O filme
Esquadrão Suicida (2016), lançado pela
DC Entertainment e distribuído pela
Warner Bros Pictures, recebeu inúmeras críticas a cerca da película, porém, o público foi direcionado em maior parte para a forma como Harley Quinn (Margot Robbie) foi apresentada e representada durante a história.
A sexualização do corpo da personagem, tem inicio na primeira cena em que ela é aparece realizando movimentos circenses em um lençol dentro de sua cela, há diálogos com comentários apenas sobre a sua beleza e sanidade mental. E o que incomodou muito os telespectadores, o desnecessário momento em que Harley lambe a barra da cela, em uma talvez tentativa de seduzir os guardas da prisão.
Há outros momentos peculiares, como no momento em que todos os prisioneiros irão trocar de roupas, e somente nela é feito um longo close em seu corpo, além da necessidade de mostrar o momento em que coloca sua “coleira”, onde pode-se ler “pudim” escrito, referência ao Curinga, assim como em sua roupa “monstrinha do papai”.
Porém, o detalhe que mais provoca incômodo ao público que conhece a fundo o universo
DC e os personagens, é a romantização que foi feita no relacionamento entre Arlequina e Coringa. Nos desenhos e HQs é possível perceber que além de uma relação tóxica, é puramente violenta tanto física, quanto psicológica.
Importância de Margot Robbie Atriz que ganhou notoriedade interpretando Harley no primeiro filme, voltou ao papel em
Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fabulosa, no início de
2020, dessa vez atuando também como produtora do longa.
Margot fez questão que a trilha sonora, direção e outras partes do filme fossem comandadas por mulheres. Na produção, a personagem usa roupas mais soltas e confortáveis, mais adequadas para as cenas de lutas.
Ter na direção a presença de uma mulher, sem dúvidas, permitiu adaptações no cinema importantes, para o fim da sexualização de Arlequina, desenvolvendo melhor sua história, construindo uma mulher mais forte e independente.
Uma nova Arlequina? A evolução de Harley vem muito da “libertação” de seu relacionamento com o vilão, agora tendo espaço para explorar seu arco de anti-heroína. Mostra sua força e coragem, mas com cicatrizes e marcas, vivendo um dia de cada vez, agora por sua conta e risco.
A Arlequina de Margot Robbie esteve presente em duas produções recentemente,
Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fabulosa (2020) e O Esquadrão Suicida (2021), a presença da personagem repaginada agradou muito aos fãs do estúdio.
Tanto sua nova aparência, quanto seu modo de agir, enriqueceram ainda mais a trama da tão querida Harley Quinn. A trama traz uma representatividade feminina muito importante, parece simples, mas em um mundo ainda tão machista, a valorização de personagens femininas e o abandono da sexualização do corpo feminino é um ganho para a sociedade em geral.
REFERÊNCIAS:
IBRAHIM, YASMIM. Hipersexualização da Arlequina: como personagem foi remodelada para o cinema.
Correio Braziliense. 08 de ago de 2021. Disponível em <
https://www.correiobraziliense.com.br/diversao-e-arte/2021/08/4942459-hipersexualizacao-da-arlequina-como-personagem-foi-remodelado-para-o-cinema.html> . Acesso em 24 de ago de 2021.