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18/06/2021 às 21h31min - Atualizada em 18/06/2021 às 21h25min

A Cultura Underground de Belo Horizonte Sobrevive Na Pandemia

A pandemia cercou as oportunidades de renda de vários artistas belorizontinos

Cler Dos Santos Gomes Pereira - Revisado por Damáris Gonçalves
@djpoetry______ (Divulgação/ Arquivo Pessoal) Under Feelings - 2019.


A pandemia da covid-19 fez com que toda a sociedade tivesse que se reinventar. Máscara, álcool em gel e distanciamento são as palavras de ordem atuais. Belo Horizonte é o berço cultural de muitos artistas da cultura underground brasileira, tais como Djonga e Mac Julia. Mas infelizmente, o sucesso que eles fazem não é a realidade de outros rappers e djs de BH. Mas, nem por isso, esses artistas deixaram de fazer sucesso entre seu público, se virando nos 30 para sobreviver na pandemia. Quando as aglomerações eram permitidas, eles faziam shows lotados, exibindo sua arte.
 

DJ POETRY

No dia 18 de Junho, o DJ e produtor de eventos Rafael Augusto Silva de 25 anos concedeu uma entrevista sobre como é ser DJ na pandemia sem os eventos. Como o restante do país e do mundo, festas e eventos foram canceladas para evitar aglomerações e consequentemente um contágio maior do vírus. 

@djpoetry______ (Divulgação/ Arquivo Pessoal) Classics Hip Hop - 2019. 

 

Bares, restaurantes e o comércio no geral tiveram que fechar ou atender apenas por delivery. Mas, como ficaram os artistas? BH tem festas que agitam a cidade aos fins de semana, localizadas no centro. Uma delas é a Under Feelings, em que Rafael atua como DJ. 

Ele relata que o projeto da Under Feelings é um dos que mais o motiva a continuar na área, e ter que parar logo no início foi doloroso. Para sobreviver nesse tempo, atua como motoboy por Belo Horizonte. “Os eventos eram minha minha renda total “, afirma. 

 

Há muitos anos, Benjamin Franklin disse que “o trabalho dignifica o homem”. Seguindo este raciocínio, ficar sem trabalhar com o que gosta é muito complicado, ainda mais se levar em conta que o contato humano tornou-se perigoso desde março de 2020. 

DJ Poetry conta que “de verdade, sinto falta de tocar, a quantidade não é o ponto maior, mas dos eventos, das pessoas, energias e trocas que eu sinto falta quando vou discotecar.” 
 

SAÚDE MENTAL

Quando a pandemia começou, a sociedade entendeu que poderia viver sem o bar, shopping e até mesmo as relações de trabalho. Mas de forma alguma, sem arte, sem música. No começo da pandemia, Rafael confessa que a diferença na rotina mexeu muito com sua saúde mental.
 

“Depois de um bom tempo que eu comecei a pensar em me reinventar, me dedicar para outras coisas, e até hoje penso. Eu realmente não sei o que vai ser disso tudo, mas tô mantendo meu sonho intacto e seguro pra voltar com tudo, mas às vezes é um desafio bem difícil, mas nunca foi fácil pra gente, então seguimos” , conclui o DJ.  

 

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