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26/09/2020 às 20h31min - Atualizada em 26/09/2020 às 20h33min

A representatividade no desenho "A casa da Coruja"

Nathalin Gorska - Editado por Fernanda Simplicio
FONTE: Reprodução / Disney Channel

A representatividade é um tema frequentemente pautado em discussões sociais, e como partes de uma sociedade é necessário entender as individualidades de cada um. A comunidade LGBTQIAP+ vem constantemente lutando por seus direitos na sociedade e aos poucos, o mercado cinematográfico vem integrando essas características em suas produções.

A casa da coruja (2020) é uma produção da Disney e criação Dana Terrace, que conta a história de uma adolescente chamada Luz, apaixonada por histórias geek e bruxas. Luz, uma humana, vive em seu fatídico mundo até que acidentalmente entra em um portal e encontra um mundo mágico. Lá conhece uma Bruxa muito poderosa chamada Eda, e King “o rei dos demônios”.
 
Desde o primeiro episódio, é notório que a série é direcionada para pessoas que se sentem excluídas da sociedade, ou que são “diferente” dos outros. Luz é uma personagem que vem de uma família latina, e no decorrer da temporada vemos também personagens que foram presos por serem diferentes, por não se encaixarem nos padrões da sociedade, por escrever fanfics ou por ser revolucionário. Em um de seus episódios, é citada uma frase que já demonstra a temática da série “Ninguém deveria ser castigado por ser quem é”.

Quando ela entra nesse mundo “novo”, acaba se propondo a ser aprendiz de Eda, e ao longo dos episódios, encontra novos amigos: Willow, Gus e Amity.
Willow, uma bruxa adolescente é filha de dois pais e isso é mostrado durante uma lembrança. Já na ‘trama’ principal do desenho temos Amity, que quando apresentada pela primeira vez, aparentava ser a clássica vilã de ficção, mas com o tempo é mostrado outro lado da personagem que conquistou muitos fãs.


 

Durante o episódio Medo do baile encantado, Amity é escolhida como “rainha”, e para ser coroada ela precisa lutar contra um monstro que revela seu maior medo, Luz então, se propõe a ajudar a amiga a lutar contra esse monstro. Com grandes comentários sobre o episódio e um possível romance entre ambas personagens, no Twitter a criadora da animação afirmou

“Durante o desenvolvimento, fui muito aberta sobre minha intenção de colocar jovens queer no elenco principal. Sou uma péssima mentirosa, então esconder seria difícil”.


A notícia tomou proporções inimagináveis, e posteriormente, Dana fez um novo tweet:

“Eu sou bi! Eu quero escrever um personagem bi, caramba”.

Com a confirmação de que Luz é bissexual, houve comoções de diversos lados, tanto da comunidade Queer que celebrou essa decisão da Disney e dos fãs que shippavam o casal, quanto das pessoas que “desaprovam” a escolha de apresentar a Luz como bissexual. 

O Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de país que mais mata LGBT no mundo precisa de consciência, empatia e respeito. A representatividade é importante, e o respeito mais ainda. Dessa forma é preciso levar essa discussão para outras instâncias, como essas produções de grande proporção que promovem esse diálogo com a comunidade brasileira. 


REFERÊNCIAS:
BORGES, Sabrina. “O Brasil é o país que mais mata LGBT”, afirma presidente do grupo aliança. Clic Camaquã, 2020. Disponível em: https://www.cliccamaqua.com.br/noticia/55696/o-brasil-e-o-pais-que-mais-mata-lgbt-afirma-presidente-do-grupo-alianca.html. Acesso em: 25 de set. 2020.

A CASA da coruja é a primeira série do Disney Channel com protagonista bissexual. Diário de Pernambuco, Pernambuco, 17/08/2020. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/viver/2020/08/a-casa-da-coruja-e-a-primeira-serie-do-disney-channel-com-protagonista.html. Acesso em: 25 de set. 2020.

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