Após completar um ano de funcionamento no mercado brasileiro, o sistema de transferência instantâneo Pix, desenvolvido pelo Banco Central, ganha novos mecanismos de segurança, com o objetivo de diminuir os crimes e fraudes utilizando o serviço. As medidas entraram em vigor em 16 de novembro e já podem ser aliadas dos usuários na Black Friday deste ano, momento em que muitas marcas e empresas deverão disponibilizar o Pix como forma de pagamento das compras.
Dentre as medidas implementadas estão o bloqueio cautelar e a notificação de infração. A primeira permite que o banco em que se encontra a conta do usuário acione um bloqueio preventivo dos recursos por até 72 horas em casos de suspeita de fraude, devendo informar imediatamente a ação ao cliente.
Já a segunda medida determina que as notificações de infração, como transações rejeitadas e devolução de valores, sejam obrigatórias, possibilitando também que os bancos compartilhem chaves Pix e número de contas com demais instituições financeiras, quando houver suspeita de fraude.
Outro grande recurso efetivado foi a devolução de valores em caso de fraude ou falha operacional: por iniciativa própria ou por solicitação do prestador de serviços responsável pelo pagamento, o pagador conta com até 90 dias para requisitar a devolução do valor pago. Além disso, houve a criação de uma nova funcionalidade que torna possível a consulta de informações vinculadas a contas e chaves Pix que possam ser fraudulentas, permitindo, desta forma, que todos os usuários do sistema tenham acesso aos dados e consigam se prevenir.
Entretanto, mesmo com a chegada de novos mecanismos de segurança, os consumidores devem ter cuidado com as operações realizadas pelo Pix, uma vez que alguns se aproveitam da facilidade e popularização do sistema de transferência para cometer crimes. Conforme aponta levantamento divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, desde dezembro do ano passado, foram registrados 202 sequestros-relâmpagos em que os bandidos utilizaram o PIX para roubar o dinheiro das vítimas.
Os dados ainda mostram que as ações criminosas envolvendo Pix aumentaram no decorrer dos meses. De dezembro de 2020 a março de 2021, foram registrados 51 boletins de ocorrências sobre crimes do tipo, como o sequestro-relâmpago, porém, entre abril e julho deste ano, o número saltou para 151.
Respondendo por 72% das operações e superando TED, DOC, TEC, boleto e cheque, segundo o Banco Central, o pagamento por Pix já é um dos meios mais utilizados pelos lojistas para o pagamento de compras online, que oferecem até mesmo descontos para quem se utiliza desse serviço. Sendo assim, o que o consumidor e usuário do Pix pode fazer para minimizar seus riscos e evitar fraudes nesta Black Friday? Veja abaixo algumas dicas:
Para realizar as transações, sejam pagamentos ou outras, use apenas os canais oficiais do seu banco, pelo app ou site. Evite realizar as operações a partir de links enviados por WhatsApp, e-mail ou SMS, que podem levar a páginas fraudulentas.
- Não fornecer chaves com dados pessoais a desconhecidos
Caso você precise fornecer a chave PIX para alguém totalmente desconhecido, utilize uma chave aleatória em vez de usar o CPF, número de telefone ou e-mail, pois isso dificulta que um possível criminoso tenha acesso a informações pessoais. Utilizar um endereço eletrônico alternativo também é interessante.
Preste atenção aos dados de quem vai receber o valor antes de finalizar a transação. Ao digitar a chave PIX, o sistema exibe partes do CPF/CNPJ e o nome da pessoa ou empresa à qual você está enviando o pagamento. Se alguma informação nesse sentido estiver diferente daquela do recebedor, desconfie.
Conexões gratuitas disponíveis em ambientes públicos como shoppings, restaurantes, rodoviárias e aeroportos, podem facilitar o roubo de dados. Por isso, sempre que possível utilize o PIX e outros serviços bancários na sua própria rede móvel ou banda larga fixa.
Ao fazer pagamentos por QR Code, verifique a autenticidade da conta que receberá o valor, pois códigos falsos podem substituir os dados autênticos da loja, além de abrir links suspeitos.
- Identificar lojas confiáveis que aceitam PIX
Uma boa dica é se prevenir antes de fazer as compras, identificando empresas seguras e confiáveis anteriormente. Na página do Procon-SP, é possível conferir a lista de sites de comércio eletrônico que devem ser evitados.
Se você foi vítima de golpe relacionado ao PIX, denuncie a situação ao seu banco assim que possível, faça um boletim de ocorrência e guarde todas as provas, como comprovantes, extratos e prints de conversas, se houver. Em alguns casos, se ficar comprovada a fraude, o dinheiro pode ser reembolsado.