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04/03/2020 às 18h11min - Atualizada em 04/03/2020 às 18h11min

Resenha: Por Lugares Incríveis

Livro perdeu muito de si ao virar filme

Luhê Ramos - Editado por Letícia Agata
capa do filme Por Lugares Incríveis
Por Lugares Incríveis é o mais recente filme lançado na plataforma de streaming, Netflix. O título, na língua original, é All The Bright Places. Baseado em livro homônimo escrito por Jennifer Niven, o longa foi liberado na sexta-feira, dia 28 de fevereiro. 
 
A obra cinematográfica conta sobre o breve romance vivido pelo casal Theodore Finch e Violet Markey. Ambos são estudantes do mesmo colégio. Ainda assim, até o início desta memorável história, não haviam conversado muito. As circunstâncias na qual Finch e Violet se conhecem são bem incomuns, porém, graças a isso, eles tiveram a oportunidade de conhecer melhor um ao outro e ter mais momentos do que ambos talvez tivessem. Com isso, acabaram por descobrir que na verdade iriam nutrir fortes sentimentos um pelo outro. 
 
Violet e Finch formam um casal depressivo em que ambas as partes tentam ajudar uma à outra. O romance dramático trata de assuntos sérios, como depressão e suicídio, o que pode ser um incentivo para que haja uma maior discussão sobre eles no mundo real. É importante nos dias atuais. 
 
No filme, Violet é uma personagem muito bem estruturada e é interpretada por Elle Fanning. A atriz já fez filmes como Malévola e Meu Nome É Ray. Nesses filmes, assim como em Por Lugares Incríveis, a atriz trabalha de forma que o espectador sinta uma dor quase que vívida como a do personagem. 
 
Ademais, temos Justice Smith, que interpreta o insigne Finch. O ator é conhecido por sua presença em Detetive Pikachu e Todo Dia. A atuação é ótima e fica no mesmo nível de Fanning, mais conhecida, mas, devido ao curto tempo de tela que se tem, o personagem pode vir a ser criticado de forma errônea por aqueles que não tiveram contato com o livro, devido o mesmo ser apresentado de forma mais seca do que no exemplar. 
 
O roteiro, por sua vez, foi assinado pela autora original, Jennifer Niven, e por Liz Hannah, que participou também da roteirização de The Post. Há uma certa aceleração nos acontecimentos do enredo que tiveram de ser feitas provavelmente por causa do tempo de duração médio de filmes do gênero. Isso acabou por prejudicar, de forma rasa, mas notória, e fez parecer que o sentimento dos personagens surge de uma forma quase que repentina e não dá a profundidade ideal na relação do casal, diferente do que o leitor encontra no livro. 
 
A direção de Brett Haley, então, segue a linha do roteiro. Os personagens criam afeição um pelo outro de forma rápida, assim como acontece com o resto do enredo. Outro problema se encontra nos cortes secos e imagem neutra da transição, que permanece por tempo elevado em tela. Já a parte da fotografia é uma que não decepciona, por suas imagens e qualidade. 
 
Na tentativa de fabricar um filme que fosse entregue como drama e romance adolescente, a Netflix acabou por perder parte da essência que os personagens e a história têm originalmente; coisa que seria capaz. O produto final, então, não conseguiu traduzir por inteiro nem os personagens nem a essência de toda uma história espetacular. O público que apenas assistir o filme não receberá um produto tão especial quanto o livro de Jen

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