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02/02/2022 às 19h38min - Atualizada em 28/01/2022 às 20h30min

A necessidade de Linn da Quebrada, dentro e fora do BBB

Participante do BBB 22, Linn já sofreu transfobia dentro do reality e acedeu a discursão a respeito do assunto nas redes sociais.

Gean Rocha - Editado por David Cardoso
Linn da Quebrada é a segunda mulher trans a participar do Big Brother Brasil. (Foto: Reprodução/ O Liberal).

O Big Brother Brasil 22, começou com um elenco repleto de diversidade e um nome vem se destacando, Lina ou como todo mundo conhece, Linn da Quebrada. Desde que entrou na casa, depois de ter ficado em isolamento por ter testado positivo para COVID-19, Linn chegou na casa e se tornou uma participante bem ativa.

Lina é a segunda mulher trans a participar do reality, a primeira foi Ariadna Arantes, em 2011. O preconceito falou mais alto e ela acabou sendo eliminada na primeira semana. Após sua saída, Ariadna continuou recebendo ataques preconceituosos do público e da imprensa.

Mas quem pensou que com Linn seria diferente, se enganou, a cantora sofreu transfobia nas primeiras 24 horas dentro da casa, foi chamada pelo pronome “ele”, onde corrigiu imediatamente Eslovenia: Ela! No mesmo dia, à noite, Rodrigo Mussi usou o termo “traveco”, não diretamente para Lina, mas com medo do julgamento, e com a justificativa que estava se descontruindo perguntou diretamente a cantora se o termo era pejorativo.

Em sua apresentação, Linn fez um discurso poderoso: “Não sou homem, nem sou mulher. Sou Travestir” e imediatamente repercutiu entre o público. Com um discurso, forte, poderoso e com representatividade, Linn tem a chance de dá voz em rede nacional as mulheres trans e travestir que são associadas a prostituição e marginalidade pela sociedade e pela própria comunidade Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Queers, Intersexo, Assexual, Pansexuais (LGBTQIAP+).

Em seu rosto, a tatuagem com o pronome “Ela” faz referência a maneira como Linn deseja ser tratada, mas menos na cara, literalmente na cara, muitos brothers insistem em chama-la no masculino, uma agressão que machuca de uma forma significativa.

Vivemos em uma sociedade, onde conseguimos chamar Larissa de Anitta, Nivaldo Batista de Gustavo Lima, Mirosmar de Zezé di Camargo e não conseguimos chamar uma pessoa trans ou travestir pelo nome que ela ou ele se reconhece, na verdade conseguimos, mas o preconceito, o mau-caratismo fala mais alto.

Em pleno século 21, errar a maneira correta de se referir alguém não tem justificativa, existe muita forma de aprender, mas Lina tem a chance e propriedade de mostrar uma vertente desconhecida de uma minoria que é massacrada pela sociedade.

Ninguém nasce sabendo de tudo, e estamos passivos a erros e com um debate sobre o assunto cada vez mais presente e ao alcance de todos, reconhecer o erro, se desculpar e aprender com ele é um grande passo para desconstrução de uma sociedade machista, transfóbica, sexista.

Somos o país que mais mata travesti e transsexual no mundo, mas também somos o país que mais consome pornografia trans, uma controversa gigante que faz com que refletimos sofre o assunto, e acompanhar a trajetória de Linn da Quebrada dentro do reality é uma maneira de aprender e reconhecer o erro e começar a mudar essa realidade.


No BBB 22, Linn fez um discurso poderoso: “Não sou homem, nem sou mulher. Sou Travestir”. (Reprodução: @linndaquebrada - Instagram)

Lina é forte, tem a representatividade na alma, militante de uma causa necessária e que busca mostrar um lado desconhecido pela sociedade as pessoas trans, é necessário ter alguém como Linn, em um programa de TV, em rede nacional, levantando questões tão pouco discutidas pela sociedade, essa mesma sociedade que se faz de cega para uma minoria tão desassistida por políticas públicas.


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