Fotos: Ricardo Artifon/CBFSA caminhada rumo ao título do Gran Prix de Futsal começou no dia 22 de maio, quando a seleção feminina do Brasil chegou à cidade de Xanxerê para treinar no Ginásio da Unochapecó, em Santa Catarina. Desde então, a equipe iniciou sua preparação com treinos, amistosos e participações em palestras.
Logo na primeira semana de estadia no Oeste catarinense, a seleção fez um jogo-treino, no dia 23, contra Adell, uma equipe local, e um amistoso contra o Paraguai, no dia 28, em Pinhalzinho, Santa Catarina, onde as brasileiras levaram a melhor por 10 a 1. No dia seguinte, o time fez um treino na Arena Ivo Sguissardi, palco de toda a disputa do Gran Prix, para reconhecer a quadra.
Wilson Sabóia, técnico do time, destacou, um dia antes da disputa começar, em entrevista ao Portal O Taboanense:
“Durante este período de preparação da equipe foi possível perceber o crescimento da equipe tanto no coletivo como no individual, e o amistoso contra a seleção paraguaia mostrou que estamos prontos para a disputa do sonhado Grand Prix Feminino”
E, de fato, estavam. No dia 30 de maio, a competição iniciou e o Brasil disputou o título acompanhado por Argentina, Chile e Paraguai. Na primeira rodada, as brasileiras bateram o Paraguai por 7 a 1. Na segunda, venceram a equipe da Argentina por 3 a 0. Já na última rodada, o Brasil não economizou nos gols e conquistou uma vaga na final depois de golear o Chile por 10 a 0. A outra vaga foi preenchida pela Argentina e, por isso, a final tinha tudo para ser eletrizante.
O jogo foi marcado para o último dia 2 deste mês. Aos poucos, a Arena Ivo Sguissardi viu suas arquibancadas lotarem de camisas amarelas de todos os tamanhos e tons. A expectativa, principalmente da torcida, era grande, o que ninguém sabia é que ela seria brilhantemente superada.
A partida começou e com poucos segundos, a seleção brasileira já pressionava as argentinas, tanto que, aos dois minutos, Nega abriu o placar, após uma cobrança de escanteio. Aos sete, Simone fez 2 a 0, depois de uma bela assistência de Neguinha. A Argentina tentava conseguir a posse de bola para criar alguma jogada e isso até aconteceu, mas e equipe pecou na finalização e a bola sobrou para Gabi que, aos 11 minutos, marcou o terceiro gol brasileiro.
Depois disso, Amandinha, dona de cinco prêmios de melhor jogadora de futsal do mundo, ainda teve tempo para balançar duas vezes as redes do gol argentino. Com um ginásio vibrante e uma Argentina abalada, antes do fim do primeiro tempo, Dinha ampliou e as brasileiras foram ao intervalo com 6 a 0 no marcador.
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Na volta, apesar do placar elástico, o Brasil não diminuiu sua intensidade na quadra e após uma batida cruzada de Rossatto, Su Reis fez mais um para o lado brasileiro. A Argentina não conseguiu criar jogadas perigosas e viu o placar se estender novamente, 8 a 0. Nicolas Noriega, o técnico argentino, não conteve seu desespero, principalmente depois de ver a equipe brasileira marcar novamente com Greici e Diana, ampliando o placar que já era grande.
Por fim, aos gritos de “olé” da torcida, Simone balançou as redes pela última vez para o Brasil. No placar, 11 a 0. Na quadra, sorrisos e abraços do lado brasileiro e rostos nitidamente apáticos e tristes do lado argentino. Na torcida, a felicidade estava estampada na face e presente na voz de cada um que viu o show das meninas do Brasil o qual resultou na conquista do primeiro Gran Prix de Futsal da seleção.
Depois da partida, Amandinha, autora de três gols, em entrevista ao Globo Esporte, afirmou:
“Jogar contra a Argentina tem um gostinho diferente por causa da rivalidade. Elas (jogadoras argentinas) estão evoluindo muito. Na fase de grupos, a gente se enfrentou e fizemos 3 a 0. Hoje conseguimos um placar mais elástico. Agradeço muito por essa competição ter acontecido no Brasil, com o apoio da torcida.”
Agora, o Brasil agrega mais um título inédito em sua história. Somado a esse, a seleção brasileira feminina de futsal já conquistou seis vezes seguidas o Torneio Mundial de Futsal Feminino, além de ter cinco títulos no Campeonato Sul-Americano de Futsal Feminino. Tudo isso é reflexo de muita luta, perseverança e superação. Boa parte das jogadoras já viveram ou ainda vivem uma realidade muito dura dentro de um esporte que ainda sofre com a ausência de investimento e reconhecimento, principalmente quando se trata da modalidade feminina. Apesar disso, as dificuldades servem de motor para fazê-las seguirem seus objetivos.
Todos os momentos são significativos tanto para as jogadoras como para quem está preparando-as. Desde quando cantam “Pátria amada, Brasil” durante o hino nacional até o último lance do jogo na quadra, elas estão fazendo história. Cada apito que marca o fim de uma partida tem um peso diferente na trajetória do time e de cada atleta, seja bom ou ruim, mas a certeza que há é a de que cada apoio, em qualquer momento, é essencial para dar a todas elas um motivo para perseguirem seus sonhos.
