para o público. O legal disso é perceber a carga narrativa abordada em cada um dos documentários, como foi à produção que pautava as equipes, o material de arquivo documentado em cada um dos filmes, destacar também os processos que envolvem as etapas de produção, sendo pré-produção, produção e pós-produção.
Premiações
Como o grande cineasta que foi, Coutinho recebeu muitos prêmios por suas produções.
Santo Forte, recebeu o Prêmio Especial do Júri, XXVII Festival de Cinema Brasileiro de Gramado, RS, 1999.
Prêmio de melhor filme, roteiro, montagem e prêmio da crítica, XXXII Festival do Cinema Brasileiro de Brasília (DF), 1999.
Prêmio APCA de melhor filme, 2000 entre outras homenagens REFERÊNCIAS