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22/01/2021 às 08h48min - Atualizada em 22/01/2021 às 08h43min

As mudanças que o streaming provoca no mundo das séries

Lucas Lima - Editado por Bárbara Miranda

Não é novidade que os streamings vieram para revolucionar a forma que consumimos conteúdos audiovisuais. Muitas dessas mudanças chegaram de forma inesperada, e quando achávamos que as inovações nessas plataformas tinham chegado ao seu limite, somos novamente surpreendidos. Durante a pandemia do novo coronavírus o cenário do cinema e televisão sofreram drásticas alterações para se adaptarem ao distanciamento social. Nesse sentido, os streamings ganharam força por proporcionarem uma forma de consumir conteúdo condizente e adaptável ao tempo. É neste cenário que as plataformas ganharam mais força e se colocam de forma incisiva no mercado, consolidando suas mudanças no comportamento dos consumidores.

As séries televisivas eram produzidas sob uma lógica de alcançar a maior quantidade de público possível e de se manter na relevância por um extenso tempo. Assim, as séries geralmente não trabalhavam com um nicho específico e nem conseguiam ser ousadas - justamente para manter sua audiência. Então, elas se tratavam de produções genéricas com temporadas longas, em que cada episódio era lançado semanalmente.

Os primeiros ventos de mudanças foram soprados pela HBO. Por se tratar de um canal de televisão fechado, sua liberdade criativa para ousar era mais aceitável. Dessa forma, produções com nichos específicos começaram a se tornar uma marca do canal que continha cada vez mais séries segmentadas. Foi também a partir dos canais fechados de tv que as temporadas começaram a ser encurtadas, passando de um total de 20 episódios para 10.

Quando os streaming se popularizam, eles trazem uma mudança no hábito de consumo de séries. As maratonas entram no gosto popular. Inicialmente com a Netflix, os episódios ao invés de serem lançados semanalmente, passaram a ser liberados todos de uma vez. Uma estratégia que passou a ser adotada pelas demais plataformas.

Os streaming chegam no mercado utilizando uma lógica de produção similar aos dos canais televisivos fechados - que logo depois invadiu os demais canais. Um conteúdo nichado, feito para um público específico. A liberdade criativa dessas plataformas são muito maiores que as da televisão, e por isso, conteúdos segmentados se tornaram possível. É importante ressaltar que uma produção nesse sentido pode afastar a audiência. Nesse sentido, os streamings, em mais especifico a Netflix, começaram a focar em quantidade de séries. Dessa forma, seria possível manter a audiência, adicionando uma maior quantidade de vários públicos segmentados. 

Entretanto, quando o foco está em quantidade, a qualidade diminui. Assim, em um curto período de tempo temos uma variedade de produções feitas, porém nem sempre se tratam de um bom produto. 

Diante da iminência da pandemia, esse formato se configurou como funcional. Com as pessoas isoladas em casa, desenvolveu-se uma maior necessidade de possuir conteúdo e o quesito quantidade de produções disponíveis se tornou um diferencial.

Porém, percebe-se que apesar da introdução do formato de maratonas pelos streamings, isso está se mostrando como passageiro, uma vez que, muitas plataformas estão preferindo lançar seus episódios de forma semanal, a fim de engajar o público por um período de tempo maior.

O futuro das séries de tv é incerto. Apesar dos streamings estarem se solidificando no meio das produções do gênero, o formato televisivo ainda é predominante e percebe-se que as plataformas de streaming estão mesclando inovações próprias com formatos de exibição da tv.

 
REFERÊNCIAS

ROSA, Natale. Como os streamings instarou sua era na última década. CanalTech, 2020. Disponível em: <https://www.google.com/amp/s/canaltech.com.br/amp/entretenimento/era-do-streaming-158455/>. Acessado em: 21/01/2021
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