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03/05/2021 às 01h08min - Atualizada em 03/05/2021 às 00h54min

É possível se autoconhecer através do tarot?

Ferramenta é utilizada muito antes da construções das pirâmides do Egito para acessar o desconhecido.

Gabrielly Ferreira - labdicasjornalismo.com
Tarot é um jogo de cartas com arcanos maiores e menores (Reprodução: Internet)

Você abre seu Instagram e na primeira postagem do feed tem um reels com o tema “qual o conselho do universo para o seu momento?”. Então, você clica no post e deixa ser levado pela sua intuição na escolha de um dos elementos presentes no vídeo, se a mensagem terá um sentido ou não, só vai depender do momento que você está vivendo. Essa cena parece comum para você?   

A humanidade utiliza de oráculos para encontrar respostas para os dilemas do dia a dia muito antes da construção das pirâmides do Egito. O tarô, um dos mais conhecidos, passou por várias adaptações até chegar na versão dividida em 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores, representados pelas cartas. Utilizando da intuição e cruzamento dos arcanos podemos obter respostas sobre passado, presente e futuro. 

Essa busca incessante do desconhecido nos traz hipóteses que estão além dos nossos olhos, levando a acessar, mesmo que por meio de dedução, o inconsciente individual e coletivo como relata Bruna Carvalho, taróloga que há 1 ano e meio adentrou o mundo do esoterismo por gostar da prática do tarot.

“Ee realmente serve infinitamente para autoconhecimento. Você pode usar ele em qualquer etapa da sua vida desde que você não esteja obcecado pelas cartas. Eu acredito que até o ponto em que uma pessoa está agindo com coerência naquilo que ela está buscando o tarot serve de forma ilimitada. Quando a pessoa leva o jogo com obsessão já não é saudável. Então não serve mais como um conhecimento, mas como uma ferramenta prejudicial. No momento que a pessoa usa com uma certa moderação, ele é uma ferramenta infinita e muito boa”.

TAROT NÃO SUBSTITUI PSICOLOGIA 

E é importante informar que, diferente do tarot, a psicologia é uma abordagem científica. Uma tiragem de cartas não permite orientar pessoas com transtorno mentais como Transtorno de Ansiedade Generalizada, tornando necessário recorrer a ferramentas que tenham embasamento científico. Bruna Vaz, psicóloga, que faz atendimento há 5 anos, levanta um questionamento importante sobre as “consultas informais”. 

“Devemos lembrar que dificuldades diárias que às vezes parecem superficiais questões do autoconhecimento, podem ter uma raiz mais profunda formada de maneira multifatorial. O que nos mostra que tais comportamentos, pensamentos e emoções precisam ser percebidos e tratados à luz da ciência, de protocolos que gerem resultados para melhorar a saúde mental, física e qualidade de vida ao indivíduo”.

Ela também faz um alerta para quem gosta de utilizar técnicas esotéricas como ferramenta principal de autoconhecimento. “Alternativas informais ficam à critério da pessoa e suas crenças a serem levadas em consideração, mas tendo a total consciência do destino ao qual será conduzido, que neste caso é bem diferente ao optar por uma consulta com uma psicóloga e uma consulta de cartas.”

Larissa Alves, 22 anos, por meio dos conhecimentos esotéricos encontrou respostas que considera válidas para momentos de sua vida e mesmo sendo amante do mundo esotérico e encontrado respostas, ela descarta a possibilidade do tarot ser uma ferramenta para diagnóstico psicológico. 

“Hoje em dia temos várias formas de querer sanar os nossos problemas e a internet traz várias 'soluções', mas acho que a solução mais válida de fato é primeiro entender que temos um problema, conseguir essa ajuda e ter um diagnóstico porque [na internet] é muito achismo e as coisas esotéricas são”.
 

TAROT PARA QUEM GOSTA

Para quem gosta do esoterismo, o podcast “A louca do tarot” feito pelo tarólogo Diego Ponciano é um exemplo de entretenimento que relaciona, de forma descontraída, temas do cotidiano com arcanos e dessa combinação ouvimos reflexões sobre a vivência em sociedade.
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