77 anos após a morte de Anne Frank, o suspeito de revelar aos nazistas a localização em que a adolescente e sua família se escondiam dos massacres do Holocausto foi descoberto e está sendo investigado. Anne morreu no ano de 1945 em um campo de concentração de Bergen-Belsen, para onde foi transportada após a descoberta do esconderijo por policiais.
Annelies Marie Frank, adolescente alemã de origem judaica, é referência de luta no período da Segunda Guerra Mundial. Isso porque a garota registrou em um diário pessoal, que depois foi divulgado como obra literária, as inseguranças, conflitos e superações de uma vítima do Holocausto. Antes que todos os pertences da família fossem destruídos pelos agentes do governo, o documento foi preservado por dois amigos da jovem. A publicação é o relato pessoal mais famoso sobre a vida de um judeu durante a Guerra e tem como título “O Anexo Secreto” e, após tradução, “Diário de Anne Frank”.
A adolescente se escondeu durante dois anos em um espaço adaptado por seu pai no anexo secreto da empresa onde ele trabalhava. Esse lugar deu nome à produção de Anne quando publicada, já que era relatado no diário o cotidiano de sobrevivência e convivência no local, até ser descoberto e invadido por policiais. O único sobrevivente do grupo, o pai de Anne, após liberado da prisão de Auschwitz pelos russos, retornou ao local em que viviam, tomou consciência das mortes dos outros familiares e recuperou alguns dos pertences deixados para trás. Otto Frank foi responsável, junto aos amigos de Anne, por tornar público o relato pessoal da garota.
Depois de seis anos de buscas, os investigadores que retomaram a revisão do caso descobriram, por meio de técnicas modernas, que Arnold Van Den Bergh, judeu de Amsterdã e membro do Conselho Judaico teria sido o responsável pela revelação do esconderijo. Segundo as pesquisas também do grupo, o qual continha agentes de investigação e historiadores, a delação teria sido feita em defesa da própria família do homem.
Arnold teria sido forçado por conta de ameaças de nazistas, a revelar as únicas informações capazes de salvá-lo dos ataques sofridos por judeus no período. “Quando perdeu toda a sua série de proteções, que o isentavam de ir para os campos, teve que fornecer algo valioso aos nazistas para que ele e sua esposa ficassem seguros”, relata o investigador do FBI responsável, Vince Pankoke, em um documentário exibido pela emissora CBS sobre o caso. Arnold faleceu em 1950 ainda na Holanda.