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24/05/2021 às 01h22min - Atualizada em 24/05/2021 às 00h47min

Literatura LGBT+: A escrita da representatividade

Autores LGBT+ nacionais utilizam de suas obras para lutar contra preconceitos e levar representatividade aos leitores

Julia Gomes - editado por Larissa Nunes
Foto: Julia Gomes

O movimento LGBT+ no Brasil teve início durante o período da ditadura militar, que durou de 1964 a 1985, sendo um momento de grande censura e repressão. Por conta do contexto histórico, foram necessárias as criações de algumas publicações LGBT+ para que assim o movimento pudesse ter apoio e continuasse a se desenvolver no país; duas dessas publicações foram os jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana, atualmente os dois jornais não estão mais em circulação.

Durante muito tempo, a literatura LGBT+ foi alvo de muito preconceito, fazendo com que os livros fossem proibidos, confiscados e queimados; estes atos acabaram resultando no apagamento desta literatura.

Porém, nos últimos anos começaram a surgir novos autores, nos quais suas obras tem como foco personagens LGBT+. Os livros pertencem aos mais diversos gêneros, como romance, ficção científica, fantasia e entre outros, fazendo com que haja mais representatividade no mundo literário.

 

Segundo Koda Gabriel Faria Melo, 24 anos, morador de Ouro Preto-MG, programador e escritor, a visibilidade da literatura LGBT+ nacional vem crescendo aos poucos, pois é difícil avançar rapidamente em um país que é muito LGBTfóbico. “Considero que apesar de tudo estamos saindo vitoriosos, um livro por vez”, diz o autor.
 

Para Koda, o consumo desta literatura é tão grande quanto o possível, ele aponta que muitos jovens e adultos LGBT+ estão em busca deste conteúdo, mesmo que as vezes não possam ter acesso a ele.
 

“A principal barreira que vejo são jovens que ainda estão com seus pais e dependem deles, por isso, não conseguem comprar e consumir esse tipo de literatura livremente. Mas aos poucos estamos criando alternativas e outras formas de consumo, especialmente entre o digital e no meio independente” ,complementa Koda.


De acordo com Koda, as pessoas podem apoiar os escritores da literatura LGBT+ consumindo, divulgando, comprando caso seja possível e avaliando, sendo a divulgação o modo de apoio mais acessível. Ele também informa que muitos autores independentes colocam suas obras de graça em sites como Amazon e Wattpad, e ler e avaliar nesses momentos ajuda muito no alcance da obra e do autor.

Quando questionado se por conta desta literatura é possível que as pessoas LGBT+ se sintam mais confortáveis para serem elas mesmas, o autor responde:

“Com certeza! Eu vejo a literatura muito como um lugar onde você pode ou se encontrar, ou se perder. As vezes os dois ao mesmo tempo. E encontrar literatura onde existe gente como a gente ajuda muito na normalização da nossa existência, a mostrar para jovens que é possível ser algo além do normativo.”

Cadê LGBT

O projeto Cadê LGBT foi criado em 2019 pela escritora Maria Freitas e pela jornalista, analista de mídias sociais e administradora do projeto, Thaís Herculano. O projeto tem como objetivo divulgar a literatura e histórias LGBT+, fazendo com que as pessoas com interesse de conhecer e consumir este tipo de literatura consigam ter contato com as obras e autores.

O Cadê LGBT+ inicialmente foi criado na rede social Twitter, mas atualmente também se encontra no Instagram, Telegram e no site oficial do projeto.

Caso precise de ajuda para divulgar seus livros ou sinta interesse em conhecer obras de autores LGBT+ brasileiros, este projeto com certeza irá te auxiliar nisto.

Livros LGBTt+ nacionais para dar uma conferida:
(Sinopses pertencentes a amazon)

O príncipe e a ivreira (Espectros de Roxo e Cinza)- Koda Gabriel

O príncipe Elben é surpreendido pela oferta da sua família de abdicar do trono e poder viver uma vida normal, sem exigências. Ele aceita sem pensar duas vezes, e, entre hobbies e trabalhos, busca aprender mais sobre si e sobre o mundo.

Até que acaba trabalhando na livraria de Leonor, na cidade. Com bom humor e companheirismo, Elben irá descobrir uma poderosa amizade com a garota e navegará águas antes desconhecidas de seu interior.






 



Conectadas- Clara Alves

Ser uma garota gamer não é fácil. Principalmente quando um romance está em jogo.

Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais — pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um "pequeno" problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.

Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir — muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer.

Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real?

 

De antes e para sempre- Dalvan Linhares

Seven ama Peter. Dorothea ama William. Mas os dois amam mais Hollywood. Melhores amigos desde a infância, sabem que Woodvale é pequena demais para seus sonhos grandiosos. Com Dom Pérignon embaixo do braço e olhos de ambição, Seven e Dorothea partem rumo a Hollywood, deixando para trás seus grandes amores.

Em “De antes e para sempre”, Dalvan Linhares mergulha novamente no universo folclórico criado por Taylor Swift para conceber esses protagonistas e descobrir se um amor verdadeiro vive para sempre

 








Emma, cobra e a criatura da parede- Maria Freitas

Emma está ouvindo uma voz vinda de dentro de sua parede. Cobra está ouvindo os pensamentos de Emma. Na tentativa de recuperar a amizade perdida entre os dois, eles vão se juntar para descobrir o que diabos está acontecendo com a parede da garota.










 


Deu match! – Cris Soares

Lia é uma mulher de 31 anos, bissexual e desiludida com o amor. Apesar da romântica que sempre foi, decide se tornar uma mulher mais desprendida da vida sentimental para agarrar-se com a carnal.

Uma aposta com sua melhor amiga surge, fazendo-a resolver a se aventurar em um famoso aplicativo de encontros, a forma mais fácil para conseguir adentrar no mundo do sexo casual.

Porém, após dar match com Júlia, Lia perceberá que, as vezes, pegar uma direção oposta nem sempre te leva para longe do que se quer fugir.


 





Quinze dias- Vitor Martins

Felipe está esperando por esse momento desde que as aulas começaram: o início das férias de julho. Finalmente ele vai poder passar alguns dias longe da escola e dos colegas que o maltratam. Os planos envolvem se afundar nos episódios atrasados de suas séries favoritas, colocar a leitura em dia e aprender com tutoriais no YouTube coisas novas que ele nunca vai colocar em prática.

Mas as coisas fogem um pouco do controle quando a mãe de Felipe informa que concordou em hospedar Caio, o vizinho do 57, por longos quinze dias, enquanto os pais dele estão viajando.

Felipe entra em desespero porque: a) Caio foi sua primeira paixãozinha na infância (e existe uma grande possibilidade dessa paixão não ter passado até hoje) e b) Felipe coleciona uma lista infinita de inseguranças e não tem a menor ideia de como interagir com o vizinho.

Os dias que prometiam paz, tranquilidade e maratonas épicas de Netflix acabam trazendo um turbilhão de sentimentos, que obrigarão Felipe a mergulhar em todas as questões mal resolvidas que ele tem consigo mesmo.

Se interessou por algum dos livros acima? Aproveite e confira-os já.

 


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