Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
11/06/2019 às 17h14min - Atualizada em 11/06/2019 às 17h14min

K-Pop: o fenômeno global

Estrelato, aquecimento da economia, fãs e dificuldades. Conheça mais do estilo que conquistou o mundo

Amanda Canton
BTS é um dos destaques entre os grupos de k-pop. (Foto: Reprodução/Instagram).
Não é de hoje que o cenário K-pop vem se expandindo e tomando força mundo afora. Para a “vanguarda” do gênero, a cultura coreana, já começou a tomar força no exterior lá em meados de 2009, com a estréia dos grupos Girls Generation, Super Junior, Miss A, entre outros. Mas nos últimos anos, após a grande explosão do cantor Psy, em 2012, com a música “Gangnam Style”, o K-pop se tornou uma sensação global fazendo com que grupos como BTS e Blackpink tomassem uma fama gigantesca.

ECONOMIA

O K-pop começou de fato na Coreia, em meados dos anos 90. O estilo musical foi uma forma que o governo encontrou de passar pela crise que afetava os Tigres Asiáticos, fazendo o país exportar também a sua cultura.

O pioneiro desse sucesso foi o grupo "Seo Taiji and Boys", em 1992. Seu estilo era algo totalmente diferente para os coreanos, já que a maioria das musicas permitidas lá eram tradicionais, geralmente envolviam tributos ao país. O sucesso do grupo foi tão estrondoso que virou um marco na Coreia do Sul e deu inicio ao que posteriormente seria uma das maiores potências econômicas na Ásia.

Inspirados pelos estilos musicais norte-americanos, os grupos passaram a cantar músicas mais “jovens” com um estilo mais livre do que as antigas músicas do país, trazendo letras que abordavam diversos temas, como amor e juventude rebelde, após os “Seo Taiji and Boys'.' A Coreia percebeu o potencial e a importância que aquele gênero poderia acarretar no país e passou a investir cada vez mais na cultura, criando outros grupos como "H.O.T", "S.E.S", "Shinhwa", "Sechs Kies" e "Fin.KL", formando a primeira geração do K-pop.

Com músicas ritmadas e coreografias trabalhadas o K-pop foi conquistando não só os coreanos, mas pessoas do mundo todo tornando-se um fenômeno global. Em 2018, a “onda coreana” rendeu para a economia da Coreia do Sul cerca de 4,1 trilhões de Wons (equivalente a R$14 bilhões de reais). Com isso, o turismo local aumentou devido aos sucessos dos grupos derivados do gênero K-pop, cerca de 800 mil turistas vão ao país da Ásia Ociendetal. Já exportações de produtos, principalmente relacionados ao grupo BTS, renderam cerca de US$ 1 bilhão.


 FÃS

Se a Coreia conseguiu fazer de sua cultural um meio gigantesco de ganhar dinheiro, isto se deve aos fãs. A febre K-pop se espalha por quase todos os continentes e traz com ela uma legião de admiradores. Os fandoms (fãs) fazem de tudo por seus idols (idolos), desde colecionar todos os álbuns, camisetas, produtos de maquiagem até passar meses em filas de shows. 

O fã Davi Vieira Matos (20),  é uma das pessoas que ajuda os grupos a crescer: “Já fiz coisas como mutirões de visualização em comebacks dos grupos que acompanho, pois acho que isso é um feedback para eles e também para que mais pessoas conheçam eles’’, conta.

Desde brigas no Twitter a mutirão no Youtube, os fãs são encontrados em todos os lugares. O que antes era algo isolado e mais comum no meio das pessoas que já tinham um contato com a cultura coreana, hoje a cultura atinge uma série de grupos, até mesmo quem não acompanha já deve ter escutado alguma musica de K-pop.


DIFICULDADES

Cantor 
Kim Jong-Hyun (Foto: Reprodução / Instagram).

Mas nem tudo são flores para os artistas que compõem os grupos. Apesar da fama e do dinheiro, os idols são vigiados e limitados pelas empresas responsáveis pelos grupos. Isto por que eles não podem ser envolvidos em nenhum tipo de “polêmica”. O que é geralmente comum ver nos tabloides de outros países, como um determinado artista ser visto saindo de uma festa bêbado ou visto com algum parceiro romântico, na Coreia é extremamente proibido para os idols, eles não podem beber, usar qualquer substância química, frequentar festas e até namorar.

O sonho de se tornar um idol e crescer no mercado coreano fez com que muitos trabalhassem incansavelmente durante anos para conseguir uma oportunidade. Eles passam por audições nas empresas onde mostram seus talentos e, caso aceitos, se tornam "trainees". Muitos passam anos nessa posição e ainda sim não conseguem “debutar”.

Para os que conseguem o debut, as regras e treinos continuam até mais assíduas, isto por que o idol deve ter uma imagem impecável, tanto socialmente como esteticamente. Pesos e vestimentas são controlados, tudo para passar a imagem perfeita.

Essa cobrança em suas vidas já teve um peso forte demais para alguns. Em 2017, o artista Kim Jong-Hyun, do grupo SHINee, cometeu suicídio. O cantor deixou uma carta que dizia: “Ninguém está mais atormentado, nem debilitado do que eu. Ser famoso provavelmente não era meu destino. Eles me dizem que por isso estou tendo dificuldades... Por que eu escolhi?’’. O cantor deixou uma legião de fãs e familiares desolados ao interromper sua vida aos 27 anos, e não foi o único que sofreu com a pressão imposta no meio coreano para ter uma imagem perfeita. A imagem do k-pop cresce à medida que os problemas também, os astros encaram algumas condições duras de exploração e até alguns casos mais graves como assedio sexual, tudo em nome da grande fama.

Editado por Alinne Morais
Revisado por André Uchôa


 
 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »