Lab Dicas Jornalismo Publicidade 728x90
17/02/2022 às 21h33min - Atualizada em 17/02/2022 às 21h02min

Crônica: De vacinação às eleições presidenciais e Copa do Mundo, o que 2022 nos aguarda

Os primeiros cinquenta dias de 2022 já passaram, com novos marcos e acontecimentos diários, mas muito ainda está por vir

Evellyn Torres - Editado por Larissa Bispo
Foto: Weimer Carvalho / Reprodução
Já não conto mais os dias, eles simplesmente correm pelo calendário e o tempo escorre pelos meus dedos frios. Em vésperas de ano novo, as pessoas costumam fazer planos e metas sobre o futuro; a maior parte delas não serão cumpridas, mas mesmo assim o fazem. Eu mesma fiz algumas, mas acho que minhas esperanças foram parar no ralo do chuveiro, junto com algumas lágrimas.
 
A capacidade do ser humano de normalizar situações é incrível, devo dizer. Todos os dias, jornais, rádios e noticiários atualizam o número de infectados e mortos no mundo. No começo, todos estavam em choque observando os países da Europa, mas quando chegou no Brasil, a situação foi outra. Mas também entendo que, agora passado dois anos, as pessoas queiram se apegar a qualquer mísero fio de normalidade ou controle da situação. A esperança veio por meio da ciência. 
 
Os avanços da vacinação trazem conforto. Vi na televisão que o Brasil já aplicou mais de 381 milhões de doses, 153 milhões totalmente vacinados. Só não dá pra ignorar os mortos como alguns fazem, diariamente, por aí. Já passam de 641 mil mortes que poderiam ter sido evitadas, são tios, avós, mães, crianças. 
 
Sem choro! Afinal, é ano de Copa do Mundo em novembro no Catar, foi o que eu vi no Twitter. O Futebol sempre une ou afasta as pessoas. Ahh, camiseta verde e amarela, como mudou seu significado ao longo dos anos, não é?  Amada por uns e odiada por outros. 
 
“Brasil: Ame ou deixe-o”, há quem pense assim; há quem peça a volta dela, da Ditadura; há quem se sinta à vontade de exibir preconceito de peito aberto nas ruas e na internet; há quem legitime o nazismo. Há pessoas e grupos para tudo, mas também há quem lute contra. 
 
No ônibus, ouço uma senhora perguntando a outra em quem ia votar em outubro para presidente e senadores. Atenta, escuto que nenhum político presta. Apenas acenos afirmativos em volta. Bingo! É época de eleição, tem como ficar melhor esse fim de ano? Polarização política novamente, uso de fake news novamente, mas será que a história irá se repetir? Isso me assusta. Não é só o Brasil que irá fervilhar com as eleições, a América do Sul toda já está assim desde o ano passado. 
 
Voltando ao normal. Carnaval adiado, mas ainda rola esse ano. Fora as festas clandestinas na Zona Sul. Afinal, sempre teve, a diferença é o tratamento diferenciado que eles recebem.
 
Pelo menos, tem Big Brother Brasil quando eu chegar em casa, o mínimo de entretenimento que tiver, mesmo que medíocre, segundo o dicionário “comum, mediano, modesto'', estou aceitando. Apesar de que reality show nenhum me distrai dos problemas da nossa sociedade, muito antes da pandemia. O Brasil completa 200 anos de independência de Portugal este ano, mas ainda age como colônia, peão num jogo maior de potências. Com falta de interesse, a carne mais barata, infelizmente, é a preta.
 
Parei de contar os dias faz um tempo. Sinto que fui derrubada, mas não tenho vontade de me levantar, não agora. Estou reutilizando os mesmos planos e metas que fiz em 2020. Dessa vez, espero me frustrar e surpreender sozinha. Mas, talvez, seja esperar muito. De qualquer jeito, não importa, parei de contar os dias faz um tempo.

Link
Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »