Celebrado mundialmente em junho, o mês do orgulho LGBTQIA+ é marcado por campanhas, palestras, eventos e diversas outras comemorações rodeadas pelas sete cores do arco-íris. Dentro da sigla, a letra “B” que designa os bissexuais, pessoas que se relacionam com mais de um gênero, muitas vezes passa por um processo de invisibilidade. As representações nas mídias e nos meios culturais são essenciais para a normalização da bissexualidade como uma orientação sexual legítima. Mesmo assim, ainda é difícil pensar em protagonistas que se assumam dessa forma, seja no cinema, na TV ou na literatura.
Nesse cenário de falta de representatividade, a autora nacional Olívia Pilar busca valorizar a diversidade em seus contos. Graduanda em jornalismo, Olívia já escreveu várias histórias que abordam a bissexualidade de seus personagens, sempre com a preocupação de representar pessoas de diferentes minorias, sem se debruçar sobre estereótipos. “Acredito que escrever personagens bissexuais têm relação direta com a minha vivência enquanto uma mulher negra bissexual. Quando me compreendi como tal, meus personagens foram automaticamente para esse caminho.”
Olivia destaca que durante a juventude é ainda mais importante se sentir representado dentro das manifestações culturais, e sobretudo, na literatura. Apesar de não ser uma tarefa fácil encontrar livros que abordam o tema da bissexualidade, é importante destacar que eles existem e que podem ajudar uma pessoa bissexual no processo de entendimento da sua sexualidade como legítima.
“Essa fase está muito ligada à questão de se entender como uma pessoa, de compreender quem quer ser, o que gosta ou não. Os livros têm um poder gigante de participar ativamente desse processo.
A coleção foi idealizada e escrita pela autora nacional Maria Freitas, criadora da página "Cadê LGBT" no Twitter - perfil para divulgar histórias com representatividade, já tendo quase 35 mil seguidores. A trilogia é composta por livros de contos, ao todo são 12 histórias com protagonistas bissexuais. Maria Freitas se preocupou em trazer personagens trans e não binários e uma variedade de gêneros que vai desde romance clichês a um papai noel alienígena e adolescentes com super poderes. Cada livro tem um cor, para que ao serem colocados em conjunto, as lombadas formem a bandeira bissexual. Além dos livros físicos, é possível adquirir os contos em formato ebook com valores que não passam de R$ 3.
A série sueca de gênero policial conta com dois personagens principais: Lisbeth Salander, uma hacker muito inteligente, e Mikael Blomkvist, um jornalista da revista Millennium. São cinco livros que desenvolvem os protagonistas e principalmente, contam a história e evolução de Lisbeth. A heroína da saga é assumidamente bissexual e considerada fora dos padrões de feminilidade. Apesar de não focar nisso, a série de livros abre espaço para discussões sobre gênero, homofobia e diversos outros assuntos.
Neste livro acompanhamos o jovem Tanner Scott, um garoto judeu e bissexual que apesar de ser aceito por sua família, precisa esconder sua sexualidade ao se mudar da Califórnia para Utah, um estado não tão receptivo à diversidade. Faltando seis meses para o fim do colegial, Tanner não vê a hora de ir para uma universidade longe da pequena cidade onde mora e finalmente assumir quem ele é. Quando sua melhor amiga Antumn se inscreve na aula de escrita e o desafia a participar, Tanner não consegue recusar o convite. Porém, ele se arrepende ao bater os olhos em Sebastian, o jovem prodígio mórmon e mentor da aula de redação. O livro de romance escrito por Christina Lauren é divertido e com uma escrita leve, abordando temas como sexualidade, família, religião, amizade e amor.
Esta trilogia é, antes de tudo, uma história sobre vingança. Mia Corvere, uma garota de 16 anos, viu seu pai ser executado quando ainda era criança. Pouco depois, sua mãe e seu irmão foram presos em nome do Deus da Luz. A menina não se esqueceu daqueles que destruíram sua família e seu objetivo é matar todos eles. Apesar dos livros serem de fantasia dark, há também o desenvolvimento da sexualidade de Mia. Ao longo da trilogia, a protagonista passa por uma jornada de autoconhecimento que abarca diversos aspectos da sua personalidade, inclusive sua bissexualidade.