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04/06/2021 às 19h27min - Atualizada em 04/06/2021 às 05h35min

Como dizia Fernanda Youg, bando de cafonas

Na maior crise sanitária da história, além da falta de um governo consciente, as pessoas deixam o bom senso de lado e se jogam nas comemorações

André Arruda - editado por Luhê Ramos
Isac Nóbrega/Presidência
O cenário da pandemia no Brasil ainda é muito delicado, mas parece que para alguns isso não é importante. Em um momento onde estão morrendo cerca de três mil pessoas por dia, dessa forma é evidente que não existe motivos para tantas comemorações. Para uma parcela da população parece que sim, pois bares e festas nunca ficam vazios. Muito pelo contrário. Certos indivíduos perderam a noção de empatia e respeito à vida do próximo. Essa é a sensação que fica presente, pois uns estão curtindo como se não houvesse amanhã e outros agonizam na espera de um leito de hospital. Em 2020, quando pandemia chegou em solo brasileiro, muitos imaginavam que seria uma fase passageira e que se tratava apenas de uma “gripezinha”. Mas não, a realidade ficou cada vez mais complexa. Com um governo negacionista e um presidente com uma postura irresponsável, o país foi caminhando para beira de um abismo. 
 
O isolamento social era até então uma das únicas medidas que apresentavam eficácia comprovada para diminuir a proliferação do vírus. Porém, enquanto em outros países esses protocolos eram seguidos, aqui no Brasil o presidente estava promovendo carreatas antidemocráticas e mergulhando em um mar de aglomeração. A pandemia agravou um panorama de má gestão govertamental que já era grave.  Em um governo formado pelo extremismo e pela falta de clareza, quem se opõe torna-se alvo fácil de ataques. O presidente Jair Bolsonaro sempre mostrou seu desinteresse ao combate a Covid-19, indicando medicamentos sem comprovação científica e promovendo grandes eventos com a presença do público. A partir disso, seus apoiadores decidiram seguir a boiada e deixar de lado todas as medidas de segurança sanitária passadas pela OMS. 

Alto índice de contaminação, hospitais lotados, desemprego e muita mortalidade - esse era e ainda é o cenário do berço do carnaval. Em algumas cidades, os leitos de UTI chegaram a taxa de 90% de ocupação. Atualmente, segundo ao consórcio de imprensa formado pelos veículos de comunicação, já são aproximadamente quase 500 mil mortes. E essa união precisou ser feita pelo fato de o Ministério da Saúde atrasar a divulgação do número de óbitos com o objetivo de prejudicar o trabalho árduo dos jornalistas. Esse acontecimento gerou repercussão internacional, o jornal Britânico The Guardian até publicou uma matéria com o título “Bolsonaro esconde número total de mortes e total de casos de Coronavírus no Brasil”. 
 
Os profissionais de saúde enfrentaram e ainda enfrentam uma verdadeira batalha na linha de frente do combate à doença. Em uma conversa conosco, a técnica de enfermagem Gabrielli Pereira relatou os desafios vividos nos dias de trabalho. Ela contou que viveu momentos de altos e baixos nesse período. O medo de  contrair o vírus e contaminar os familiares é grande. Além de ter que lidar com todo o processo de recuperação do doente, é preciso também tentar deixar mais leve o fato dos pacientes estarem longe de seus entes queridos. A musicoterapia foi uma das estratégias para deixar o ambiente mais humanizado. Mesmo com um cenário caótico, Gabrielli acredita que as pessoas precisam sair melhores dessa triste experiência.

No fim do nosso bate papo, Gabrielli citou um trecho de uma música do Djonga que faz um sentido no momento ao qual está sendo vivido por ela "Tentando dar o meu melhor na minha pior fase". É esse o sentimento em que mesmo tentanto dar o seu melhor juntamente com a sua equipe, uma parcela de pessoas não estão nem um pouco preocupadas com tudo isso que está acontecendo, como a mesma disse é "É como enxugar gelo". 

Nesse momento tão doloroso para todos os brasileiros só nos resta a esperança de que tudo vai melhorar. Logo, mais do que nunca, é preciso aderir todas as medidas de higiene e distanciamento até que todos possam ser vacinados. Precisamos e devemos sair dessa onda de cafonice em que estamos imersos. E, como Fernanda Youg dizia, a cafonice não está atrelada a música que ouvimos, mas sim na ignorância por opção, a mentira como tática. O cafona é dresprezar a ciência, é recorrer a religião para ser hipócrita. Antes de faceler em 2019, fernanda deixou sua última coluna intitulada como "Bando de cafonas" e parece que ela narra bem o atual momento do Brasil; 

Nesse vídeo a atriz Leandra Leal mostra o poder da máscara para se proteger do vírus.
 
 

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