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11/06/2021 às 18h17min - Atualizada em 11/06/2021 às 17h20min

Depressão e ansiedade: como as redes sociais têm interferido na saúde mental dos jovens

Pesquisas apontam que o uso excessivo das redes sociais tem contribuído para uma sociedade cada vez mais doente mentalmente

Gabryella Freitas - Editado por Letícia Agata
Foto: Reprodução/Internet
Não há como fugir das mídias sociais. Vivemos em uma era digital e estamos constantemente conectados. Em todos os ambientes que nos encontamos, o que se observa são pessoas vidradas em seus smartphones; troca de olhares e palavras são coisas raras. E o que isso está ocasionando em nossos jovens?

Além da falta de comunicação e interação, que por si só são ruins, há problemas ainda maiores, como a depressão e ansiedade. O mal do século XXI tem afetado milhares de pessoas do mundo inteiro, de classes sociais diferentes, raças e religiões. Para quem vê de fora, algumas dessas pessoas não teriam do que reclamar, mas esse é o grande problema dessas doenças: elas não seguem um padrão.

Os jovens são os mais atingidos, pois os distúrbios estão diretamente ligados ao uso das redes sociais. Mesmo não sendo a principal causa, que se deve por diversos fatores, o consumo excessivo pode agravar o quadro. Por exemplo, uma pessoa que tem tendência à depressão ou já foi diagnosticada com a doença, ao observar a vida alheia no Instagram pode ser tomada por sentimentos negativos como a inveja das vidas aparentemente perfeitas que são expostas na rede.

Para entender de que forma essas plataformas têm contribuído para o aumento dessas doenças, conversamos com Victoria Andrade, de 19 anos.

 

"Tenho baixa auto estima e me sinto incapaz em relação à maioria das coisas. Sempre estou me comparando com outra pessoa e me diminuindo. E não é a riqueza e bens materiais que me oprimem. É a felicidade delas. Eu queria essa sensação, eu queria me sentir feliz a ponto de querer viver. Luto para que isso não me faça desistir dos estudos ou até mesmo da vida", conta a estudante.



 
A sensação de tempo perdido após passar longos períodos conectado, também seria um dos fatores que colaborariam com a depressão. Isso sem falar na vulnerabilidade que a exposição virtual pode causar, aumentando o risco da pessoa sofrer algum tipo de cyberbulling ou absorver comentários negativos que certamente terão algum impacto em suas vidas, como acontece com muitos famosos.

Recentemente a cantora Luiza Sonza foi vítima desse linchamento virtual e emitiu um pronunciamento através de sua assessoria informando o seu afastamento das redes sociais. A artista, que é seguida por milhares de pessoas, tem sofrido ataques na internet há algum tempo. Comentários negativos sobre o seu trabalho e vida pessoal sempre foram frequentes, mas a gota d'água se deu após receber diversas mensagens de ódio depois da morte de João Miguel, filho do humorista Whindersson Nunes, ex-marido de Luísa, com a estudante Maria Lina Deggan. 


No fim de maio Luísa se manifestou sobre o assunto no seu perfil do Instagram e aos prantos implorou que parassem de atacá-la. O vídeo foi deletado logo em seguida e era um desabafo sobre os comentários publicados nas redes sociais que a associaram à morte do bebê. Isso só reforça que mesmo sendo referências, as celebridades também podem ter suas vidas devastadas e seus quadros depressivos agravados por causa da internet.

Segundo uma pesquisa feita pela Royal Society for Public Health, na Grâ Bretanha, o Instagram é considerado a rede social mais nociva para a saúde mental de crianças e adolescentes. Pensando nisso, o aplicativo ofereceu um suporte aos seus usuários.

Ao pesquisar pelas hashtags #ansiedade #depressão ou #suicídio, é emitido um aviso: "Publicações com as palavras ou tags que você está procurando muitas vezes incentivam um comportamento que pode fazer mal a uma pessoa e até levá-la a morte. Se você está passando por uma situação difícil, gostaríamos de ajudar". Em seguida, se clicarmos em "obter apoio", somos direcionados à mais três alternativas: "Fale com um amigo", "Falar com um voluntário da linha de apoio" ou "Receber dicas sobre saúde mental".


É necessário ressaltar que muitas vezes a recuperação não é possível de ser adquirida sozinha ou em grupos de apoio. Para a maioria dos casos é necessária a intervenção de profissionais capacitados para lidar com essas situações: psicólogos e psiquiatras devem ser procurados.

A depressão e a ansiedade são doenças que merecem atenção e tratamento especializado. Procure ajuda.


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